Resumo
O artigo apresenta um estudo exploratório descritivo sobre habilidades de Comunicação de Más Notícias (CMN) de internos de Medicina. Investigou-se a percepção discente sobre aprendizagem para CMN com delineamento transversal e abordagem mista. Houve aplicação de questionário, obtendo 176 participantes, e grupo focal com 12 estudantes. Os dados foram analisados pelo cálculo das médias e desvios-padrão para variáveis quantitativas e as falas do grupo focal foram submetidas à Análise de Conteúdo. Observou-se o dobro da frequência com mais habilidade para CMN no grupo que teve treinamento em comparação ao que não teve. No manejo da CMN, considerou-se mais difícil “ser honesto, sem tirar a esperança” (69%) e “lidar com a emoção do paciente” (59%). 99,4% conheciam o protocolo SPIKES, destes 41,5% consideraram a expressão de emoções sua etapa mais difícil. A comunicação e o manejo das emoções foram apontados como desafios na relação médico-paciente, com déficits no ensino de CMN. Obteve-se que a CMN não se limita à técnica, mas envolve atitudes que precisam ser abordadas com metodologias diversas, assim como requerem a implementação de políticas de educação na área médica, sobretudo diante das demandas emergentes da pandemia de Covid-19.
Palavras-chave:
Educação Médica; Comunicação; Relações Médico-Paciente; Educação de Graduação em Medicina