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BENOIT, Audrey. 2019. Trouble dans la matière. Pour une épistémologie matérialiste du sexe. Col. Philosophies Pratiques. 1ª ed. Paris: Éd. Sorbonne. 359 p. ISBN 979-10-351-0335-4.

BENOIT, Audrey. . 2019. Trouble dans la matière. Pour une épistémologie matérialiste du sexe. Col. Philosophies Pratiques. 1ª ed. Paris: Éd. Sorbonne. 359 p. ISBN 979-10-351-0335-4.

Constituída de sete capítulos, a obra de Audrey Benoit parte da tese de Judith Butler relativa à construção discursiva do sexo pelo gênero, e da constatação de uma resistência à sua recepção pelos teóricos marxistas na França, para tratar de um problema filosófico ancestral. Com o primeiro e o último capítulos expressamente dedicados a Butler (2005) e à temática do heterossexismo dominante, Trouble dans la matière gira em torno de uma questão complexa: como articular o material e o discursivo? Esta se formulou com a identificação de um problema no debate sobre a construção discursiva do sexo: como demonstrar que é de fato no discurso que se produzem as condições materiais da existência social? Problema relativo, portanto, à tese de que o sexo, longe de ser matéria corpórea crua e factual, é produzido por discursos que lhe dão a sua significação e o seu sentido social, materializando-o. O sexo não definiria uma natureza da mulher ou do homem, à qual todos deveriam ater-se, tampouco o gênero, por sua vez, se referiria à cultura - é bem mais complexa a distinção entre critérios de gênero e de sexo.

Inserida entre as obras que exploram questões epistemológicas e teóricas do universo da sexualidade, o trabalho de Benoit abrange dimensões culturais e políticas da sexualidade discutidas com o objetivo de aprofundar as bases da noção de que o sexo aparece como um fato da natureza graças à construção social da diferença sexual entre homem e mulher, mediante um discurso produzido por normas heterossexistas de gênero, o que questiona o pressuposto da diferença sexual ser um fato anterior ao discurso, suprema inscrição biológica na materialidade dos corpos.

Eis um ponto problemático do livro: com a ambição de elaborar um ‘materialismo crítico’, dito ‘discursivo’, portanto, um novo materialismo, Benoit restaura o pano de fundo ontológico e epistemológico do problema filosófico geral da matéria graças à crítica do problema específico do gênero, à qual retorna para questionar preconceitos relativos ao heterossexismo, considerado um dado natural incontornável - “o mecanismo de regulação social do gênero produz a ideia de que o sexo é um dado natural” (Benoit, 2019: 32) -, cujo estatuto paradigmático acaba por sustentar o diagnóstico de anormalidade segregativo da reputada vida social. A pretensão com esse materialismo discursivo é lançar nova luz sobre a questão da naturalidade do gênero e obter as bases teóricas que “confirmariam” a contestação tão contraintuitiva de Butler (1997BUTLER, Judith. 1997. Excitable Speech-A Politics of the Performative. New York/London: Routledge. 185 p.) da experiência da diferença sexual em benefício de uma concepção construtivista do gênero respaldada por um “poder das palavras”.

A retomada de algumas teses referentes ao gênero ser um mecanismo social que regula a relação com o corpo e a classificação das pessoas com base em um conjunto de normas e referências que incitam a adotar uma atitude corporal e discursiva - segundo uma divisão binária, aliás -, é uma das temáticas que permitem à autora buscar (re)constituir a trama teórica deste materialismo discursivo tecida nos cinco capítulos intermediários da obra, dedicados a releituras de Althusser, Foucault e Canguilhem, vis-à-vis à epistemologia bachelardiana, por ensejarem abordagem renovada da realidade social da leitura marxista, pelo modo como trazem de volta ao primeiro plano e pelo avesso a noção de ideologia, a qual “não designa apenas um sistema de ideias que poderia ser varrido com um único gesto; ela possui uma existência social material, por meio de diversas práticas discursivas e institucionais” (Benoit, 2019BENOIT, Audrey. 2019. Trouble dans la matière. Pour une épistémologie matérialiste du sexe. Col. Philosophies Pratiques. 1a ed. Paris: Éd. Sorbonne. 359 p. ISBN 97910-351-0335-4.: 51).

Alheia à linguística da discursividade, Benoit busca colocar a realidade histórica e social sob a materialidade discursiva, apresentando-a como constituída por relações analógicas e simbólicas que efetuam sua (re)construção. A radicalidade dessa concepção surpreende, pois, a seu modo, tende a reduzir a realidade a uma malha discursiva de conceitos, reveladora do artificialismo da naturalidade biológica do sexo, ou seja, da falsa evidência de sua realidade e de seus “dados”. Foi a esta dificuldade, aliás, que Butler (2005BUTLER, Judith. 2005. Trouble dans le genre. 1ª ed. Paris: La Découverte. 284 p.) foi confrontada ao declarar que “masculino” e “feminino” seriam, em última instância, apenas palavras, o que apenas ecoaria Lacan - em Seminário XIX ([1971-1972] 2011) - se não os reduzisse a modos de falar despojados de qualquer justificação ontológica exterior à ordem de seu funcionamento. Ela se refere, portanto, a palavras que, por si mesmas, exercem uma performatividade tanto mais irreprimível e coerciva quanto mais autônomas forem. Mas, no uso que tais palavras possibilitam, constituindo o discursivo, algo se projeta: palavras e discurso correlacionam-se em uma rede de consistência própria, que lhe permite ir contra o senso comum e recusar o caráter irremissivelmente dado e imposto do gênero.

Entretanto, repercutindo Butler - a identidade sexual de cada um se estabelece pela repetição performativa de práticas significativas -, Benoit não priva a diferença sexual de qualquer fundamento natural na realidade, desmaterializando-a? A que matéria ela se refere, aliás? O sexo não teria nenhuma determinação oriunda de índices naturais, biológicos? Nenhum dos marcadores físicos diferenciados de masculino e feminino importa? Estaria, desde sempre, capturado pela lógica do gênero que o traveste ao lhe impor os seus critérios? Sem esmiuçar tais questões, Benoit entende ser redutor referir sexo a “fatos” anatômicos, e gênero a construções sociais que remetem ao condicionamento social de comportamentos típicos: se o sexo é um fato independente do que se diga ou saiba sobre ele, então não é questionável; permanece sempre uma natureza. Mas, estando associado à exploração de corpos e à exclusão de pessoas, estando ligado a produções discursivas, o sexo permite questionar o caráter pretensamente irrefutável da realidade material do corpo, base, aliás, de diversos marcadores sociais de diferenças ligados a complexas representações e práticas sociais. Porém, ainda que se demonstre que a “realidade natural” do sexo é construída culturalmente por discursos, não sendo, pois, um “fato”, logo, passível de interpelação, ainda assim, ser de um sexo ou de outro é ser incluído em um gênero a título de uma atribuição de identidade fora de qualquer fundamento ontológico? Benoit percebe a necessidade de (re)discutir a tese de que “talvez o sexo já seja gênero” (Butler, 2005: 69).

Ao buscar estudar a existência material das ideologias fora da ideia de que o discurso traduza a realidade, entendendo que ele a inventa, produzindo simultaneamente a ordem das coisas e a regra de organização dessa ordem, Benoit reitera Butler que, em resposta à questão sobre a diferença sexual ser um fato fisiológico ou efeito das normas sociais, sustentou que a categoria de sexo não descreve a diferença natural do homem e da mulher, antes, a produz mediante a repetição de normas de gênero continuamente veiculadas pelos discursos correntes e práticas sociais. Para desconstruir essas categorias naturalizantes dos gêneros, Butler (2005) reduz a crítica ao sexismo a uma crítica ao heterossexismo.

Benoit abordou as críticas dirigidas a Butler que acusam a sua análise de idealismo por não considerar o suficiente as condições materiais de existência das minorias de gênero, ou por negar a materialidade concreta dos corpos. A maioria dessas críticas esbarra na armadilha do “fato”, afirma, pois Butler visa pensar solidariamente o feminismo e a subversão da identidade, entendendo que a realidade do corpo é efeito de regulações sociais e de atribuições normativas, havendo, assim, uma produção da materialidade corporal graças ao discurso. O aparente antagonismo entre o materialismo e o construtivismo notado nesses argumentos críticos oriundos dos círculos que refutam os estudos de gênero - como C. Delphy e N. Fraser -, convidou a pesquisar uma solução materialista para o problema epistemológico da construção conceitual do dado. Realmente, tais argumentos apresentam a “realidade” de uma forma a ser analisada, afinal é relativa a uma concepção empirista ingênua da matéria (corpo) que diferencia prática e teoria, material e discursivo, fazendo deste último mero eco da realidade. Em resumo, para articular sua posição com uma epistemologia que se filia ao materialismo e incide sobre as noções de “realidade”, “fato”, “discurso”, a autora visa não apenas defender a tese de Butler (2005), mas confrontá-la com as resistências encontradas.

O que está em jogo é tentar manter juntas, sem opô-las, as abordagens ‘materialista’ - interessada nas condições de existência e nas realidades concretas - e ‘construtivista’, centrada na forma como discursos produzem realidade social. No anseio de articulá-las, Benoit se dedica a criar meios teóricos que tratem o discurso não só como reflexo, mas como elemento efetivamente instalado na vida material:

Trata-se […] de considerar esta materialidade da vida social como sempre investida, atravessada e constituída pelo discurso. Sem negar a existência real desta matéria, é preciso interrogar a sua elaboração como fato, considerando a solidariedade das condições de seu conhecimento conceitual e das condições de sua produção discursiva. (Benoit, 2019BENOIT, Audrey. 2019. Trouble dans la matière. Pour une épistémologie matérialiste du sexe. Col. Philosophies Pratiques. 1a ed. Paris: Éd. Sorbonne. 359 p. ISBN 97910-351-0335-4.: 11).

Em poucas palavras, inexistiria fato independente da forma como é dito. O objetivo da obra é evidenciar a dimensão materialista da tese da construção discursiva do sexo, mas também e em contrapartida, questionar a fecundidade da análise butleriana do poder das palavras para a crítica social de cunho marxista. A proposta é retornar àqueles que tentaram pensar a construção conceitual do dado pelo discurso, logo, a questão da realidade, traduzida na questão do “fato” natural do corpo “masculino” ou “feminino”.

Inspirada na epistemologia francesa dos anos 1960, Butler (1997BUTLER, Judith. 1997. Excitable Speech-A Politics of the Performative. New York/London: Routledge. 185 p., 2005) centrou-se em Althusser e Foucault, cujas divergências sobre o marxismo dificultam aproximá-los no que diz respeito à questão da soberania, do conceito e do discurso. No entanto, articulando-os em torno de Canguilhem, Benoit tentou mostrar a viabilidade de uma epistemologia construtivista e materialista, caminho para um materialismo discursivo. A base foi a exploração das leituras foucaultiana e althusseriana de Marx, pelo prisma da epistemologia histórica de Canguilhem, projetando um parentesco entre aqueles - o ‘materialismo discursivo’, uma abordagem materialista do discurso qualificável de construtivista. Por esse prisma, Benoit fez desta construção do sexo a premissa de uma reflexão mais geral sobre a produção da realidade social pelos discursos que a (re)capturariam, no intuito de desenvolver uma contribuição pertinente às ciências humanas voltadas para a temática da sexualidade.

Ao examinar a relação do materialismo de Althusser à ciência e ao conceito (cap. 3), mostrou que “a cientificidade reivindicada para o discurso se apoia em uma relação reflexiva do discurso à sua própria descrição” (Benoit, 2019BENOIT, Audrey. 2019. Trouble dans la matière. Pour une épistémologie matérialiste du sexe. Col. Philosophies Pratiques. 1a ed. Paris: Éd. Sorbonne. 359 p. ISBN 97910-351-0335-4.: 104), destacando a relação de imanência mantida com uma realidade pensada. Retomar a noção foucaultiana de lecture symptomale (Benoit, 2019: 301), tão cara aos psicanalistas, foi o passo para argumentar que o discurso é significativo não só pelo que diz, mas também pelo que não diz: as falhas em sua enunciação, as distorções, abrem um espaço instável, cujas flutuações presença-ausência impedem qualquer regularidade. Considerada já implícita em Althusser (Benoit, 2019: 98), esta lecture refere uma realidade que não se dá imediatamente em bloco, como massa estática: mas que surge no curso de sua constituição segundo a lógica do discursivo. Crucial, portanto, afastar qualquer traço de positivismo, pois ater-se à ideia de que a realidade é dada, sempre presente antes do discurso, o qual se limitaria a testemunhá-la ou a enunciar as suas características, é abonar uma concepção empirista ingênua da matéria, a qual pode se reportar ao fenômeno como se o saber nele se alojasse, bastando extraí-lo. De fato, teoria e realidade colocadas vis-à-vis, o discurso seria mera cópia da realidade.

Após a crítica, a autora traz uma reflexão sobre a ideologia e a relação entre teoria e prática no que se refere à questão da abstração, em particular da abstração filosófica, que não produz conhecimento dos objetos, mas um conhecimento no espaço discursivo de sua existência (cap. 4). Enfim, a realidade seria construída, dado que é o conhecimento, sempre articulado em teoria e prática, que configura seus objetos, em um espaço de produção de objetos chamado discurso.

De fato, ao destituir o idealismo, partindo da distinção entre objeto real e de pensamento, Benoit chegou a um “pensamento cuja função, eminentemente crítica e política, é a de revelar outras práticas humanas como modos de abstração” e a “uma prática teórica concebida segundo o modelo da prática produtiva: o discurso é o campo de produção dos conceitos” (Benoit, 2019: 135 e 161, respectivamente, grifo nosso).

Demonstrada em Althusser uma abordagem materialista do discurso baseada numa epistemologia construtivista da abstração, os capítulos subsequentes passam ao pensamento foucaultiano e mostram suas semelhanças com a démarche de Marx e sua proximidade com a reflexão althusseriana: “Althusser e Foucault têm em comum estabelecer no próprio discurso a materialidade social e política, usualmente concebida como fundamentalmente fora do discurso” (Benoit, 2019BENOIT, Audrey. 2019. Trouble dans la matière. Pour une épistémologie matérialiste du sexe. Col. Philosophies Pratiques. 1a ed. Paris: Éd. Sorbonne. 359 p. ISBN 97910-351-0335-4.: 171). Ambos convergem para um pensamento do discurso, atribuindo-lhe particular importância na constituição dos objetos científicos e na produção de conhecimentos, decorrente da impossibilidade de estar fora do discurso - “espaço de constituição dos objetos e base material das relações de poder” (Benoit, 2019: 171) -, mas também por sua presença na reflexão de ambos sobre o poder e a sujeição, inclusive no descentramento que realizam em relação à questão da soberania. Benoit entende que os Aparelhos Ideológicos de Estado de Althusser e a reflexão por eles gerada, ao se manifestarem no próprio lugar dos corpos e das constituições subjetivas, repercutem às teses de Foucault sobre subjetividade e poder, obtidas ao modificar o discurso usual com a produção de novos objetos de conhecimento. Ainda no cap. 6, a convergência das discussões anteriores em torno de Canguilhem permite “construir a história dos discursos a partir da identificação de problemas, cristalizados nos conceitos em torno dos quais um fundo teórico pode ser reconstituído” (Benoit, 2019: 298).

No cap. 7, a autora volta às questões do sexo, revisita Butler e seus vínculos com Althusser e Foucault - notadamente as noções de sujeição, discurso e sexo, que corresponde a um objetivo de regulação e controle social graças à reunião, em uma unidade fictícia, de elementos anatômicos, funções biológicas, condutas, sensações, prazeres. Assim, propõem-se as bases de uma epistemologia materialista do sexo, considerando-o “um conceito que produz o processo de materialização do seu objeto” (Benoit, 2019BENOIT, Audrey. 2019. Trouble dans la matière. Pour une épistémologie matérialiste du sexe. Col. Philosophies Pratiques. 1a ed. Paris: Éd. Sorbonne. 359 p. ISBN 97910-351-0335-4.: 329, grifo nosso), em especial como fato e dado “naturais”.

Responder a esta questão em uma perspectiva epistemológica permite não negar de saída a realidade dos corpos, tampouco ignorar que estes nunca são dados de antemão e jamais poderiam preexistir à sua conceituação. A pretensão, portanto, é a de pensar a materialidade discursiva da existência social, isto é, a forma como o discurso, esboçando os contornos dos sujeitos e dos objetos que designa, os constitui socialmente como tais.

Inegavelmente audacioso, o trabalho apresenta uma precisão teórica de difícil acesso a quem não tem alguma leitura filosófica, sobretudo dos autores abordados. Em resumo, a obra lança mão de uma proposta de fundo para fazer face a um problema teórico maior que, no caso, perpassa os estudos de gênero, em particular em torno do que está em jogo nas representações identitárias e nas preocupações socioeconômicas relativas à produção e exploração das mulheres, como inseparáveis da reprodução e exploração do corpo feminino. A obra procura, então, articular o materialismo marxista e o pensamento queer, trazendo à tona uma tradição de pensamento que, além de cruzar as contribuições da epistemologia histórica e do materialismo, não mitiga a produção da natureza e do corpo pelo discurso: “considerar uma materialidade discursiva da realidade social representa uma aposta não só para o feminismo, mas também para o materialismo” (Benoit, 2019BENOIT, Audrey. 2019. Trouble dans la matière. Pour une épistémologie matérialiste du sexe. Col. Philosophies Pratiques. 1a ed. Paris: Éd. Sorbonne. 359 p. ISBN 97910-351-0335-4.: 9). Com a temática da construção discursiva do sexo, buscou-se propor elementos para uma epistemologia materialista que não ignora o poder do discurso de produzir e transformar a realidade social, e não simplesmente de descrevê-la ou refleti-la. Se a argumentação da autora tornou-se mais epistemológica do que feminista ou política, dando um lugar decisivo às concepções de realidade, fato, fenômeno, etc., foi por considerá-las o esteio de uma concepção do feminismo e da luta das mulheres.

Referências bibliográficas

  • BENOIT, Audrey. 2019. Trouble dans la matière. Pour une épistémologie matérialiste du sexe Col. Philosophies Pratiques. 1a ed. Paris: Éd. Sorbonne. 359 p. ISBN 97910-351-0335-4.
  • BUTLER, Judith. 1997. Excitable Speech-A Politics of the Performative New York/London: Routledge. 185 p.
  • BUTLER, Judith. 2005. Trouble dans le genre 1ª ed. Paris: La Découverte. 284 p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Dez 2021
  • Data do Fascículo
    2021
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