CONTEXTO E OBJETIVO: Candidíase vulvovaginal (CVV) é causada pelo crescimento anormal de fungos do tipo leveduras na mucosa do trato genital feminino. Pacientes com diabetes mellitus (DM) são mais susceptíveis a infecções fúngicas, incluindo por espécies de Candida. O presente estudo investigou a frequência de isolamento total de Candida spp. vaginal, e diferentes quadros clínicos (CVV e CVV recorrente- CVVR) em mulheres com DM tipo 2 comparadas às não diabéticas. A razão de cura do tratamento com fluconazol também foi avaliada. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal realizado no sistema público de saúde de Maringá, Paraná, Brazil. MÉTODO: O estudo envolveu 717 mulheres de 17-74 anos de idade e, destas, 48 (6,7%) tinham DM 2 (média de 53,7 anos), independentemente de sinais e sintomas de CVV. As leveduras foram isoladas e identificadas por métodos fenotípicos clássicos. RESULTADOS: No grupo de não diabéticas (controle), leveduras vaginais totais foram isoladas em 79 (11,8%) mulheres, e no grupo de diabéticas, em 9 (18,8%) (P = 0,000). O grupo de diabéticas mostrou mais mulheres sintomáticas (CVV + CVVR = 66,66%) do que colonizadas (33.33%), e significativamente mais colonização, CVV e CVVR, que as controle. A razão média de cura com fluconazol foi de 75.0% no grupo diabéticas e 86.7% no controle (P = 0.51). CONCLUSÃO: Nós encontramos que DM 2 em mulheres brasileiras associou-se com colonização vaginal por leveduras, CVV e CVVR, razão similar de isolamento de C. albicans e espécies não albicans. Boa taxa de cura foi obtida com fluconazol em ambos os grupos.
Candida; Candidíase vulvovaginal; Diabetes mellitus; Fluconazol; Terapêutica