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Os desafios da efetividade e o estatuto jurídico da participação: a Política Nacional de Participação Social* 1 . Vale lembrar que a introdução de inovações no aparato do Estado brasileiro deslocou os estudos nacionais de preocupações normativas originais, como autodeterminação e inclusão, para a avaliação dos processos participativos em curso, suas dinâmicas e resultados na política pública (Gurza Lavalle, 2011a).

The challenges of effectiveness and the legal status of participation: the national policy of social participation

Resumo

Este artigo analisa a Política e o Sistema Nacional de Participação Social (PNPS), lançados via Decreto n.o 8.243/2014, com o objetivo de mapear suas inovações, limites e potencialidades para responder aos desafios da efetividade da participação social no país. As propostas serão contrastadas a partir de quatro dimensões da efetividade, as quais, argumento, têm pautado o debate acadêmico sobre as experiências de interação Estado e sociedade: participação e deliberação, representação, implementação e articulação. Não obstante os grandes limites da política, conclui-se que a PNPS incide sobre as quatro dimensões apresentadas, sendo que os dilemas da implementação e da articulação das instituições participativas com as distintas arenas do Estado são superficialmente tratados. A dificuldade de lidar com estes pontos e os conflitos em torno de sua aprovação revelam que a participação social no Brasil continuará dependente da compreensão diferenciada que cada arranjo governamental manifesta acerca das interações entre Estado e sociedade.

Palavras-chave:
efetividade; participação; Política Nacional de Participação Social

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