CONTEXTO E OBJETIVO
É ainda controversa na literatura a teoria de que eventos obstétricos e traumas no assoalho pélvico representariam menor risco para mulheres submetidas ao parto cesárea do que para aquelas submetidas a parto vaginal, no tocante a subsequente incontinência urinária. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de incontinência urinária e disfunção muscular do assoalho pélvico dois anos após o parto e os fatores responsáveis por elas.
TIPO DE ESTUDO E LOCAL
Estudo transversal conduzido em universidade pública.
MÉTODOS
Foram selecionadas 220 mulheres dois anos após parto cesáreo eletivo ou parto vaginal. Foram avaliados sintomas de incontinência urinária e disfunção muscular do assoalho pélvico por palpação digital e perineômetro.
RESULTADOS
A prevalência de incontinência urinária dois anos após parto vaginal e cesárea foi de 17% e 18,9% respectivamente. O único fator de risco para disfunção muscular do assoalho pélvico foi o ganho de peso durante a gestação. Índice de massa corporal inferior a 25 kg/m22. Eftekhar T, Hajibaratali B, Ramezanzadeh F, Shariat M. Postpartum evaluation of stress urinary incontinence among primiparas. Int J Gynaecol Obstet. 2006;94(2):114-8. e disfunção muscular do assoalho pélvico normal foram fatores de proteção contra incontinência urinária. Incontinência urinária na gestação aumentou o risco de incontinência urinária dois anos pós-parto.
CONCLUSÃO
Incontinência urinária gestacional foi um precursor crucial de incontinência urinária pós-parto. O ganho de peso durante a gestação aumentou o risco posterior de disfunção muscular do assoalho pélvico e o parto cesárea eletivo não foi uma ação de prevenção para a incontinência urinária.
Cesárea; Diafragma da pelve; Período pós-parto; Gravidez; Incontinência urinária