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Sao Paulo Medical Journal, Volume: 128, Número: 1, Publicado: 2010
  • Estado atual do transplante no Brasil Editorial

    Pêgo-Fernandes, Paulo Manuel; Garcia, Valter Duro
  • Fentanil peridural versus venoso na analgesia pós-operatória de cirurgia ortopédica: ensaio clínico aleatório Original Articles

    Privado, Marcelo Soares; Issy, Adriana Machado; Lanchote, Vera Lucia; Garcia, João Batista Santos; Sakata, Rioko Kimiko

    Resumo em Português:

    CONTEXTO E OBJETIVO: Existem controvérsias sobre o local de ação do fentanil injetado por via peridural. O objetivo foi comparar a eficácia do fentanil peridural e do venoso em cirurgias ortopédicas. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo aleatório, duplo-cego, realizado no Hospital São Paulo. MÉTODO: No pós-operatório, na presença de dor, 29 pacientes foram divididos em dois grupos: grupo 1 (n = 14) recebeu solução de 100 mcg de fentanil por via peridural e 2 ml de solução salina venosa; grupo 2 (n = 15), 5 ml de solução salina peridural e 100 µg de fentanil venoso. A complementação analgésica foi com 40 mg de tenoxicam venoso e, se necessário, 5 ml de bupivacaína 0.25%. A intensidade da dor foi avaliada pela escala numérica e a concentração plasmática do fentanil foi medida simultaneamente. RESULTADOS: A percentagem de pacientes que necessitaram de complementação analgésica com tenoxicam foi menor no grupo 1 (71.4% versus 100.0% grupo 2): intervalo de confiança, IC 95% = 0.001-0.4360 (P = 0.001, teste exato de Fisher; risco relativo, RR = 0.07). A complementação com bupivacaína peridural também foi menor no grupo 1 (14.3% versus 53.3% grupo 2): IC 95% = 0.06-1.05 (P = 0.03, teste exato de Fisher; RR = 0.26). Não houve diferença na intensidade da dor avaliada pela escala numérica. As concentrações plasmáticas do fentanil foram semelhantes nos dois grupos. CONCLUSÃO: A eficácia do fentanil venoso e peridural parece ser semelhante na redução da dor de acordo com a escala numérica, porém a frequência de analgesia suplementar foi menor com o uso do fentanil peridural. REGISTRO DE ENSAIO CLÍNICO: NCT00635986

    Resumo em Inglês:

    CONTEXT AND OBJECTIVE: Controversy exists regarding the site of action of fentanyl after epidural injection. The objective of this investigation was to compare the efficacy of epidural and intravenous fentanyl for orthopedic surgery. DESIGN AND SETTING: A randomized double-blind study was performed in Hospital São Paulo. METHODS: During the postoperative period, in the presence of pain, 29 patients were divided into two groups: group 1 (n = 14) received 100 µg of fentanyl epidurally and 2 ml of saline intravenously; group 2 (n = 15) received 5 ml of saline epidurally and 100 µg of fentanyl intravenously. The analgesic supplementation consisted of 40 mg of tenoxicam intravenously and, if necessary, 5 ml of 0.25% bupivacaine epidurally. Pain intensity was evaluated on a numerical scale and plasma concentrations of fentanyl were measured simultaneously. RESULTS: The percentage of patients who required supplementary analgesia with tenoxicam was lower in group 1 (71.4%) than in group 2 (100%): 95% confidence interval (CI) = 0.001-0.4360 (P = 0.001, Fisher's exact test; relative risk, RR = 0.07). Epidural bupivacaine supplementation was also lower in group 1 (14.3%) than in group 2 (53.3%): 95% CI = 0.06-1.05 (P = 0.03, Fisher's exact test; RR = 0.26). There was no difference in pain intensity on the numerical scale. Mean fentanyl plasma concentrations were similar in the two groups. CONCLUSION: Intravenous and epidural fentanyl appear to have similar efficacy for reducing pain according to the numerical scale, but supplementary analgesia was needed less frequently when epidural fentanyl was used. CLINICAL TRIAL REGISTRATION NUMBER: NCT00635986
  • Fatores de risco para doença cardiovascular dez anos após pré-eclâmpsia Original Articles

    Canti, Ivete Cristina Teixeira; Komlós, Márcia; Martins-Costa, Sérgio Hofmeister; Ramos, José Geraldo Lopes; Capp, Edison; Corleta, Helena von Eye

    Resumo em Português:

    CONTEXTO E OBJETIVO: Pré-eclâmpsia é uma doença gestacional que ocorre principalmente em mulheres nulíparas, após a vigésima semana de gestação e frequentemente próximo do parto. Os efeitos da pré-eclâmpsia sobre a pressão sanguínea das mulheres a longo prazo ainda são controversos. Pacientes com pré-eclâmpsia recorrente ou pré-eclâmpsia na fase inicial da gestação parecem apresentar maior risco para hipertensão. O objetivo foi determinar os fatores de risco para doença cardiovascular em mulheres com pré-eclâmpsia há 10 anos. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal, realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). MÉTODO: Quarenta mulheres com pré-eclâmpsia e 14 mulheres grávidas com pressão arterial normal acompanhadas há 10 anos ou mais no HCPA foram submetidas a exames clínicos e laboratoriais. Para se encontrar a correlação entre índice de massa corporal (IMC) e as pressões sistólica e diastólica, foi calculado o coeficiente de correlação de Spearman. O risco de desenvolvimento de hipertensão foi calculado através do teste de qui-quadrado. P < 0,05 foi considerado significante. RESULTADOS: Pacientes com pré-eclâmpsia há 10 anos ou mais tiveram pressão arterial diastólica (PAD) (P = 0,047), IMC (P = 0,019) e circunferência abdominal (P = 0,026) mais elevadas e apresentaram correlações positivas entre IMC e PAD (0,341, P = 0,031) e sistólica (0,407, P = 0,009). CONCLUSÃO: As pacientes com pré-eclâmpsia há 10 anos ou mais apresentaram pressão arterial diastólica, IMC e circunferência abdominal mais elevadas que o grupo controle. Isso enfatiza a importância de acompanhamento por longo tempo para avaliar fatores de risco cardiovascular em pacientes com pré-eclâmpsia prévia.

    Resumo em Inglês:

    CONTEXT AND OBJECTIVE: Preeclampsia is a gestational disease that occurs mainly among nulliparous women after the 20th week of gestation, and frequently close to delivery. The effects of preeclampsia on women's blood pressure over the long term are still controversial. Patients with recurrent preeclampsia or preeclampsia in the early stages of pregnancy appear to present higher risk of hypertension. The aim of this study was to determine the risk factors for cardiovascular disease among women with preeclampsia 10 years earlier. DESIGN AND SETTING: Cross-sectional study at Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). METHODS: Forty women with preeclampsia and 14 normotensive pregnant women followed up 10 or more years earlier at HCPA underwent clinical and laboratory examinations. Spearman's correlation coefficient was used to correlate body mass index (BMI) and systolic and diastolic pressures. The risk of developing hypertension was measured using the chi-square test. P < 0.05 was considered significant. RESULTS: The patients with preeclampsia 10 or more years earlier had significantly higher diastolic blood pressure (P = 0.047), BMI (P = 0.019) and abdominal circumference (P = 0.026). They presented positive correlations between BMI and diastolic blood pressure (0.341; P = 0.031) and between BMI and systolic blood pressure (0.407; P = 0.009). CONCLUSION: The patients with preeclampsia 10 or more years earlier had significantly higher diastolic blood pressure, BMI and abdominal circumference than did the control group. This emphasizes the importance of long-term follow-up assessment for cardiovascular risk factors among patients with preeclampsia.
  • Frequência da proteína Bcl-2 em pacientes com linfoma difuso de grandes células B de alto risco Original Articles

    Hallack Neto, Abrahão Elias; Siqueira, Sheila Aparecida Coelho; Dulley, Frederico Luiz; Chauobah, Alfredo; Belesso, Marcelo; Saboia, Rosaura; Ruiz, Milton Artur; Chamone, Dalton Alencar Fischer; Pereira, Juliana

    Resumo em Português:

    CONTEXTO E OBJETIVO: A expressão gênica e imunoistoquímica do linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) vem permitindo a identificação de importantes subgrupos prognósticos: LDGCB do centro germinativo (CG) e LDGCB de células B ativadas (CBA). Entretanto, existem poucos dados disponíveis com LDGCB de alto risco, sendo o prognóstico dos LDGCB do CG melhor que os LDGCB de CBA. A participação do Bcl-2 como preditor de sobrevida nos LDGCB não é clara e sua expressão é variável entre os dois subgrupos de LDGCB. Neste estudo é avaliada a frequência e o prognóstico da expressão da proteína Bcl-2 em LDGCB de alto risco. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo de coorte retrospectivo realizado entre portadores de LDGCB tratados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. MÉTODOS: Foi avaliado o impacto prognóstico da expressão das proteínas CD10, Bcl-6, MUM1 (multiple myeloma oncogene-1) e Bcl-2 por imunoistoquímica em LDGCB de alto risco. Foram avaliados, para todos os marcadores, 73 pacientes com idade de 18 a 60 anos. RESULTADOS: Vinte e quatro (32,9%) pacientes foram classificados como LDGCB do CG e 49 (67,1%) como LDGCB de CBA, sem diferença nas taxas de remissão completa, sobrevida livre de doença e sobrevida global. Vinte e sete (37%) apresentaram expressão de Bcl-2, o qual foi o único fator preditivo independente de pior prognóstico de sobrevida global à análise multivariada. CONCLUSÃO: A expressão da proteína Bcl-2 ocorreu em 37% dos portadores de LDGCB de alto risco, sem diferença entre os subgrupos de LDGCB do CG ou de CBA.

    Resumo em Inglês:

    CONTEXT AND OBJECTIVE: Gene expression and immunohistochemical profiling of diffuse large B-cell lymphoma (DLBCL) have revealed important prognostic subgroups: germinal center B-cell-like (GCB-like) DLBCL and activated B cell-like (ABC-like) DLBCL. Although few reports on high-risk DLBCL are available, the prognosis for the GCB-like subgroup has been shown to be better than that of the ABC-like subgroup. The role of Bcl-2 as a predictor of survival in DLBCL cases is unclear and its expression varies between the two subgroups of DLBCL. In this study, we analyzed the frequency and prognostic impact of Bcl-2 protein expression in high-risk DLBCL cases. DESIGN AND SETTING: Retrospective cohort study among DLBCL patients treated at Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). METHODS: The prognostic impact of the expression of the proteins CD10, Bcl-6, MUM1 (multiple myeloma oncogene-1) and Bcl-2 on high-risk DLBCL cases was evaluated by means of immunohistochemistry. Seventy-three patients aged 18-60 years were evaluated for all these markers. RESULTS: Twenty-four cases (32.9%) were GCB-like and 49 (67.1%) were ABC-like, with no difference regarding complete remission, disease-free survival or overall survival rates. Twenty-seven patients (37%) showed Bcl-2 expression, which was the only independent factor predicting a worse prognosis for overall survival according to multivariate analysis. CONCLUSION: Bcl-2 protein was expressed in 37% of the high-risk DLBCL patients, without any difference between the ABC-like DLBCL and GCB-like DLBCL cases.
  • Frequência das doenças subclínicas da tireóide e de fatores de risco para doença cardiovascular em mulheres em um local de trabalho Original Articles

    Diaz-Olmos, Rodrigo; Nogueira, Antônio-Carlos; Penalva, Daniele Queirós Fucciolo; Lotufo, Paulo Andrade; Benseñor, Isabela Martins

    Resumo em Português:

    CONTEXTO E OBJETIVO: A doença tireoidiana subclínica é muito frequente na prática clínica e há evidências que sugerem associação com doença cardiovascular. O objetivo foi estabelecer a frequência das doenças subclínicas da tireóide e de fatores de risco para doença cardiovascular em mulheres no local de trabalho, bem como avaliar a associação da doença tireoidiana subclínica com fatores de risco para doença cardiovascular nessas mulheres. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal em 314 mulheres com 40 ou mais anos de idade que trabalham na Universidade de São Paulo. MÉTODOS: Todas as mulheres responderam a questionário sobre características sócio-demográficas, fatores de risco para doença cardiovascular, questionário de angina de Rose, e foram realizadas medidas antropométricas e colhido sangue para dosagem de glicemia, colesterol total e frações, proteína C ultra-sensível, hormônio tireotrópico (TSH), tiroxina-livre (TS-livre) e anticorpos anti-tireoperoxidase. RESULTADOS: As frequências de hipotireoidismo subclínico e de hipertireoidismo subclínico foram respectivamente de 7,3% e 5,1%. Os níveis de anticorpos antiperoxidase foram mais elevados nas mulheres com doença subclínica da tireoide comparadas às mulheres com função tireoidiana normal (P = 0,01). Não houve nenhuma diferença estatisticamente significativa entre os fatores sociodemográficos e de risco para doença cardiovascular entre os grupos exceto pela maior presença de sedentarismo entre as mulheres com hipotireoidismo subclínico. Restringir a comparação somente às mulheres com hipotireoidismo subclínico (TSH > 10 mIU/l) não mudou os resultados. CONCLUSÃO: Nesta amostra de mulheres, não houve nenhuma associação entre um perfil inadequado dos fatores de risco para doença cardiovascular e a presença de doença subclínica da tireóide que justificasse o rastreamento no local de trabalho.

    Resumo em Inglês:

    CONTEXT AND OBJECTIVE: Subclinical thyroid dysfunction is very common in clinical practice and there is some evidence that it may be associated with cardiovascular disease. The aim here was to evaluate the frequencies of subclinical thyroid disease and risk factors for cardiovascular disease among women at a workplace, and to evaluate the association between subclinical thyroid disease and cardiovascular risk factors among them. DESIGN AND SETTING: Cross-sectional study on 314 women aged 40 years or over who were working at Universidade de São Paulo (USP). METHODS: All the women answered a questionnaire on sociodemographic characteristics and risk factors for cardiovascular disease and the Rose angina questionnaire. Anthropometric variables were measured and blood samples were analyzed for blood glucose, total cholesterol and fractions, high-sensitivity C-reactive protein, thyroid-stimulating hormone (TSH), free thyroxine (free-T4) and anti-thyroperoxidase antibodies (anti-TPO). RESULTS: The frequencies of subclinical hypothyroidism and hyperthyroidism were, respectively, 7.3% and 5.1%. Women with subclinical thyroid disease presented higher levels of anti-TPO than did women with normal thyroid function (P = 0.01). There were no differences in sociodemographic factors and cardiovascular risk factors according to thyroid function status, except for greater sedentarism among the women with subclinical hypothyroidism. Restricting the comparison to women with subclinical hypothyroidism (TSH > 10 mIU/l) did not change the results. CONCLUSION: In this sample of women, there was no association between poor profile of cardiovascular risk factors and presence of subclinical thyroid disease that would justify screening at the workplace.
  • Aplicação do Osteorisk em pacientes pós-menopausadas e com osteoporose Original Articles

    Steiner, Marcelo Luis; Fernandes, César Eduardo; Strufaldi, Rodolfo; Porto, Everaldo Cunha; Pompei, Luciano de Melo; Peixoto, Sérgio

    Resumo em Português:

    CONTEXTO E OBJETIVO: A identificação de mulheres com risco para fratura está ficando cada vez menos dependente da avaliação da densidade mineral óssea com a valorização dos fatores clínicos de risco. O objetivo deste estudo foi avaliar a sensibilidade da ferramenta clínica Osteorisk em identificar mulheres menopausadas e com osteoporose quando comparada com a densitometria óssea. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo observacional do tipo transversal realizado na Faculdade de Medicina do ABC. MÉTODO: Foram avaliadas retrospectivamente informações de 812 mulheres na pós-menopausa e com osteoporose por meio dos prontuários clínicos. Elas foram divididas nos grupos etários 50-59, 60-69, 70-79 e mais de 80 anos e os resultados da ferramenta clínica Osteorisk, que utiliza apenas a idade e o peso, foram comparados com os valores de T-scores da densitometria óssea. RESULTADOS: Houve correlação entre os resultados da ferramenta clínica Osteorisk e da densitometria óssea, em relação à coluna lombar (P = 0,027) e quadril (P < 0,001), mostrando assim uma relação não-arbitrária. A sensibilidade geral do Osteorisk para identificar mulheres com "alto risco de osteoporose" foi 86,5% e superior para identificar osteoporose de quadril (97,2%) do que para a coluna lombar (85,8%). A sensibilidade foi maior nas mulheres idosas. CONCLUSÃO: Osteorisk parece apresentar boa sensibilidade para identificar mulheres na pós-menopausa em risco de osteoporose. Deveria ser usado quando a densitometria óssea não é facilmente disponível ou como um meio de seleção de indivíduos para realizar a densitometria óssea.

    Resumo em Inglês:

    CONTEXT AND OBJECTIVE: Identification of women at risk of bone fracture is becoming less dependent on evaluating bone mineral density through placing greater value on clinical risk factors. The aim of this study was to evaluate the sensitivity of the Osteorisk clinical tool for identifying Brazilian postmenopausal women with osteoporosis, compared with bone densitometry. DESIGN AND SETTING: Cross-sectional observational study at Faculdade de Medicina do ABC. METHOD: Information on 812 postmenopausal osteoporotic women was retrospectively evaluated from medical records. The women were divided into the age groups 50-59, 60-69, 70-79 and over 80 years. The results from the Osteorisk clinical tool, which uses only age and weight, were compared with bone densitometry T-scores. RESULTS: There were significant correlations between the results from the Osteorisk clinical tool and from bone densitometry, in relation to the lumbar spine (P = 0.027) and hip (P < 0.001), thus showing a non-arbitrary relationship. The overall sensitivity of Osteorisk for identifying women with "high risk of osteoporosis" was 86.5%, and it was higher for hip osteoporosis alone (97.2%) than for lumbar spine osteoporosis (85.8%). The sensitivity was better among older women. CONCLUSION: Osteorisk seems to present good sensitivity for identifying postmenopausal women at risk of osteoporosis. It should be used when bone densitometry is not easily available or as a means of selecting individuals for referral for bone densitometry.
  • Imunoterapia específica com venenos de Hymenoptera: revisão sistemática Systematic Review

    Watanabe, Alexandra Sayuri; Fonseca, Luiz Augusto Marcondes; Galvão, Clóvis Eduardo Santos; Kalil, Jorge; Castro, Fabio Fernandes Morato

    Resumo em Português:

    CONTEXTO E OBJETIVO: O único tratamento eficaz para pacientes que têm reações graves após ferroada de Hymenoptera é a imunoterapia com veneno. O objetivo deste estudo foi rever a literatura para avaliar os efeitos da imunoterapia com veneno em pacientes com reações graves após ferroada de Hymenoptera. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Foram revisados na literatura mundial ensaios clínicos controlados e aleatórios. O manuscrito foi realizado na Disciplina de Alergia e Imunologia Clínica, Universidade de São Paulo (USP). MÉTODOS: Ensaios clínicos controlados e aleatórios envolvendo imunoterapia com veneno de Hymenoptera versus placebo ou apenas acompanhamento dos pacientes foram avaliados. Realizada imunoterapia específica, o risco de reações sistêmicas foi avaliado através de cálculo do "odds ratio" e intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: 2.273 resumos foram identificados na busca pelas palavras chave. Apenas quatro estudos foram incluídos nesta revisão. O teste qui-quadrado de heterogeneidade mostrou que dois estudos foram homogêneos e puderam ser incluídos na metanálise. Ao combinar os dois estudos, o "odds ratio" passou a ser significativo: 0.29 (0.10-0.87). Entretanto, ao analisar a gravidade das reações ocorridas após a imunoterapia, observou-se que os benefícios podem não ser tão relevantes, pois as reações foram, na grande maioria, ou mais leves ou semelhantes à reação original. CONCLUSÕES: A imunoterapia específica deve ser recomendada para adultos e crianças com reações moderadas a graves, porém não há necessidade de prescrevê-la para as crianças apenas com reações cutâneas, especialmente se a exposição é muito esporádica. No outro lado, a relação risco-benefício deve ser sempre avaliada em cada caso.

    Resumo em Inglês:

    CONTEXT AND OBJECTIVE: The only effective treatment for patients who have severe reactions after Hymenoptera stings is venom immunotherapy. The aim of this study was to review the literature to assess the effects of venom immunotherapy among patients presenting severe reactions after Hymenoptera stings. DESIGN AND SETTING: Randomized controlled trials in the worldwide literature were reviewed. The manuscript was produced in the Discipline of Allergy and Clinical Immunology, Universidade de São Paulo (USP). METHODS: Randomized controlled trials involving venom immunotherapy versus placebo or only patient follow-up were evaluated. The risk of systemic reactions after specific immunotherapy was evaluated by calculating odds ratios (OR) and their 95% confidence intervals. RESULTS: 2,273 abstracts were identified by the keywords search. Only four studies were included in this review. The chi-square test for heterogeneity showed that two studies were homogeneous and could be included in a meta-analysis. By combining the two studies, the odds ratio became significant: 0.29 (0.10-0.87). However, analysis on the severity of the reactions after immunotherapy showed that the benefits may not be so significant because the reactions were mostly similar to or milder than the original reaction. CONCLUSIONS: Specific immunotherapy should be recommended for adults and children with moderate to severe reactions, but there is no need to prescribe it for children with skin reactions alone, especially if the exposure is very sporadic. On the other hand, the risk-benefit relation should always be assessed in each case.
  • Melanoma de vulva: relato de onze casos e revisão da literatura Case Series

    Baiocchi, Glauco; Duprat, João Pedreira; Neves, Rogerio Izar; Fukazawa, Elza Mieko; Landman, Gilles; Guimarães, Gustavo Cardoso; Valadares, Leonardo Jacomo

    Resumo em Português:

    CONTEXTO E OBJETIVO: Melanoma de vulva é uma doença rara. Descrevemos a experiência de uma instituição e revisamos a literatura. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo retrospectivo no Departamento de Ginecologia do Hospital do Câncer A. C. Camargo. MÉTODOS: De Janeiro de 1987 a Dezembro de 2006, foram revisados aspectos clínico-patológicos, tratamento cirúrgico e acompanhamento de 11 pacientes com melanoma de vulva. RESULTADOS: Lesão vulvar, prurido, dor e sangramento foram sintomas iniciais. A idade mediana foi 64,8 anos. A mediana da profundidade de invasão foi 3.08 mm. O estadiamento variou de IB a IIIC (American Joint Committee on Cancer, 2002). Todas as pacientes foram submetidas a vulvectomia. Duas pacientes não foram submetidas a linfadenectomia eletiva primária. A linfadenectomia inguinal bilateral foi realizada em cinco pacientes e uma foi submetida à linfadenectomia inguinal unilateral. A pesquisa do linfonodo sentinela foi realizada em três casos. Cinco tiveram recidiva locorregional. A sobrevida prolongada esteve relacionada com a ausência de comprometimento linfonodal. O tempo mediano de acompanhamento foi de 56 meses. A sobrevida mediana livre de doença foi de 15 meses e a sobrevida mediana global de 29 meses. CONCLUSÕES: O prognóstico das pacientes com melanoma de vulva geralmente é ruim, com tendência a recorrência regional e à distância. A profundidade de invasão e envolvimento linfonodal são os principais fatores prognósticos. Na maioria dos casos a ressecção da lesão com margens adequadas pode substituir a vulvectomia. A linfadenectomia inguino-femoral eletiva ainda é o procedimento padrão para estadiamento linfonodal. Pesquisa do linfonodo sentinela é factível e deve ser realizada por equipe multidisciplinar com experiência no método.

    Resumo em Inglês:

    CONTEXT AND OBJECTIVE: Vulvar melanoma is a rare disease. We describe the experience of a single institution and review the literature. DESIGN AND SETTING: Retrospective study at the Department of Gynecology, Hospital do Cancer A. C. Camargo. METHODS: Eleven patients with vulvar melanoma attended between January 1987 and December 2006 were reviewed regarding clinicopathological characteristics, surgical therapy and follow-up. RESULTS: The initial symptoms were vulvar lesions, pruritus, pain and bleeding. The median age was 64.8 years. The median depth of invasion was 3.08 mm. The staging ranged from IB to IIIC (American Joint Committee on Cancer, 2002). All the patients underwent vulvectomy. Two patients did not undergo primary elective lymphadenectomy. Bilateral inguinal lymphadenectomy was performed on five patients, and one had unilateral inguinal lymphadenectomy. Sentinel lymph node investigation was performed on three patients. Five patients had locoregional recurrence. Prolonged survival was only achieved in the absence of lymph node involvement. The median follow-up was 56 months. The median disease-free survival was 15 months and the median overall survival was 29 months. CONCLUSIONS: The prognosis for patients with vulvar melanoma is generally poor, with a high tendency towards regional and distant recurrence. Depth of invasion and lymph node involvement are the most important prognostic factors. In most cases, resection of the lesion with adequate margins may replace vulvectomy. Elective inguinal femoral lymphadenectomy remains the standard lymph node staging procedure. Sentinel lymph node investigation is feasible and should be performed by a multidisciplinary team with experience of this method.
  • Surgimento de carcinoma escamocelular a partir de linfedema crônico: relato de caso e revisão da literatura Case Report

    Gomes, Carlos Augusto; Magalhães, Camila Beatriz Silva; Soares Junior, Cleber; Peixoto, Rodrigo de Oliveira

    Resumo em Português:

    CONTEXTO: O crescimento de carcinoma de células escamosas a partir de linfedema crônico foi relatado apenas 11 vezes na literatura (12 casos). Aspectos sobre sua patogênese ainda não foram completamente elucidados e pela primeira vez chama-se atenção para os dados epidemiológicos. RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, branca, 90 anos de idade, portadora de linfedema crônico unilateral de membro inferior secundário a trauma sofrido há 20 anos, apresentou história de lesão cutânea vegetante de três meses. Não havia relato de lesão local prévia. O tumor foi completamente excisado e sua análise histopatológica mostrou tratar-se de carcinoma escamocelular infiltrante. Uma revisão da literatura nos bancos de dados Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) e Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), utilizando-se dos termos MeSH (Medical Subject Heading) "Carcinoma, Squamous Cell" AND "Lymphedema", identificou 112 citações e encontrou relatos de 12 casos semelhantes.

    Resumo em Inglês:

    CONTEXT: Squamous cell carcinoma arising from chronic lymphedema has only been reported in the literature 11 times (12 cases). Some aspects of its pathogenesis remain unclear and, for the first time, attention has been drawn to epidemiological data. CASE REPORT: A 90-year-old white female with chronic unilateral lower-limb lymphedema, secondary to trauma 20 years earlier, presented with a three-month history of a vegetating cutaneous lesion. There had not been any previous local ulceration. The tumor was completely excised and the histopathological analysis showed that it was an infiltrating squamous cell carcinoma. A literature review in the Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) and Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) databases using the MeSH (Medical Subject Heading) terms "Carcinoma, Squamous Cell" AND "Lymphedema" identified 112 references and found 12 similar case reports.
  • Sinal de Lhermitte Letter To The Editor

    Wiwanitkit, Viroj
  • First-line drugs for hypertension Cochrane Highlights

    Wright, JM; Musini, VM
  • Short versus standard duration antibiotic therapy for acute streptococcal pharyngitis in children Cochrane Highlights

    Altamimi, S; Khalil, A; Khalaiwi, KA; Milner, R; Pusic, MV; Al Othman, MA
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