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Sou um homem branco? Epistemologia política do paradoxo majoritário1 1 Tradução: Sérgio Carrara (CLAM/IMS/UERJ), scarrara1@gmail.com. Atividade desenvolvida no contexto do Projeto CAPES/COFECUB Gênero Ameaça(n)do, coordenado por Éric Fassin e Anna Paula Uziel.

¿Soy un hombre blanco? Epistemología política de la paradoja mayoritaria

Am I a white man? Political epistemology of the majority paradox

Resumo

Como um homem branco pode falar sobre questões minoritárias? Sustento que a epistemologia dos saberes situados não diz respeito somente à perspectiva dos grupos minoritários e não silencia vozes majoritárias. Na verdade, não requer confissões, mas um pensamento crítico formulado em primeira pessoa. Procurando evitar o que Donna Haraway chamou de “truque de deus”, inicio o artigo discutindo a rejeição francesa dos estudos de gênero e dos estudos críticos sobre raça, situando-a no contexto de uma reação internacional. A reflexão de Joan W. Scott em torno do que ela nomeou de paradoxo minoritário (falar como mulher para não ser tratada como tal) nos ajuda então a conceitualizar o que chamo aqui de paradoxo majoritário: falar sobre questões minoritárias desde uma posição majoritária sem, entretanto, falar pelos sujeitos minoritários. Enfrentando seriamente o paradoxo majoritário formula-se então a posição de insider without, simetricamente oposta à que Patricia Hill Collins chamou de outsider within. Ser por essa razão tratado como traidor apenas revela um certo tipo de política identitária majoritária. Resistir a tal identificação pode ser assim produtivo.

Palavras-chave:
raça; gênero; sujeitos minoritários; sujeitos majoritários; saber localizado

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