RESUMO
CONTEXTO E OBJETIVO:
O objetivo do presente estudo é avaliar modelos matemáticos de pós-análise do limiar de lactato em grupos de corredores de longa distância muito ou pouco treinados.
TIPO DE ESTUDO E LOCAL:
Estudo laboratorial experimental. Hospital Público Universitário Terciário.
MÉTODO:
Vinte e sete corredores homens foram divididos em: pouco treinados (frequência < 4 vezes por semana, < 6 meses, velocidade ≥ 5,0 minutos/km) e muito treinados (frequência ≥ 4 vezes por semana, ≥ 6 meses, velocidade < 5,0 minutos/km). Os participantes foram submetidos a protocolo de esteira escalonado (1% inclinação) = 1 km/h por fase (4 minutos). Ao fim de cada estágio, análise da "impressão digital" metabolômica foi realizada. O limiar do lactato (i.e. velocidade em que o lactato sanguíneo aumenta exponencialmente) foi medido utilizando-se três métodos: aumento de 1 mmol/l da concentração, concentração absoluta de 4 mmol e método semi-log. ANOVA foi utilizada para comparar os diferentes limiares de lactato e grupos.
RESULTADO:
Atletas muito treinados apresentaram limiares de lactato maiores que os corredores pouco treinados, independentemente do método de cálculo utilizado. Comparando todos os corredores juntos, as análises de aumento de 1 mmol/l e semi-log não foram diferentes, enquanto a concentração absoluta de 4 mmol/l foi significativamente mais baixa que as dos dois outros métodos. Essas mesmas tendências foram observadas ao se compararem os métodos de limiar de lactato no grupo menos treinado. Entretanto, a análise absoluta de 4 mmol/l foi menor do que a do aumento de 1 mmol/l no grupo muito treinado.
CONCLUSÃO:
O método concentração absoluta de 4 mmol não mostrou mensurações comparáveis de limiar do lactato quando comparado com os protocolos aumento de 1 mmol/l e semi-log nos atletas pouco treinados.
PALAVRAS-CHAVE:
ácido láctico; resistência física; limiar anaeróbio; consumo de oxigênio; teste de esforço; medicina esportiva