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Ocupação e mortalidade materna

RESUMO

OBJETIVO

Estimar a razão de mortalidade materna segundo a ocupação no Brasil.

MÉTODOS

Trata-se de estudo de mortalidade realizado com dados nacionais do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) no ano de 2015. Foram estimadas as razões de mortalidade materna de acordo com a ocupação registrada em declarações de óbito, utilizando a Classificação Brasileira de Ocupações, versão 2002.

RESULTADOS

Foram encontrados 1.738 registros de óbitos maternos, correspondendo a uma razão de mortalidade materna de 57,6/100.000 nascidos vivos. Esse índice variou entre as categorias ocupacionais, sendo maior entre as trabalhadoras dos serviços e da agropecuária, particularmente para as empregadas domésticas (123,2/100.000 nascidos vivos), seguidas pelas trabalhadoras agropecuárias em geral (88,3/100.000 nascidos vivos). Também apresentaram elevada razão de mortalidade materna as manicures e técnicas de enfermagem. A ocupação materna não foi informada em 17,0% dos casos do SIM e em 13,2% do Sinasc. Foram encontrados registros inconsistentes, como “dona de casa”, o mais frequente no SIM (35,5%) e no Sinasc (39,1%).

CONCLUSÕES

A razão de mortalidade materna difere de acordo com a ocupação, sugerindo uma contribuição do trabalho, o que requer pesquisas adicionais para identificar os fatores de risco ocupacionais. Fatores socioeconômicos estão intimamente relacionados à ocupação, e sua combinação com exposições no trabalho e acesso a serviços de saúde precisa ser abordada.

Mortalidade Materna; Exposição Materna; Riscos Ocupacionais; Estresse Ocupacional; Desigualdades em Saúde

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