Acessibilidade / Reportar erro

Redução da severidade do mofo cinzento em mudas de Eucalyptus benthamii tratadas com Trichoderma atroviride

Reduction in gray mold severity in Eucalyptus benthamii seedlings treated with Trichoderma atroviride

RESUMO

O mofo cinzento, causado por Botrytis cinerea, é responsável por mortalidade em mudas de Eucalyptus benthamii. O controle biológico é uma alternativa, devido à falta de produtos registrados para eucalipto no Brasil. Este estudo avaliou o fungo endofítico Trichoderma atroviride, isolado de eucalipto, para controle de B. cinerea. O ensaio consistiu na aplicação de uma suspensão de esporos de T. atroviride em mudas de E. benthamii, 24, 48 ou 72 horas antes de inocular B. cinerea. Como controle positivo utilizou-se iprodione. Mudas inoculadas foram mantidas em casa de vegetação por 21 dias. A severidade foi avaliada com auxílio de escala de sintomas de 0 (sem lesões) a 4 (alta severidade). Trichoderma atroviride reduziu significativamente a severidade da doença, independentemente do tempo de aplicação prévio, de modo similar ao fungicida.

Palavras-chave
Botrytis cinerea; eucalipto; viveiro

ABSTRACT

Gray mold, caused by Botrytis cinerea, is responsible for mortality of Eucalyptus benthamii seedlings. Biological control is an alternative due to the lack of products registered for eucalyptus in Brazil. This study evaluated the endophytic fungus Trichoderma atroviride, isolated from eucalypt, for controlling B. cinerea. The assay consisted in the application of a spore suspension of T. atroviride on E. benthamii seedlings at 24, 48 or 72 h before B. cinerea inoculation. Iprodione was used as positive control. Inoculated seedlings were maintained in a greenhouse for 21 days. Severity was evaluated based on a scale of symptoms from 0 (no lesions) to 4 (high severity). Trichoderma atroviride significantly reduced the disease severity, independent of the time of previous pulverization, similarly to the fungicide.

Keywords
Botrytis cinerea; eucalyptus; nursery

As baixas temperaturas e geadas da região Sul do Brasil exigem o plantio de espécies tolerantes, como Eucalyptus benthamii Maiden et Cambage, originária do Sul da Austrália. Por sua rusticidade, bom crescimento e forma do fuste existe uma grande demanda por mudas dessa espécie. Entretanto, o mofo cinzento (Botrytis cinerea Pers.: Fr.) é uma doença comum em mudas de E. benthamii, causando sua morte e prejuízos em viveiros comerciais (11 Alfenas, A.C.; Zauza, E.A.V.; Mafia, R.G.; Assis, T.F. Clonagem e doenças de eucalipto. Viçosa, MG: UFV, 2009. 500 p.). O mofo cinzento é controlado por práticas culturais e uso de fungicidas. Segundo Bizi (33 Bizi, R.M. Alternativa de controle do mofo-cinzento e do oídio em mudas de eucalipto. 2006. 74 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.), fungicidas são utilizados em viveiros florestais, somente em casos de elevada severidade e pela falta de produtos registrados para a cultura de eucalipto. Estes fatores têm estimulado o uso do controle biológico.

Os relatos de controle biológico de B. cinerea com fungos, no Brasil, apontam para Clonostachys rosea (Link : Fr.) Schroers, Samuels, Seifert and Gams em rosa (99 Morandi, M.A.B.; Maffia, L.A.; Mizubuti, E.S.G.; Alfenas, A.C.; Barbosa, J.G. Supression of Botrytis cinerea sporulation by Clonostachys rosea on rose debris: a valuable component in Botrytis blight management in commercial greenhouses. Biological Control, Orlando, v. 26, n. 3, p. 311-317, 2003.) e fúcsia (1313 Silvera-Pérez, A.E.; Valdebenito-Sanhueza, R.; Duarte, V.; Santos, H.P.; Felipetto, J. Controle do mofo cinzento com Clonostachys rosea na produção de mudas de fúcsia. Tropical Plant Pathology, Lavras, v. 35, n. 3, p.163-169, 2010.), Trichoderma spp. e Lecanicillium sp. em eucalipto (33 Bizi, R.M. Alternativa de controle do mofo-cinzento e do oídio em mudas de eucalipto. 2006. 74 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.) e Trichoderma harzianum Rifai e Gliocladium viride Matr. em tomate (5).

No controle biológico de fitopatógenos, os endófitos participam pela competição espacial e por nutrientes, pelo parasitismo direto e/ou inibição decorrente da produção de metabólitos com ação antibiótica (1212 Silva, H.S.A.; Bettiol, W.; Terrasan, C.R.F.; Tozzi, J.P.L.; Melo, I.S. de; Nunes, F.V. Microrganismos endofíticos: potencial de uso como agentes de biocontrole da ferrugem do cafeeiro. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2006. 25p. (Embrapa Meio Ambiente. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 17).) e podem ser empregados, sem prejuízos a planta hospedeira. Existem vários exemplos como Acremonium kilense contra Fusarium oxysporum em tomateiro (22 Azevedo, J.L. Microrganismos endofíticos. In: Azevedo, J.L.; MELO, I.S. Ecologia microbiana. Jaguariúna: Embrapa-CNPMA. p. 117-137, 1998.) e Colletotrichum sp., contra Gaeummanomyces graminis var. tritici (66 Lu, H.; Zou, W.X.; Meng, J.C.; Hu, J.; Tan, R.X. New bioactive metabolites produced by Colletotrichum sp., an endophytic fungus in Artemisia annua. Plant Science, Limerick, v.151, p.67-73, 2000)

Sbravatti Junior et al. (1111 Sbravatti Junior, J.A.; Auer, C.G.; Pimentel, I.C.; Santos, A.F. dos; Schultz, B. Seleção in vitro de fungos endofíticos para o controle biológico de Botrytis cinerea em Eucalyptus benthamii. Floresta, Curitiba, v. 43, p. 145-152, 2013.) selecionando fungos endofíticos in vitro obtidos de mudas sadias de E. benthamii contra B. cinerea, encontraram: Aspergillus sp., Penicillium sp. e Trichoderma sp. Destes, somente o gênero Trichoderma é reconhecido pelo biocontrole de fungos (77 Machado, D.F.M.; Parzianello, F.R.; Silva, A.C.F. da; Antoniolli, Z.I. Trichoderma no Brasil: o fungo e o bioagente. Revista de Ciências Agrárias, Lisboa, v. 35, n. 1. p. 274-288. 2012.). Assim, este estudo avaliou o efeito de Trichoderma sp. na severidade do mofo cinzento em mudas de E. benthamii.

Para tal estudo, um isolado de B. cinerea foi obtido de mudas seminais doentes e o isolado endofítico Trichoderma sp. foi obtido de mudas sadias de E. benthamii, coletadas de viveiro comercial em Guarapuava, PR (1111 Sbravatti Junior, J.A.; Auer, C.G.; Pimentel, I.C.; Santos, A.F. dos; Schultz, B. Seleção in vitro de fungos endofíticos para o controle biológico de Botrytis cinerea em Eucalyptus benthamii. Floresta, Curitiba, v. 43, p. 145-152, 2013.). Os isolados purificados foram multiplicados em meio BDA (batata-dextrose-ágar; 39 g de extrato comercial, 1000 mL água ultrapurificada) e encontram-se preservados na Coleção de Fungos Florestais, Embrapa Florestas, em Colombo, PR. O isolado endofítico não se mostrou patogênico em mudas de E. benthamii (1010 Sbravatti Junior, J.A. Seleção in vitro de fungos endofíticos para o controle biológico de Botrytis cinerea em Eucalyptus benthamii. 2013. 54 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Curso de Pós-graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.).

Os isolados foram submetidos ao sequenciamento das regiões ITS do DNA ribossomal para a identificação ao nível de espécie, pela comparação com sequências depositadas no GenBank. Foi possível identificar o patógeno Botrytis cinerea (= Botryotinia fuckeliana (de Bary) Whetzel) com número de acesso KJ476441. No caso de Trichoderma sp. verificou-se pertencer à espécie Trichoderma atroviride P. Karst, com número de acesso KC311840.

O bioensaio foi feito em casa de vegetação do Laboratório de Patologia Florestal, Embrapa Florestas, em Colombo, PR, em 2013, usando mudas sadias com 30 cm de altura. As mudas, procedentes do mesmo viveiro, foram produzidas em tubetes plásticos de 55 cm3 com substrato constituído de vermiculita, turfa, casca de arroz carbonizada, com traços de calcário dolomítico, de gesso agrícola e fertilizante de liberação lenta.

Os conídios de T. atroviride foram produzidos em meio BDA. Para a produção de conídios de B. cinerea, optou-se por uma técnica alternativa em frascos com brotações de árvores jovens de E. benthamii esterilizadas, relatada por Sbravatti Junior (1010 Sbravatti Junior, J.A. Seleção in vitro de fungos endofíticos para o controle biológico de Botrytis cinerea em Eucalyptus benthamii. 2013. 54 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Curso de Pós-graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.). Este método permite a produção de grande quantidade de conídios deste fungo.

O ensaio foi montado em delineamento fatorial com quatro tratamentos (testemunha, somente patógeno, T. atroviride e iprodione) x três tempos de aplicação do endofítico antes do patógeno (24, 48 ou 72 h), sendo utilizadas dez mudas por tratamento. Inicialmente, para a testemunha aplicou-se somente água esterilizada. No tratamento somente patógeno, aplicou-se uma suspensão de conídios de B. cinerea em água esterilizada com 3,4 x 106 conídios.mL-1. Nos tratamentos com T. atroviride (24, 48 ou 72h) aplicou-se uma suspensão de conídios em água esterilizada com 2,87 x 106 conídios.mL-1. A concentração de esporos das suspensões foi determinada com o auxílio de câmara de Neubauer, em microscópio ótico (400x). Todas as suspensões de conídios aplicadas nas mudas foram preparadas com água esterilizada mais Tween 20 a 0,01 %. No controle positivo, aplicou-se uma solução de iprodione de 2,4 mL.L-1 i. a. (11 Alfenas, A.C.; Zauza, E.A.V.; Mafia, R.G.; Assis, T.F. Clonagem e doenças de eucalipto. Viçosa, MG: UFV, 2009. 500 p.) em água esterilizada.

Após a aplicação dos tratamentos com T. atroviride, as mudas dos tratamentos com endofítico e iprodione foram pulverizadas com suspensões de conídios de B. cinerea ajustadas nas concentrações de 5,5 x 106 e 1,0 x 106 conídios.mL-1, respectivamente. Em seguida, as mudas tratadas foram dispostas em caixas plásticas, separadas segundo os tratamentos, em casa de vegetação, sob condição ambiente.

A severidade das lesões foi avaliada após 21 dias, conforme escala proposta por Bizi (33 Bizi, R.M. Alternativa de controle do mofo-cinzento e do oídio em mudas de eucalipto. 2006. 74 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.) para quantificar a severidade do mofo cinzento em eucalipto: 0 = sem lesão; 1 = infecção leve (lesões restritas, sem coalescência); 2= infecção média (lesões coalescentes na folha, sem atingir a haste); 3= infecção severa (lesões coalescentes na folha, até atingir a haste) e 4 = infecção muito severa (colonização da muda até a ponteira). A análise da variância foi feita pelo programa SANEST e a comparação das médias pelo teste de Duncan com 1 % de probabilidade.

Em todos os tratamentos testados ocorreu mofo cinzento (Tabela 1), inclusive na testemunha com água, mostrando que algumas das mudas se apresentavam assintomáticas. A severidade foi significativamente menor com as aplicações prévias de T. atroviride e de iprodione se comparado com a severidade das mudas inoculadas somente com B. cinerea. No geral, o efeito do endófito foi similar ao fungicida. Como não houve efeito significativo do período de aplicação prévia, o endófito pode ser aplicado previamente a qualquer momento antes do patógeno.

Tabela 1
Severidade médiaa a escala de severidade: 0 = ausência de sintomas; 1 = infecção leve; 2 = infecção média; 3 = infecção severa; 4 = infecção muito severa. de mofo cinzento em mudas de Eucalyptus benthamii tratadas preventivamente com Trichoderma atroviride e iprodione, incubadas em casa de vegetação por 21 dias. Colombo, PR. 2013.

Considerando a severidade média dos tratamentos, percebe-se que T. atroviride promoveu redução de 83,5% do mofo cinzento contra 87,8% com o uso de iprodione. Esta redução se aproxima da encontrada por Molina Mercader et al. (88 Molina Mercader. G.; Flores. S.Z.; Vargas, G.G.; von Stowasser, E.S. Selección de hongos antagonistas para el control biológico de Botrytis cinerea en viveros forestales en Chile. Bosque, Valdivia, v. 27, n. 2, p. 126-134, 2006. doi: 10.4067/S0717-92002006000200007.
https://doi.org/10.4067/S0717-9200200600...
) que estudando Clonostachys spp. e Trichoderma spp. contra B. cinerea em mudas de E. globulus, comprovaram redução média significativa de 85% da doença.

Este é o primeiro relato de T. atroviride endofítico para o controle de B. cinerea em mudas de eucalipto. Etapas futuras de estudo de biocontrole do mofo cinzento deverão contemplar a aplicação de T. atroviride em viveiro comercial, analisando concentração da suspensão de conídios e frequência de aplicação.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Alfenas, A.C.; Zauza, E.A.V.; Mafia, R.G.; Assis, T.F. Clonagem e doenças de eucalipto Viçosa, MG: UFV, 2009. 500 p.
  • 2
    Azevedo, J.L. Microrganismos endofíticos. In: Azevedo, J.L.; MELO, I.S. Ecologia microbiana Jaguariúna: Embrapa-CNPMA. p. 117-137, 1998.
  • 3
    Bizi, R.M. Alternativa de controle do mofo-cinzento e do oídio em mudas de eucalipto 2006. 74 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
  • 4
    Camargo Filho, M.R. Trichoderma spp. como agentes de biocontrole de Cylindrocladium scoparium e como promotores de crescimento em mudas de eucalipto 2008. 74 f. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia) – Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília, Brasília.
  • 5
    Lisboa, B.B.; Bochese, C.C.; Vargas, L.K.; Silveira, J.R.; Radin, B.; Oliveira, A.M.R. de. Eficiência de Trichoderma harzianum e Gliocladium viride na redução da incidência de Botrytis cinerea em tomateiro cultivado sob ambiente protegido. Ciência Rural, Santa Maria, v. 37, n. 5, p. 1255-1260, 2007.
  • 6
    Lu, H.; Zou, W.X.; Meng, J.C.; Hu, J.; Tan, R.X. New bioactive metabolites produced by Colletotrichum sp., an endophytic fungus in Artemisia annua Plant Science, Limerick, v.151, p.67-73, 2000
  • 7
    Machado, D.F.M.; Parzianello, F.R.; Silva, A.C.F. da; Antoniolli, Z.I. Trichoderma no Brasil: o fungo e o bioagente. Revista de Ciências Agrárias, Lisboa, v. 35, n. 1. p. 274-288. 2012.
  • 8
    Molina Mercader. G.; Flores. S.Z.; Vargas, G.G.; von Stowasser, E.S. Selección de hongos antagonistas para el control biológico de Botrytis cinerea en viveros forestales en Chile. Bosque, Valdivia, v. 27, n. 2, p. 126-134, 2006. doi: 10.4067/S0717-92002006000200007.
    » https://doi.org/10.4067/S0717-92002006000200007
  • 9
    Morandi, M.A.B.; Maffia, L.A.; Mizubuti, E.S.G.; Alfenas, A.C.; Barbosa, J.G. Supression of Botrytis cinerea sporulation by Clonostachys rosea on rose debris: a valuable component in Botrytis blight management in commercial greenhouses. Biological Control, Orlando, v. 26, n. 3, p. 311-317, 2003.
  • 10
    Sbravatti Junior, J.A. Seleção in vitro de fungos endofíticos para o controle biológico de Botrytis cinerea em Eucalyptus benthamii 2013. 54 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Curso de Pós-graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
  • 11
    Sbravatti Junior, J.A.; Auer, C.G.; Pimentel, I.C.; Santos, A.F. dos; Schultz, B. Seleção in vitro de fungos endofíticos para o controle biológico de Botrytis cinerea em Eucalyptus benthamii Floresta, Curitiba, v. 43, p. 145-152, 2013.
  • 12
    Silva, H.S.A.; Bettiol, W.; Terrasan, C.R.F.; Tozzi, J.P.L.; Melo, I.S. de; Nunes, F.V. Microrganismos endofíticos: potencial de uso como agentes de biocontrole da ferrugem do cafeeiro Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2006. 25p. (Embrapa Meio Ambiente. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 17).
  • 13
    Silvera-Pérez, A.E.; Valdebenito-Sanhueza, R.; Duarte, V.; Santos, H.P.; Felipetto, J. Controle do mofo cinzento com Clonostachys rosea na produção de mudas de fúcsia. Tropical Plant Pathology, Lavras, v. 35, n. 3, p.163-169, 2010.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2016

Histórico

  • Recebido
    26 Jan 2016
  • Aceito
    22 Ago 2016
Grupo Paulista de Fitopatologia FCA/UNESP - Depto. De Produção Vegetal, Caixa Postal 237, 18603-970 - Botucatu, SP Brasil, Tel.: (55 14) 3811 7262, Fax: (55 14) 3811 7206 - Botucatu - SP - Brazil
E-mail: summa.phyto@gmail.com