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Colelitíase e lama biliar em pacientes com síndrome de Down

OBJETIVO: Demonstrar prevalência, características clínicas e evolução de litíase e lama biliar em pacientes com síndrome de Down (SD) num hospital materno-infantil no Rio de Janeiro. Apesar de estudos revelarem aumento das anormalidades biliares em pacientes com SD em alguns países, no Brasil existe apenas um trabalho abordando o tema. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal seguido por um estudo de coorte retrospectivo de todos os indivíduos com diagnóstico ultra-sonográfico de anormalidades da vesícula biliar. MÉTODOS: Foram selecionados 547 pacientes com SD (53,2% sexo masculino, 46,8% feminino) atendidos no Instituto Fernandes Figueira, Fundação Instituto Oswaldo Cruz (IFF-Fiocruz) em 2001. Todos os pacientes incluídos neste estudo foram submetidos a ultra-sonografia abdominal quando tinham idades variando entre um dia e três anos (mediana cinco meses). Dados clínicos e ultra-sonográficos foram avaliados. RESULTADOS: Em 50 (9,1%) crianças, a ultra-sonografia demonstrou alteração da vesícula biliar (6,9% litíase e 2,2 % lama biliar). Houve resolução espontânea em 66,7% dos pacientes com lama biliar e em 28,9% dos pacientes com litíase. A colecistectomia foi realizada em 26,3% dos pacientes com cálculo biliar. CONCLUSÃO: Resultados deste estudo e a comparação com a literatura sugerem que a SD deve ser considerada como fator de risco para desenvolvimento de litíase e lama biliar em crianças, sobretudo no período neonatal, sem que existam outros fatores predisponentes para formação de cálculo biliar. Na maioria das vezes, estas alterações são assintomáticas e, freqüentemente, têm evolução favorável, permanecendo desta forma ou tendo resolução espontânea. Pacientes devem ser acompanhados com ultra-sonografias seriadas. Tratamento cirúrgico está indicado para casos sintomáticos ou na presença de colecistite.

Síndrome de Down; Vesícula biliar; Litíase; Colecistite; Colecistectomia


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