Resumo
Este artigo discute o papel das terapias hormonais na construção de uma narrativa da saúde para a longevidade da medicina anti-aging. O objetivo é identificar o significado dos hormônios na constituição de um processo de aprimoramento do corpo para manter suas funções naturais e possibilitar a personalização do envelhecimento. A análise é parte da pesquisa realizada no Brasil com médicos praticantes, pacientes e médicos críticos, membros do Conselho Federal de Medicina (CFM), por meio de entrevistas semiestruturadas e observação em campo. Discute-se o estabelecimento de uma rede internacional de profissionais e instituições que viabiliza a expansão das práticas anti-aging em um contexto institucional desfavorável. Na proposição de uma abordagem holística do envelhecimento, a medicina anti-aging se concentra não em doenças típicas da velhice, mas no aprimoramento das condições de saúde ao longo da vida. Considerados “combustíveis” da vida, os hormônios se destacam como elementos de integração entre a particularidade dos pacientes e a generalidade do processo natural de envelhecimento, fortalecendo uma perspectiva de aprimoramento natural, com recursos do próprio corpo. A modulação com hormônios bioidênticos é contraposta à hegemonia da indústria farmacêutica em uma narrativa que altera as fronteiras entre terapia e aprimoramento, natural e artificial, tratamento e estilo de vida.
Palavras-chave:
Envelhecimento; Hormônios; Longevidade; Medicina Anti-Aging; Aprimoramento