Combinação de atributos naturais e antrópicos na definição do potencial de contaminação de aquíferos, sudeste do Brasil

Costa, Carlos Wilmer; Lorandi, Reinaldo; Lollo, José Augusto Di; Serikawa, Vagner de Souza

doi:10.14393/SN-v32-2020-56221

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Artigos • Soc. nat. 32 • 2020 • https://doi.org/10.14393/SN-v32-2020-56221 copiar

Combinação de atributos naturais e antrópicos na definição do potencial de contaminação de aquíferos, sudeste do Brasil

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Resumo

Com o comprometimento da disponibilidade dos mananciais superficiais e o uso intenso dos mananciais subterrâneos para abastecimento, as unidades aquíferas estão cada dia mais expostas a riscos de contaminação. Diante disso, combinar atributos naturais às influências antrópicas é uma estratégia adequada para a avaliação potencial de contaminação de aquíferos. O trabalho apresenta cartas de potencial de contaminação de aquíferos na bacia hidrográfica do Rio Claro (251,91km², Santa Rita do Passa Quatro, SP) em escala 1:50.000, considerando as unidades aquíferas presentes, informações de geologia de superfície, materiais inconsolidados e declividade dos terrenos; combinados com uso e cobertura da terra, via análise multicritério em ambiente SIG. As classes de potencial “alto” e “muito alto” (46,1% em 1994 e 48,6% em 2014) foram as mais representativas na área. Os potenciais de contaminação obtidos expressaram claramente a importância dos atributos geológicos na área. As mudanças de uso e cobertura da terra identificadas no período foram determinantes para que o potencial de contaminação dos aquíferos aumentasse consideravelmente. A adoção de medidas de controle do uso/cobertura da terra e melhorias no manejo do solo são alternativas para a proteção das águas subterrâneas nesta bacia hidrográfica

Palavras-chave:
Água subterrânea; SIG; Análise multicritério; Atributos geoambientais

Unidade	Era Período	Descrição
Depósitos Aluvionares	Cenozóica Holoceno	São representados por amplas planícies que ocorrem ao longo dos fundos de vale do Rio Claro e afluentes principais. São constituídas por sedimentos aluvionares e coluvionares de textura arenosa devido à contribuição das litologias adjacentes.
Formação Piraçununga	Cenozóica Terciário	É composta por sedimentos areno-argilosos de cor castanhos claros sem estruturas sedimentares muito pobremente selecionados. Na base, geralmente apresenta linha de seixos ou cascalheira, com seixos de quartzo e quartzito e fragmentos de limonita, sobrepostos de forma discordante sobre a Formação Corumbataí.
Formação Santa Rita do Passa Quatro	Cenozóica Terciário	Constituem-se de areias em matriz argilosa, sem estruturas sedimentares com cascalheira basal de seixos predominantemente de quartzo. Na área estes sedimentos têm coloração marrom, são muito friáveis e apresentam grânulos de quartzo dispersos em toda a espessura, esta, varia de poucos cm até alguns metros com apmpla distribuição horizontal (MASSOLI, 1981MASSOLI, M. Geologia do Município de Santa Rita do Passa Quatro, SP. Revista do Instituto Geológico, v. 2, n. 2, p. 35-45, 1981.).
Formação Serra Geral	Mesozóica Cretáceo	São regionalmente constituídos de soleiras e diques de magmatitos básicos, de textura fanerítica e coloração cinza a preta, apresentando intensamente fraturados e aspecto denso. Em fotografias aéreas, apresentam tonalidades cinza escuras, pendentes abruptas e distribuição preferencial ao longo de interflúvios.
Formação Botucatu	Mesozóica Jura/Cretáceo	Constituída predominantemente por arenitos eólicos atribuídos a depósitos em ambiente desértico, com granulação fina a média, partículas bem arredondadas e composição essencialmente quartzosa (80%), a espessura varia entre 20 e 280 metros. Apresenta grande quantidade de poros interconectados e uma elevada capacidade de armazenar e fornecer água.
Formação Pirambóia	Mesozóica Triássico	Composta por arenitos fluviais esbranquiçados, amarelados e róseos, médios a finos, às vezes bastantes argilosos, em função de posicionamento estratigráfico. Em fotografias aéreas, apresentam tonalidades cinza claro a branca,, com sistema de drenagem pouco desenvolvido, com padrão dendrítico.
Formação Corumbataí	Paleozóica Permiano	Composta, regionalmente, por folhelhos variegados, estando posicionada entre as formações Irati (inferior) e Pirambóia (superior). Em fotografias aéreas, estampa tonalidades cinza escuras e alta densidade de drenagem com padrão penado.

Materiais Inconsolidados	Área (km²)	Espessura (m)	Granulometria (%)*			Coeficiente de permeabilidade (cm/s)
Materiais Inconsolidados	Área (km²)	Espessura (m)	Ag	S	Ar
Quaternário	15,87	<2, 2-5	5	4	91	6,1 10^-3
Res. Santa Rita do P. Quatro	45,72	>5	14	8	78	3,7 10^-2
Res. Piraçununga	11,38	>5	28	7	65	4,2 10^-3
Res. Botucatu	17,65	<2, >5	20	5	75	3,8 10^-3
Res. Pirambóia	11,38	<2, >5	24	6	70	7,1 10^-3
Res. Magmatitos Básicos	26,48	<2, 2-5, >5	47	17	36	4,9 10^-4
Res. Corumbataí	19,65	<2	77	9	14	4,1 10^-4

CRUZAMENTO 2		Materiais inconsolidados (espessura)
CRUZAMENTO 2		(>5m)	(2 - 5m)	(<2m)
Resultado 1	Muito Baixo - 1	1	2	3
	Baixo - 2	1	2	3
	Médio - 3	2	3	4
	Alto - 4	3	4	5
	Muito Alto - 5	4	5	5

CRUZAMENTO 3		Declividades
CRUZAMENTO 3		> 20%	10 - 20%	5 - 10%	2 - 5%	0 - 2%
Resultado 2	Muito Baixo - 1	1	1	1	2	3
	Baixo - 2	1	1	2	3	4
	Médio - 3	2	2	3	4	4
	Alto - 4	3	4	4	5	5
	Muito Alto - 5	3	4	5	5	5

CRUZAMENTO 4		Uso e cobertura da terra
CRUZAMENTO 4		Cana-de-açúcar	Corpos hídricos	Outros cultivos*	Pastagem	Solo exposto	Vegetação nativa	Área urbanizada
Resultado 3	Muito Baixo - 1	2	3	2	1	2	1	2
	Baixo - 2	3	3	2	2	3	1	3
	Médio - 3	4	4	3	3	4	2	4
	Alto - 4	5	5	4	4	5	2	5
	Muito Alto - 5	5	5	5	5	5	3	5

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