Resumos
Este artigo busca contribuir para a Reforma Psiquiátrica, propondo-se a analisar um de seus atuais desafios: o exercício de protagonismo e participação social de usuários em saúde mental. Para tanto, descreve uma pesquisa, sustentada metodologicamente na cartografia, em espaços instituídos de participação, em um Centro de Atenção Psicossocial de município da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, onde foram utilizadas as seguintes ferramentas de pesquisa: observação participante, diário de campo e entrevistas com gestores, trabalhadores e usuários. Entre seus resultados, o conceito de coletivo indicou a potência de um novo arranjo participativo, capaz de dialogar com as noções de autonomia e protagonismo, constituindo-se enquanto plano existencial fértil para o exercício de protagonizar em saúde mental.
Saúde mental; Participação social; Políticas públicas
This article seeks to contribute to the Psychiatric Reform, aiming at the analysis of one of its current challenges: the exercise of protagonism and social participation of mental health users. For this, it describes a research, methodologically based on the cartography method, supported by established spaces of participation in a Psychosocial Attention Center of a town in the western border of Rio Grande do Sul, using the following research tools: participant observation, field diary and interviews with managers, workers and users. Among its findings, the concept of collective indicated the power of a new participatory arrangement, capable of dealing with the notions of autonomy and protagonism, which acts as a breeding ground for the exercise of protagonism in mental health.
Mental health; Social participation; Public policies
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
02 Abr 2013 -
Data do Fascículo
Dez 2012
Histórico
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Recebido
Nov 2011 -
Aceito
Jun 2012