Resumo
As questões abordadas no artigo estão relacionadas com o tema do trabalho e autonomia no trabalho em saúde. Questiona-se sobre a possibilidade de criação de espaços de autonomia para os trabalhadores em contextos de padronizações e normatizações advindas das políticas públicas, mas também dos condicionamentos decorrentes dos processos históricos de reestruturação do trabalho em saúde. A perspectiva teórica adotada atenta para as condições de resistência, de lutas e de atuação ativa dos trabalhadores nos espaços de concepção e de execução dos processos de trabalho, mas não relativiza a importância dos condicionamentos estruturais nesse processo. Assim, afirma-se a importância de não se tomar a autonomia no trabalho como um dado, nem como um ausente, mas como uma construção social que decorre da experiência concreta dos trabalhadores em saúde. Sem negar a importância de estudos que enfatizam o protagonismo dos sujeitos no trabalho em saúde, a análise destaca, portanto, os condicionamentos estruturais na análise do trabalho e da autonomia (possível) dos trabalhadores em saúde.
Palavras-chave: Trabalho em Saúde; Controle Sobre o Trabalho; Autonomia no Trabalho; Experiência no Trabalho em Saúde