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Produção do conhecimento sobre meio ambiente: a percepção dos pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de Lisboa (UL)

RESUMOS DE TESES DE DOUTORADO APRESENTADAS NO PPGS/SOL/UNB

Orientadora: Prof.a Dr.a Fernanda Antonia Sobral, Curso: Doutorado em Sociologia, Data da defesa: 02.12.2013

A literatura especializada tem assumido que os sistemas de ciência estão em transformação. Nesse processo, os cientistas têm adotado práticas de pesquisa cada vez mais heterogêneas, definindo objetivos estratégicos e produzindo conhecimento relevante no contexto social. Envolvem-se com novos setores da sociedade e ampliam as possibilidades de aplicação dos resultados de suas pesquisas. Esse novo modelo vai ao encontro da teoria do desenvolvimento sustentável, cujos argumentos indicam a necessidade de novos conhecimentos que apontem ou respondam às novas necessidades, às novas formas de relacionamento do homem com a natureza, aos novos padrões de produção e consumo. Requer, sobretudo, que novos paradigmas científicos sejam adotados para a conscientização de uma nova visão de mundo. Partindo deste pressuposto, este trabalho procurou conhecer as práticas dos pesquisadores da área ambiental da Universidade Federal do Tocantins (UFT), da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de Lisboa (UL) e discuti-las à luz das novas tendências de produção do conhecimento. A primeira universidade, em especial, foi escolhida por estar localizada num estado que apresenta um potencial para o desenvolvimento sustentável e que vem demandando esforços tanto do governo quanto das universidades e instituições de pesquisa por uma produção do conhecimento que direcione o desenvolvimento científico e tecnológico para a região numa perspectiva sustentável. As demais por serem duas instituições de diferentes perfis e missões e contribuírem para um estudo comparativo. Os valores e as práticas dos pesquisadores da área ambiental dessas universidades foram levantados em questionário semiestruturado e analisados com base no novo modo de produção científica, sem desconsiderar o modelo tradicional de ciência. Concluiu-se que os grupos de pesquisadores das três universidades adotam um modelo "misto" de fazer ciência, em que tanto práticas tradicionais como práticas emergentes são utilizadas em suas atividades científicas, mas é possível notar um perfil diferenciado em cada um deles. O grupo da UFT, ainda em processo de legitimação no campo, não se afastou totalmente do modelo tradicional de ciência, mas já apresenta traços dos novos padrões de produção científica. Na UnB, já estabelecida no campo científico, os pesquisadores têm mais flexibilidade e se aproximam mais do novo modelo de produção do conhecimento. Já na UL, o modo tradicional de ciência ainda influencia significativamente as práticas dos pesquisadores.

Palavras-chave: meio ambiente; universidade; interdisciplinaridade; produção do conhecimento.

  • Produção do conhecimento sobre meio ambiente: a percepção dos pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de Lisboa (UL)

    Eliene Gomes dos Santos
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      30 Jun 2014
    • Data do Fascículo
      Abr 2014
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