Acessibilidade / Reportar erro

Pestilências: velhos fantasmas, novas cadeias

Resumo

São discutidos diversos aspectos relacionados com a Epidemiologia e o Controle de Doenças que, pela natureza de seus processos endemo-epidêmicos, tomaram-se grandes "fantasmas" que assolaram a humanidade durante séculos - as "pestilências". Relaciona-se seus respectivos processos com a história da humanidade, a organização das medidas e as próprias técnicas de combate. Mencionam-se os fantasmas do passado representados, fundamentalmente, pelas Doenças Quarentenáveis e o seu ressurgimento no mundo atual. Discute-se a emergência de novos fantasmas que assolam a humanidade: doenças crônico-degenerativas, violência e trauma, AIDS. Defende-se a idéia de que sao alterações da estrutura epidemiológica que devem ser buscadas para explicar as mudanças de perfil epidemiológico, em particular os processos endemo-epidêmicos das pestilências. Neste sentido, os velhos fantasmas, quando ressurgem o fazem com características e estruturas epidemiológicas mudadas.


Pestilências: velhos fantasmas, novas cadeias* * Financiamento: CNPq

José da Rocha Carvalheiro

Docente do Departamento de Medicina Social, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. Professor Visitante, Instituto de Estudos Avançados, IEA-USP

RESUMO

São discutidos diversos aspectos relacionados com a Epidemiologia e o Controle de Doenças que, pela natureza de seus processos endemo-epidêmicos, tomaram-se grandes "fantasmas" que assolaram a humanidade durante séculos – as "pestilências". Relaciona-se seus respectivos processos com a história da humanidade, a organização das medidas e as próprias técnicas de combate. Mencionam-se os fantasmas do passado representados, fundamentalmente, pelas Doenças Quarentenáveis e o seu ressurgimento no mundo atual. Discute-se a emergência de novos fantasmas que assolam a humanidade: doenças crônico-degenerativas, violência e trauma, AIDS. Defende-se a idéia de que sao alterações da estrutura epidemiológica que devem ser buscadas para explicar as mudanças de perfil epidemiológico, em particular os processos endemo-epidêmicos das pestilências. Neste sentido, os velhos fantasmas, quando ressurgem o fazem com características e estruturas epidemiológicas mudadas.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1 MARX, K. & ENGELS, F. Manifesto do partido comunista. São Paulo, Global, 1988.
  • 2 SNOW, J. Sobre a maneira de transmissão do cólera. São Paulo, HUCITEC/ABRASCO, 1990.
  • 3 ROBINS, R. S. Disease, political events, and populations. In: Rothschild, H. Ed. Biocultural aspects of disease. New York, Academic Press, 1981. p. 153-75.
  • 4 SALVERAGLIO, F.J. Tratado de higiene y medicina preventiva. Montevideo, Imprenta Rosgal, 1951.
  • 5 HOWARD-JONES, N. Prelude to modem preventive medicine, In: Stanley, N. F. & Joske, R. A., Ed. Changing disease patterns and human behaviour. London, Academic Press, 1980. p.69-80.
  • 6 CASTRO, F. La crisis económica y social del mundo. México, Siglo XXI Ed., 1984.
  • 7 PAVLOVSKY, E. Natural nidality of transmissible diseases. Moscow, Peace Publishers, 1964.
  • 8 STAMP, L. Medical geography. London, Oxford University Press, 1964.
  • 9 CARVALHEIRO, J. R. Tendencias y perspectivas de la investigación en los aspectos sociales de las enfermedades tropicales. Cuenca, Ecuador. Taller " Tendencias y Perspectivas de las Ciencias Sociales en Salud", Cuenca, 1983.
  • 10 LOPES, O. C. A medicina no tempo. São Paulo, Ed. Melhoramentos/EDUSP, 1970.
  • 11 MCKEOWN, T. & LOWE, C. R. An introduction to social medicine. 2nd ed., Oxford, Blackwell, 1974.
  • 12 TERRIS, M. La revoluctión epidemiológica y la medicina social México, Siglo XXI Ed., 1982.
  • 13 UNITED NATIONS DEVELOPMENT PPROGRAM (UNPD) - Human development report 1991, New York, Oxford University Press, 1991.
  • 14 EVANS, A. S. Ruminations on infectious disease epidemiology: retrospective, curspective, and prospective. Int. J. Epidem. 14(2): 205-14, 1985.
  • 15 CARVALHEIRO, J. R. Amenaza del colera en America Latina. Entrevista a " El Dia", México, 15 de setembro 1977.
  • 16 REYNA, C. & ZAPATA, Á. Cronica sobre el colera en el Peru. Lima, Public. DESCO, 1991.
  • 17 ORGANIZACION PANAMERICANA DE LA SALUD Las condiciones de salud en las Americas, Washington, 1990. 2v. (Publ.cient. 524).
  • 18 INTAL. Salud en el desarrollo: alternativas para la integracion. Estadísticas. Integr. Latinoamer., Buenos Aires, 16 (164): 75-90,1991.
  • 19 CARVALHEIRO, J. R. Disseminação de doenças através de migrações. In: Ministério da Saúde. Doenças e migração humana. Brasília, Centro de Documentação: 1982, pp. 157-167. (Série D. Nş 1).
  • 20 SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo, HUCITEC, 1991.
  • 21 DOLFUSS, O. O espaço geográfico. Rio de Janeiro, DIFEL, 1975.
  • 22 BREILH, J. Epidemiologia, economia, medicina Y politica. Coleções SESPAS, 1980.
  • 23 SHIMIDT, A. El concepto de naturaleza en Marx. México, Siglo XXI, Ed., 1976.
  • 24 PAVLOVSKY, E. Human diseases with natural foci. Moscow, Foregin Languages Publishing House, 1954.
  • 25 PESSOA, S. B. Ensaios médico sociais 2Ş ed. São Paulo, CEBES/HUCITEC, 1978.
  • 26 SPINK, M. J. P. As representações sociais e sua aplicação em pesquisa na área da saúde. 1989. São Paulo, Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva ABRASCO, 1989 mimeografado.
  • 27 CALDERA, R. Ex-presidente teme uma guerra civil na Venezuela. Folha de São Paulo, 14 mar., 1992.
  • *
    Financiamento: CNPq
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      13 Jun 2008
    • Data do Fascículo
      1992
    Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. Associação Paulista de Saúde Pública. Av. dr. Arnaldo, 715, Prédio da Biblioteca, 2º andar sala 2, 01246-904 São Paulo - SP - Brasil, Tel./Fax: +55 11 3061-7880 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: saudesoc@usp.br