RESUMO
Este texto analisa criticamente os desafios da formação médica na região amazônica à luz das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de 2014, destacando experiências estudantis e populares que apontam para a construção de uma medicina territorializada, anticolonial e voltada para os povos da floresta. No estudo argumenta-se que o paradigma biomédico hegemônico é insuficiente para as realidades socioepidemiológicas da região, onde a saúde é um processo social determinado por desigualdades históricas e lógicas coloniais. O texto propõe a construção de uma ‘medicina amazônida’ - uma práxis anticolonial, popular e humanista - e destaca as experiências dos movimentos estudantis Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam), Liga Amazonense Multidisciplinar de Saúde Indígena do Amazonas (Lamsi-AM) e Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem) como caminhos insurgentes. A conclusão ressalta o compromisso institucional de universidades e órgãos de fomento como fundamental para consolidar essa transformação curricular, reforçando o potencial dessas experiências como modelo para a prática.
PALAVRAS-CHAVE
Educação médica; Saúde pública; Ecossistema amazônico.