CONTEXTO: Estudos epidemiológicos evidenciaram alta freqüência do tipo O e do fenótipo não-secretor dos antígenos ABH em pacientes com úlceras pépticas. Desde que o Helicobacter pylori foi estabelecido como o principal agente etiológico destas doenças, controvérsias sobre as associações dos grupos sangüíneos ABO, Lewis e dos fenótipos secretor e não-secretor com a suscetibilidade à infecção por esse bacilo foram apresentadas. OBJETIVO: Verificar as freqüências dos fenótipos ABO, Lewis, secretor e não-secretor em pacientes infectados ou não infectados pelo H. pylori. TIPO DE ESTUDO: Estudo transversal. LOCAL: Ambulatório de Gastroenterologia do Hospital de Base de São José do Rio Preto e Laboratório de Imunogenética Molecular do Hemocentro de São José do Rio Preto. PARTICIPANTES: Foram avaliados 120 pacientes com sintomas de dispepsia submetidos a endoscopia digestiva alta. VARIÁVEIS ESTUDADAS: Fenótipos eritrocitários ABO e Lewis determinados pelos métodos de hemaglutinação padronizados e fenótipos secretor e não-secretor pelo método de inibição de hemaglutinação. RESULTADOS: O diagnóstico de infecção e não-infecção, realizado pelos testes respiratório e da urease, e confirmado pelo método da reação de polimerase em cadeia (PCR) em fragmentos de biópsias gástricas demonstrou a presença do H. pylori em 61,7% dos pacientes e ausência em 38,3%. As diferenças nas freqüências dos grupos sangüíneos ABO entre os pacientes infectados (A 27,0%; B 12,2%; AB 4,0%; O 56,8%) e não-infectados (A 58,7%; B 13,0%; AB 4,3%; O 24,0%) foram significantes. Os tipos sangüíneos Lewis e os fenótipos secretor e não-secretor mostraram distribuição semelhante entre os grupos de pacientes analisados. CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que a infecção pelo H. pylori parece ser influenciada pelos fenótipos ABO, mas não pelos fenótipos Lewis, secretor e não-secretor.
Grupos sangüíneos; Sistema ABO; Sistema Lewis; Fenótipo secretor; Fenótipo não-secretor; Helicobacter pylori
