Acessibilidade / Reportar erro

Primeira ocorrência de Prospodium bicolor em ipê-amarelo (Handroanthus serratifolius) no Cerrado Piauiense

Figura 1
Lesões provocadas pelo agente causal Prospodium bicolor nas faces adaxial e abaxial do limbo foliar (a e b, respectivamente) e em pecíolos (c) de plantas de ipê-amarelo (Handroanthus serratifolius); Uredósporos vistos em aumento de 40x (d). Barra em d equivalente a 20µm.

Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O. Grose, conhecida como ipê-amarelo, é uma espécie pertencente à família Bignoniaceae, encontrada em florestas pluviais e semidecíduas das regiões Amazônica, Sudeste e Nordeste, onde a família apresenta uma ampla variedade de usos etnobotânicos e econômicos (33 Gentry, A.H. Bignoniaceae - Part I (Crescentieae and Tourrettieae). Flora Neotropica Monograph, The New York Botanical Garden, n.25, p. 1-130, 1980.). Em novembro de 2016, no início do período chuvoso, foram observados no Campus Professora Cinobelina Elvas, da Universidade Federal do Piauí (CPCE-UFPI), em Bom Jesus (09’04° 28’’S, 44’ 21° 31’’W, 277 m), plantas de ipê-amarelo com sintomas de galhas nas folhas e nos pecíolos. Essas galhas apresentavam uma massa contendo esporulação de aspecto marrom-pulverulenta (Figura 1a - 1c). Subsequentemente, o material foi encaminhado ao Laboratório de Fitopatologia (CPCE/UFPI) para observação das estruturas do patógeno presentes nos tecidos lesionados. As estruturas foram fotografadas em microscópio trinocular Leica DM2500, com óptica infinita, equipado com sistema de câmera digital colorida Leica modelo DFC7000 T e mensuradas com o auxílio do Módulo Leica LAS Interactive Measurements. O patógeno isolado apresentava as seguintes características: presença de uredósporos (estruturas de reprodução assexuada) de coloração amarelada e equínulas na parede externa. O valor médio do diâmetro e comprimento do uredósporo, determinado por meio de 50 repetições, foi de respectivamente (13-)15(-17) µm e (19-)21(-28) µm parede bilaminada (1–)1(–2) µm. Baseado em suas características morfológicas, o patógeno foi identificado como Prospodium bicolor F.A. Ferreira & J.F. Hennen, pertencente à classe Basidiomycetes, sub-classe Heterobasidiomycetidae, ordem Uredinales e família Uropyxidaceae (11 Carvalho, A.A.; Hennen, J.F. New species and nomenclature in Prospodium (Uropyxidaceae, Pucciniales) and the new anamorphic genus Canasta in the Neotropics. Mycologia, Lexington, v. 102, p. 1096-1113, 2010.), sendo agente causal da ferrugem. O gênero tem sido considerado um dos patógenos neotropical de grande importância, que acomete vários membros da família Bignoniaceae (22 Ferreira, F.A. Patologia Florestal: principais doenças florestais no Brasil. Sociedade de Investigação Florestal, Viçosa, 1989. 570p.). Este é o primeiro relato de Prospodium bicolor no estado do Piauí.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Carvalho, A.A.; Hennen, J.F. New species and nomenclature in Prospodium (Uropyxidaceae, Pucciniales) and the new anamorphic genus Canasta in the Neotropics. Mycologia, Lexington, v. 102, p. 1096-1113, 2010.
  • 2
    Ferreira, F.A. Patologia Florestal: principais doenças florestais no Brasil Sociedade de Investigação Florestal, Viçosa, 1989. 570p.
  • 3
    Gentry, A.H. Bignoniaceae - Part I (Crescentieae and Tourrettieae). Flora Neotropica Monograph, The New York Botanical Garden, n.25, p. 1-130, 1980.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Jun 2022
  • Data do Fascículo
    Jan-Mar 2022

Histórico

  • Recebido
    14 Set 2017
  • Aceito
    13 Jan 2022
Grupo Paulista de Fitopatologia FCA/UNESP - Depto. De Produção Vegetal, Caixa Postal 237, 18603-970 - Botucatu, SP Brasil, Tel.: (55 14) 3811 7262, Fax: (55 14) 3811 7206 - Botucatu - SP - Brazil
E-mail: summa.phyto@gmail.com