Resumo em Português:
O artigo ressalta a municipalização dos serviços de saúde como um dos componentes da agenda política do setor na presente conjuntura, embora questione as formas vigentes de sua implementação. Tem como objetivo indicar políticas e estratégias de municipalização mais coerentes com o projeto da Reforma Sanitária, sem subestimar a heterogeneidade dos municípios brasileiros. Reconhece as competências dos municípios, segundo a Lei do Sistema Único de Saúde, como "imagem-objetivo" para a formulação de políticas. Nesse sentido, propõe o estabelecimento de mecanismos de ausculta e de negociação junto aos municípios para a definição de prazos e de apoios técnico e financeiro visando o pleno cumprimento de tais competências e o repasse automático dos recursos. Após discutir certos obstáculos para uma municipalização identificada com a Reforma Sanitária, o Autor convida aos que investem política e tecnicamente na democratização da saúde a participarem dos esforços de construção de distritos sanitários que permitam a implantação de modelos assistenciais alternativos e a reestruturação das práticas de saúde.Resumo em Português:
O objetivo deste texto é discutir algumas tendências da medicina, a partir da análise de sua evolução ao longo do período que, do ponto de vista histórico, caracteriza a modernidade e sua crise. A medicina é, desta forma, avaliada segundo as óticas da economia, das relações do poder, do desenvolvimento científico e tecnológico e da linguagem. A questão da economia remete a análise para a questão dos mercados e das formas de concorrência e crescimento capitalista assumidas pela medicina ao longo de sua trajetória A questão do poder remete a análise das instituições de saúde e das formas de organização do trabalho no setor. A questão da ciência procura avaliar o espectro de formas de produção do conhecimento no setor, bem como seus impactos na cobertura e na eqüidade do acesso às condições de saúde e assistência médica. Por fim, a questão da linguagem marca a análise de como a tecnificação extrema da medicina vai progressivamente caracterizando campos semânticos próprios a cada especialidade, dificultando o uso de teorias totalizadoras para explicar as relações internas no seio da produção de conhecimento no setor.Resumo em Português:
O presente trabalho analisa os principais impasses da reforma sanitária brasileira, bem como avalia a atuação do movimento de saúde a nível das instituições. Aplicando à saúde conceitos de Gramsci, F. Guattari e Castoriadis, com o objetivo de identificar os processos de construção da subjetividade dos trabalhadores de saúde, propõe-se caminhos para a reforma dos sujeitos sociais nas práticas de saúde e como atores de um processo político de reforma.Resumo em Português:
Este texto procura fazer uma reflexão, a partir da produção científica da Saúde Coletiva, da questão da articulação da política na e da Saúde Coletiva Sob a forma de ensaio, busca-se trazer para a discussão tensões e impasses atuais que estão presentes no campo no sentido de instigar novos debates, contribuindo assim para uma revitalização da área. Relaciona-se, ainda, o "estado da arte" em dois momentos específicos: o da transição e o da consolidação democrática no país.Resumo em Português:
Esse artigo baseia-se no trabalho "A trajetória do movimento e da participação: a conduta dos atores sociais na saúde", tese de doutorado apresentada ao Departamento de Prática de Saúde Pública/FSP. Destaca o problema da diferença conceituai entre o tema dos "movimentos sociais" e da "participação", em termos de diferentes tradições teóricas. A partir de um cenário local - o Município de São José dos Campos - são referidos e interpretados os atores sociais que, a partir do tema ou da ação na área da saúde, se representam na esfera pública. Conclui a questão da existência de um "movimento social" no Brasil contemporâneo, que a partir de discursos e ações coletivas busca interferir nas orientações culturais da sociedade, expressando-se através da saúde, em diferentes tipos de organizações e distintas concepções e demandas.Resumo em Português:
O texto explora as possíveis contribuições da Psicologia Social para a compreensão do processo de adoecimento e das práticas sócio-médicas organizadas em torno deste fenômeno. Situa inicialmente a perspectiva epistemológica construtivista na Psicologia Social. A partir desta ótica, analisa as contribuições da Psicologia para a descrição e explicação do binômio saúde-doença, identificando aí três vertentes distintas: a intra-individual, a psicossocial e a construtivista. Conclui apontando para a relevância da perspectiva construtivista dada a expansão do quadro de referência que passa a englobar, também, o conhecimento do senso comum dos usuários dos serviços de saúde.