RESUMO
Em viveiros de mudas de cafeeiro (Coffea arabica) ocorrem condições favoráveis para a ocorrência de epidemias da mancha aureolada (Pseudomonas syringae pv. garcae). Estudar a distribuição espacial de plantas doentes pode auxiliar na adoção de estratégias de manejo. Nesse sentido, a geoestatística tem sido aplicada para modelar a distribuição espacial e estudar aspectos epidemiológicos de doenças de plantas. Assim, este estudo foi desenvolvido para caracterizar o padrão de distribuição espacial da mancha aureolada em viveiro de mudas de cafeeiro. Para isso, o progresso da doença foi monitorido ao longo do tempo em 704 mudas organizadas em linhas e colunas em viveiro. Considerando o diâmetro médio dos recipientes utilizados para produção das mudas, foi realizado o georreferencimento das mudas no viveiro em sistema de coordenadas plano-cartesiano. Os dados de incidência da doença foram submetidos a uma análise exploratória não espacial e à análise geoestatística. O semivariograma isotrópico esférico foi ajustado aos dados e a interpolação dos dados foi realizada por krigagem ordinária para visualizar a distribuição espacial de mudas sintomáticas. Epidemia da doença foi detectada em viveiro durante o período experimental, havendo variabilidade e dependência espacial em relação à distribuição das mudas doentes. Com o decorrer da epidemia, houve aumento da população de plantas doença, número e tamanho dos focos e coalescência desses. Além disso, houve aumento do valor do alcance, patamar e do efeito pepita. Os mapas de krigagem mostraram o progresso da doença e sua variação. A epidemia da mancha aureolada do cafeeiro iniciou com padrão aleatório de distribuição espacial, progredindo para padrão agregado.
Palavras-chave
Pseudomonas syringae pv. garcae; Coffea arabica; dependencia espacial; manejo de doenças de plantas; epidemiologia