OBJETIVO: Avaliar os valores discriminativos e diagnósticos de testes neuropsicológicos na identificação de pacientes com esquizofrenia. MÉTODOS: Estudo transversal com 36 pacientes ambulatoriais esquizofrênicos masculinos e 72 voluntários saudáveis pareados. Os testes neuropsicológicos usados foram o Wisconsin Card Sorting Test, Fluência Verbal, teste de Stroop, Mini Exame do Estado Mental e Span de reconhecimento espacial. Valores diagnósticos dos testes foram estimados por sensibilidade e especificidade, com os pontos de corte obtidos através da curva ROC (Receiver Operating Characteristic). O modelo de classe latente (diagnóstico de esquizofrenia) foi aplicado como padrão ouro. RESULTADOS: Embora os pacientes tenham apresentado escores inferiores na maioria dos testes, a função canônica mais alta pela análise discriminante foi 0,57 (na fluência verbal com a letra M). Os melhores valores de sensibilidade e especificidade foram obtidos pelo teste de fluência verbal com a letra M (75 e 65, respectivamente). CONCLUSÕES: Os testes neuropsicológicos demonstraram valores diagnósticos moderados na identificação de pacientes com esquizofrenia. Os achados sugerem que o prejuízo cognitivo, medido por esses testes, pode não ser homogêneo entre os pacientes esquizofrênicos.
Esquizofrenia; Transtornos cognitivos; Testes psicológicos; Valor diagnóstico