Resumo
A inserção da população de imigrantes bolivianos em circuitos de subcontratação da indústria do vestuário e suas condições de vida e trabalho, tornaram-se aspectos determinantes de sua visibilidade na cidade de São Paulo. Considerando a polissemia da noção de vulnerabilidade, o objetivo central do texto é analisar aspectos das “vulnerabilidades” da imigração boliviana, as quais são visivelmente inscritas em contextos político-institucionais, epidemiológicos e relacionais/processuais. O método de análise baseia-se na sistematização de dados de múltiplas fontes e apresenta relações entre a incorporação de imigrantes nas políticas locais de saúde pública, dados de mortalidade e relatos etnográficos sobre trajetórias, presença no espaço da cidade e processos identitários, em especial, a partir da ação de mulheres bolivianas e sua organização em redes e coletivos. Identificam-se aspectos que reforçam e definem padrões de vulnerabilidade, associados a determinados atributos desta população. Por outro lado, registram-se estratégias de sobrevivência enquanto mecanismos de resistência coletiva e ressignificação de suas formas de vida na cidade.
Palavras-chave:
Imigração; Políticas Locais de Saúde; Trabalho; Ressignificação Identitária