Em função de seu potencial de fixação de nitrogênio (N), as leguminosas representam uma alternativa ao suprimento do nutriente para as culturas, substituindo ou complementando a adubação mineral. Desenvolveu-se, sob condições semi-controladas, utilizando-se de metodologia de diluição isotópica, um experimento para determinar o padrão temporal de liberação de nitrogênio da mucuna-preta (Mucuna aterrima) e estudar a dinâmica do N contido nesse adubo verde no sistema solo-planta. O estudo compreendeu um tratamento testemunha e dez períodos de incubação do solo com mucuna-preta marcada com 15N (zero, 20, 40, 60, 90, 120, 150, 180, 210 e 240 dias). O material vegetal utilizado foi picado, peneirado (peneira com abertura de malha de 10 mm) e seco em estufa. A incubação do material vegetal, na dose de 2,2 g kg-1 de solo, foi iniciada pelo período mais longo, possibilitando coincidir o plantio da cultura teste, arroz (Oryza sativa), para todos os tratamentos, no tempo zero. A incorporação de mucuna-preta promoveu aumento da produção de matéria seca e da absorção de N pelas plantas de arroz. Os valores máximos para essas variáveis foram proporcionados pelos períodos de incubação de 38 e 169 dias, respectivamente. O máximo aproveitamento de N da mucuna-preta pelo arroz correspondeu ao período de incubação de 151 dias. Mais de 60% do N do adubo verde permaneceram no solo após a colheita do arroz. A recuperação máxima de N da mucuna-preta no sistema solo-planta correspondeu a um período de incubação de 77 dias.
Mucuna aterrima; eficiência; recuperação; perdas
