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Perfil clinico e demográfico dos usuários de um serviço de saúde mental para médicos residentes e outros profissionais da saúde em treinamento na Universidade Federal de São Paulo

CONTEXTO: O serviço Napreme foi criado em setembro de 1996 dentro de nossa universidade. OBJETIVO: Descrever o perfil clínico e demográfico dos usuários. TIPO DE ESTUDO: Retrospectivo. LOCAL: Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM). MÉTODOS: Estudo de 233 registros semi-estruturados, preenchidos pelo psicólogo/psiquiatra, durante o primeiro atendimento do usuário (médico ou enfermeiro residente, pós-graduando ou especializando) no período de 01/12/1996 a 30/11/2002. O registro continha dados sócio-demográficos, ocupacionais e clínicos do usuário do serviço. RESULTADOS: Os usuários tinham idade média de 27 anos, predomínio do sexo feminino (79,4%), eram solteiros (82,0%), e procuravam ajuda no primeiro ano de treinamento (63,1%). Em 70,8% dos casos, a procura foi espontânea, sendo a adesão ao tratamento maior nesse grupo em comparação aos usuários que foram encaminhados por supervisores (p < 0,05). Em 30% dos casos, o usuário procurou o serviço em busca de orientação psicológica ou suporte com relação a conflitos situacionais específicos. Transtornos depressivos e ansiosos foram os diagnósticos mais freqüentes; 22,3% dos usuários atendidos referiram ideação suicida. Os médicos-residentes diferiram do restante dos usuários por serem predominantemente do sexo masculino (p < 0,01), com mais distúrbios do sono (p < 0,05), com menor número de abstêmios (p < 0,05) e por necessitarem de mais licenças e afastamentos (p < 0,001). DISCUSSÃO: Em conformidade com a literatura, o primeiro ano de treinamento é mais estressante, sobretudo para as mulheres. A maior parte dos sintomas apresentados é do espectro depressivo-ansioso, refletindo transtornos de adaptação. No entanto, a gravidade pode ser avaliada tendo-se como critério o grande número de casos em que tendências suicidas foram referidas. CONCLUSÕES: Este estudo enfatiza a necessidade e a importância de se prover serviços formais, estruturados e confidenciais de assistência à saúde mental para médicos residentes e pós-graduandos da área da saúde.

Serviços de saúde; Residência médica; Educação de pós-graduação; Estafa profissional; Saúde ocupacional; Saúde mental


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