RESUMO
CONTEXTO E OBJETIVO:
São vários os efeitos da exposição a poluentes do ar na saúde humana. O objetivo deste estudo foi identificar se a exposição da gestante contribui para o baixo peso ao nascer e qual o sexo mais acometido.
TIPO DE ESTUDO:
Estudo longitudinal com dados de recém-nascidos de mães residentes em São José do Rio Preto (SP) com exposição a poluentes do ar em 2012 e 2013.
MÉTODOS:
Foi construído modelo hierarquizado em três níveis com variáveis maternas, do recém-nascido e concentrações de material particulado, ozônio e dióxido de nitrogênio, em quartis. Foram excluídos recém-nascidos prematuros, gemelares ou com malformações e consideradas janelas de exposição de 30, 60 e 90 dias anteriores ao parto.
RESULTADOS:
Foram incluídos 8.948 recém-nascidos, 4.491 do sexo masculino (50,2%) e 4.457 do feminino (49,8%), e identificados 301 recém-nascidos com baixo peso (3,4%). Os pesos médios foram diferentes entre o sexo masculino (3.281,0 g) e o feminino (3.146,4 g) (P < 0,001). Exposição ao ozônio esteve associada significativamente ao baixo peso ao nascer em ambos os sexos nas janelas de 30 dias (odds ratio, OR = 1,38) e 90 dias (OR = 1,48) e, no sexo feminino, nas janelas de 30 dias (OR = 1,58) e 90 dias (OR =1,59). Exposição ao material particulado teve efeito protetor paradoxal. Não houve associação no sexo masculino.
CONCLUSÕES:
Houve maior susceptibilidade do sexo feminino aos poluentes a partir da exposição materna. Estudos sobre baixo peso ao nascer segundo exposição materna a poluentes do ar devem separar sexo masculino e feminino.
PALAVRAS-CHAVE:
Poluentes do ar; Ozônio; Recém-nascido de baixo peso; Material particulado; Poluição do ar