O envolvimento patológico do sistema neurovegetativo na moléstia de Chagas é fato reconhecido com base em numerosos estudos independentes in vivo e post mortem. Essas investigações incluem o homem e diferentes espécies animais. Tenha-se presente, na interpretação desse envolvimento patológico, a complexidade da organização dos componentes autonômicos e a limitação metodológica. Aceitas algumas ressalvas, porém realçando-se a exclusão de efeitos inespecíficos da insuficiência cardíaca, conclui-se ser a cardiopatia chagásica modelo experimental de denervação, adequado para a compreensão da fisiopatologia cardiovascular. Se isso aproveita à biologia médica e comparativa, não há como negar que todos os estudos se ressentem da carência de melhor compreensão da estrutura molecular das diferentes espécies de Trypanosomatidae. Tal entendimento pode conduzir-nos à elucidação das discrepâncias entre investigações realizadas em diferentes áreas geográficas, não só quanto à presumível lesão autonômica, como também ao seu grau e à sua exteriorização clínica.