E discutida a utilização da ultra-sonografia intra-operatória na avaliação do fígado, vias biliares e pâncreas e comparados os resultados com os de ultra-som e tomografia computadorizada pré-operatórios. Foram estudados 42 pacientes submetidos a cirurgia abdominal por suspeita de doença hepatobiliar e/ou pancreática. 0 estudo intra-operatório foi realizado com aparelho portátil (Aloka 500, Japão), utilizando-se transdutores lineares estéreis de 5.0 MHz e 7.5 MHz. As principais indicações da ultra-sonografia intra-operatória foram: avaliar massas hepáticas primárias, abscessos hepáticos, icterícia obstrutiva, pesquisa de metastases hepáticas e pesquisa de tumor neuroendócrino. Em 15 casos (38,5%) do grupo hepatobiliar e em sete casos (58,3%) do grupo pancreático houve divergência entre os achados pré e intra-operatórios. A principal divergência foi quanto ao número e dimensão das lesões hepáticas e pancreáticas. A ultra-sonografia intra-operatória permitiu estabelecer relações anatômicas da lesão com estruturas vasculares. Este método de exame também foi utilizado para guiar procedimentos intervencionistas como biópsia e alcoolização de nódulos e drenagem de abscessos. Conclui-se que a ultra-sonografia intra-operatória tem papel importante na detecção de pequenos nódulos hepáticos e pancreáticos, no estabelecimento de relações anatõmicas de lesões com estruturas vasculares e na realização de procedimentos intervencionistas.
