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Tratamento precoce com dexametasona em pacientes com choque séptico: ensaio clínico prospectivo e aleatório

CONTEXTO E OBJETIVO: Sepse e choque séptico são doenças muito comuns em pacientes gravemente enfermos, evoluindo muitas vezes com síndrome de disfunção de múltiplos órgãos (SDMO) e morte. A proposta do trabalho foi investigar a eficácia da administração precoce de dexametasona a estes pacientes, tentando evitar a progressão do choque séptico para SDMO e morte. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo prospectivo, aleatório, duplamente encoberto, monocêntrico, realizado na Unidade de Terapia Intensiva pós-operatória do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. MÉTODOS: Foram estudados 29 pacientes com choque séptico. Os participantes foram aleatoriamente divididos em dois grupos que receberam 0,2 mg/kg de dexametasona (grupo D) ou placebo (grupo P), repetidas a cada 36 horas. Os pacientes foram acompanhados durante sete dias de internação na Unidade de Terapia Intensiva através do escore SOFA (Sequential Organ Failure Assessment). RESULTADOS: Os pacientes que receberam dexametasona necessitaram de menos tempo de tratamento com vasopressores durante o período de sete dias (p = 0,043). A mortalidade em sete dias no grupo P foi de 67% (10 em 15) e no grupo D foi de 21% (3 em 14) (risco relativo = 0.31, intervalo de confiança 95% 0.11-0.88). CONCLUSÃO: O tratamento precoce com dexametasona dos pacientes com choque séptico reduziu a mortalidade em sete dias de acompanhamento e mostrou tendência de redução da mortalidade em 28 dias.

Infecção; Choque séptico; Sepse; Glucocorticóides; Dexametasona


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