A profissão de Agente Comunitário de Saúde (ACS) é ainda nova no Sistema Único de Saúde (SUS). Em função disso, percebe-se a existência de certas dificuldades na compreensão da identidade desses profissionais, pela sua característica de atuar como elo da Unidade Básica de Saúde (UBS) com a comunidade. O objetivo deste trabalho é relatar uma intervenção em Psicologia realizada com Agentes Comunitários de Saúde de uma UBS da região continental de Vitória (ES). A intervenção teve como intuito identificar aspectos da identidade social que interferem na qualidade de vida e no trabalho desses profissionais. Foram realizadas 15 oficinas com média de 11 participantes, entre junho e dezembro de 2008. Algumas questões foram percebidas no grupo: dificuldade de interação entre si e com os demais profissionais da unidade; pouco sentimento de pertença; baixa auto-estima; dificuldade em construir alternativas para mudança. Com o trabalho realizado pela Psicologia, foi possível perceber mudanças na forma como as agentes lidavam com os problemas do dia a dia, pensando no grupo de maneira mais coletiva, percebendo sua profissão como importante para o SUS, o que permitiu, apesar das questões inerentes à prática profissional, construir estratégias para lidar com suas dificuldades e promover qualidade de vida no trabalho.
Agente Comunitário de Saúde; Psicologia social da saúde; Identidade social