Em solos tropicais com agricultura intensiva se verifica, atualmente, redução na disponibilidade de enxofre, causada pelo uso de fertilizantes concentrados em NPK. Neste estudo, desenvolvido em vaso contendo 3 kg de um Argissolo, em condições de casa de vegetação, avaliou-se a utilização pelo arroz (Oriza sativa L.) e crotalária júncea (Crotalaria juncea L.) do enxofre de fertilizante, fazendo-se uso do isótopo estável 34S. Uma solução de sulfato de sódio marcado com 34S (14,30 ± 0,05% em átomos de 34S) foi aplicada ao solo (70 mg S-SO4 por kg de solo) após 18 dias da semeadura. A colheita da parte aérea da crotalária e do arroz deu-se aos 72 e 122 dias após a adubação respectivamente. O material seco da crotalária foi menor que o do arroz. Por outro lado, o teor de enxofre e a quantidade de S na crotalária foram muito superiores às do arroz, devido a maior exigência da leguminosa pelo nutriente. A maior exigência da leguminosa por enxofre e o menor tempo entre a fertilização e a colheita, possibilitaram que uma menor quantidade de S nativo do solo fosse mineralizada, e que uma menor quantidade de 34SO4 fosse imobilizada pela biomassa microbiana, o que resultou em abundância de 34S e porcentagem de enxofre na planta derivada do fertilizante (Sddf) superiores na crotalária (%Sddf crotalária = 91,3 ± 3,5%; %Sddf arroz = 66,3 ± 0,8%). Os valores expressivos de %Sddf indicaram uma baixa taxa de mineralização de S, provavelmente, como conseqüência da possível carência do nutriente no solo.
isótopo estável; técnica com 34S; espectrometria de massas; absorção de enxofre pela planta