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Coronavírus no Brasil: a marcha da insensatez

Resumo

A circulação do novo coronavírus é um acontecimento sanitário nas dimensões do fenômeno dantesco que se constituiu a Gripe Espanhola, porém, agravado pela globalização. A escolha deste objeto de estudo se impôs em função da preocupação mundial com a covid-19, e pela percepção de que há indagações persistentes e insuficiência de análises que explicitem a intrínseca relação entre o processo saúde-doença e as dimensões políticas, econômicas e sociais a ele associados. A tese defendida é de que o enfrentamento insensato e descoordenado da epidemia no Brasil traria reflexos no número de casos e óbitos. Trata-se de estudo exploratório, apoiado no referencial teórico da hermenêutica crítica, desenvolvido com base na análise de documentos e dados, que tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico da covid-19 e, a partir desta análise, discutir as políticas econômicas, sociais e sanitárias adotadas no Brasil diante do quadro pandêmico. Conclui-se que a insensatez política, econômica, social e sanitária na aplicação de políticas públicas, bem como a descoordenação do governo federal do Brasil no enfrentamento da pandemia da covid-19 trouxe como reflexo o aumento exponencial do número de casos e de óbitos pela doença, principalmente em populações mais pobres e vulneráveis.

Palavras-chave:
Covid-19; Coronavírus; Pandemia; Saúde Coletiva; Políticas Públicas

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