RESUMO
OBJETIVO:
Avaliar se locais com grande quantidade de potenciais criadouros de formas imaturas de Aedes aegypti, denominados pontos estratégicos, influenciam a dispersão ativa do vetor aos imóveis no seu entorno.
MÉTODOS:
Foram selecionadas quatro áreas no município de Campinas, três delas com pontos estratégicos classificados como alto, médio e baixo risco segundo a infestação e uma área controle, sem ponto estratégico. Entre outubro de 2015 e setembro de 2016, instalaram-se mensalmente armadilhas de oviposição e avaliou-se a infestação por Ae. aegypti em todos os imóveis de cada área selecionada. Para verificar se houve dispersão do vetor a partir de cada ponto estratégico, com base em sua localização, investigou-se a formação de aglomerados com excesso de ovos ou de recipientes com larvas ou pupas, utilizando a estatística espacial Gi.
RESULTADOS:
o número de ovos coletados nas ovitrampas e o número de recipientes positivos para Ae. aegypti não apresentaram aglomerados de altos valores relativos à sua distância do ponto estratégico. Ambos apresentaram distribuição aleatória não associada espacialmente com o posicionamento dos pontos estratégicos na área.
CONCLUSÕES:
Pontos estratégicos não se confirmaram como responsáveis pela dispersão do vetor para os imóveis no seu entorno. Destaca-se a importância de rever a estratégia atual do programa de controle de vetores do Brasil, buscando um equilíbrio do ponto de vista técnico, operacional e econômico, sem desconsiderar o papel dos pontos estratégicos como grandes produtores de mosquitos e sua importância na disseminação de arboviroses em momentos de transmissão.
DESCRITORES:
Aedes aegypti, crescimento & desenvolvimento; Oviposição; Análise Espacial; Controle de Vetores; Controle de Doenças Transmissíveis