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Twinning rate in a sample from a Brazilian hospital with a high standard of reproductive care

CONTEXTO: Os estudos epidemiológicos de nascimentos de gêmeos têm sido motivados principalmente pela correlação positiva entre a taxa de gemelaridade e a fertilidade humana, prematuridade, baixo peso ao nascer e risco aumentado de morbimortalidade. OBJETIVO: Este trabalho pretende estimar a incidência de nascimentos múltiplos em um hospital particular brasileiro com alto padrão de cuidados reprodutivos, e avaliar os efeitos da idade materna, ordem gestacional e fertilização assistida sobre a taxa de gemelaridade. TIPO DE ESTUDO: Análise retrospectiva. LOCAL: Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, Brasil. PARTICIPANTES: A taxa de nascimentos múltiplos foi estudada levando em conta 7.997 partos ocorridos entre 1995 e 1998, os quais incluíram 7.786 nascimentos de parto único, 193 gêmeos, 17 trigêmeos e um quadrigêmeo. RESULTADOS: As taxas de nascimento por 1.000 de gêmeos dizigóticos e monozigóticos e de trigêmeos foi estimada, respectivamente, como igual a 19,51, 4,50 e 2,13. As taxas de nascimento de gêmeos dizigóticos e de trigêmeos foram as mais altas no Brasil até o presente. A taxa de gemelaridade entre as primigestas acima de 30 anos foi muito alta (45,02 por mil) e decorreu de uma freqüência desproporcional de pares dizigóticos. A taxa de trigêmeos também foi muito alta nesse grupo de mães (5,71 por mil). Esses fatos são fortes indicadores que essas mulheres foram, mais freqüentemente, submetidas a técnicas de fertilização assistida. A média da idade materna da população estudada foi cerca de seis anos mais alta do que a média estimada para a população do sudeste brasileiro e mostrou uma tendência de aumento no período estudado. As primigestas com menos de 30 anos de idade e as multigestas acima de 30 anos de idade apresentaram taxas similares de gemelaridade, atingindo quase 20 por mil nascimentos. Entre os partos das mães multigestas acima de 30 anos de idade, foi observada uma alta freqüência de gêmeos monozigóticos (7,04 por mil), a qual pode ser atribuída, mais provavelmente, a efeitos residuais provocados pelo longo tempo de uso de anticoncepcionais orais. CONCLUSÕES: A taxa de gêmeos dizigóticos aumentou de 13,51 para 28,98 por mil nos quatro anos estudados, sendo que, em 1998, a taxa de gêmeos gerados por primigestas com mais de 30 anos de idade dobrou em relação a 1995. A média da idade materna também foi alta nesse período, mas o aumento exagerado da taxa de nascimentos gemelares não pode ser atribuído somente a essa variável. A fertilização assistida parece ser a causa mais provável dessa taxa de gêmeos excepcionalmente alta.

Taxa de nascimentos gemelares; Idade materna; Ordem gestacional; Fertilização assistida


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