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O XAMANISMO DA FLORESTA NA CIDADE: O EXEMPLO KAXINAWÁ

Resumo

Partindo de situações interativas vividas ao longo de quatro anos de pesquisa de campo, tomo por objeto um ritual terapêutico de consumo de ayahuasca conduzido por dois jovens pajés Kaxinawá na cidade do Rio de Janeiro. Discuto então as compatibilidades equívocas que tornam possíveis a interação de índios e brancos nesse contexto. Apresentando alguns contextos interativos que ultrapassam o eixo espaço-temporal do rito, exploraremos esta sensação de mútua compreensão que acontece graças ao "efeito sinônimo" (synonymy effect). Tal efeito coloca, por exemplo, espíritos e seres mitológicos no mesmo patamar de estados psicológicos e sentimentais, criando um continuum metafórico entre os envolvidos na comunicação. Os dados etnográficos sugerem que os ritos urbanos do Nixi Pae exploram as compatibilidades equívocas entre dois termos que dão origem à comunicação em jogo: Yube e o inconsciente.

Palavras-chave:
Xamanismo urbano; Ayahuasca; Terapias transculturais; Espiritualidade nova era; Ritual terapêutico

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