Resumo
O fluxo de repertórios simbólicos presente não somente pelo deslocamento de pessoas, mas também de signos (textos, sons e imagens), é fundamental para a compreensão sociológica das experiências negras nas sociedades modernas. Enquanto estéticas em movimento, as musicalidades negras, por sua vez, são encaradas como um elemento central da cultura política forjada pelas experiências afro-diaspóricas. Neste artigo, busca-se demonstrar que a música caipira também pode ser vista como parte do mosaico das modernidades negras instituídas no Brasil. Isso porque, além de ser protagonizada, em muitos casos, por artistas negros, há uma parte da música caipira que constituiu uma estética racializada, a qual configurou memórias e narrativas acerca da negritude de parte da população sertaneja. Através da música caipira, ruralidades negras eram recriadas e reinventadas durante os processos de modernização vivenciados pela sociedade brasileira.
Palavras-chave:
música caipira; musicalidades negras; ruralidades negras