Apesar de os métodos de sensoriamento remoto serem capazes de fornecer bases confiáveis para a identificação da quantidade e da configuração espacial do desflorestamento, eles não podem, sozinhos, explicar suas causas. Para isso, precisamos complementar a análise de imagens com dados sócio-econômicos advindos de levantamentos de campo ao nível da unidade produtivo-domiciliar, pois estas afetam processos como a migração, uso da terra e escolhas técnicas. Deste modo, ao combinarmos imageamento remoto e levantamento sócio-econômico de campo, obtemos um arcabouço metodológico híbrido com potencial de aumentar nossa capacidade de conhecer os determinantes da fragmentação florestal. Nós apresentamos um modelo metodológico desse tipo para o estudo do desflorestamento da Mata Atlântica. Dois estudos empíricos uma análise por sensoriamento remoto e outro baseado em levantamento de campo foram sobrepostos no contexto de um projeto de pesquisa mais amplo enfocando a fragmentação florestal no nordeste da região hidrográfica da Guanabara, Rio de Janeiro. Mostramos que, mais do que metodologias do tipo "colcha-de-retalhos", precisamos de esquemas teoricamente informados que dêem sentido ao uso de diferentes abordagens e métodos geoecológicos para documentar e interpretar as mudanças de uso da terra.
sensoriamento remoto; levantamento sócio-econômico de campo; metodologia geoecológica; fragmentação florestal; Mata Atlântica