COMUNICAÇÕES
Primeiro relato de Lembosia bromeliacearum var. stellulata (Asterinaceae) em Vriesea carinata (Bromeliaceae)
Olinto L. Pereira; Paula T. C. Castro; Robert W. Barreto
Departamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa, CEP 36571-000, Viçosa, MG. E-mail: liparini@bol.com.br
Durante um estudo da micobiota associada a algumas plantas epífitas do Parque Estadual do Rio Doce, um ascomiceto bitunicado, pertencente à família Asterinaceae, foi encontrado colonizando folhas da bromélia Vriesea carinata Wawra. O fungo possue as seguintes características morfológicas: colônias em folhas com diâmetro de 3 6 mm, de coloração negra; micélio interno ausente; hipostroma ausente, micélio externo marrom escuro, 2,5 5,0 µm diâm., com hifopódios capitados laterais 7,5 10,0 x 5 10 µm , setas ausentes; ascomas ascostromáticos, superficiais, lineares a elipsóides, arranjados em forma estrelar (Figura 1A), localizado na superfície adaxial das folhas, 70 369 x 70 229 µm, com deiscência por ostíolo longitudinal (Figura 1B), com abertura por ruptura e parede composta por células escuras e espessas; pseudoparáfises presentes, 2,5 µm diâm., filiformes, septadas, hialinas; ascos bitunicados (Figura 1C), 12,5 50,0 x 7,5 25,0 µm, oval a ovóide, paralelos, com 8 ascósporos por asco; ascósporos didimosporos, 25 30 x 6 7 µm, hialinos a marrom escuros e lisos (VIC 27796). Anamorfo ausente. As características morfológicas permitiram a identificação do fungo como sendo Lembosia bromeliacearum Rehm. var. stellulata Rehm., fitopatógeno relatado somente em espécies da família Bromeliaceae (Theissen, F., Annales Mycologici, v.11, p.425-467, 1913). Essa variedade difere da variedade bromeliacearum pelo arranjo estrelar dos ascomas, encontrado apenas em L. bromeliacearum var. stellulata (Figura 1A). Na América do Sul, L. bromeliacearum var. stellulata é relatado em Aechmea sp., Tillandsia sp., Vriesea sp. e Vriesea glutinosa (Viégas, A.P., Índice de fungos da América do Sul. 1.ed. Campinas: Instituto Agronômico, 1961. 920p.). Portanto esse é o primeiro relato desse fitopatógeno na espécie V. carinata.
Agradecimentos ao Parque Estadual do Rio Doce pelas facilidades de acomodação e ao CNPq pelo apoio financeiro.
Data de chegada: 17/12/2005. Aceito para publicação em: 15/07/2006.
Autor para correspondência: Olinto L. Pereira
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
13 Nov 2006 -
Data do Fascículo
Set 2006