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Homenagem às professoras da primeira Escola de Serviço Social no Brasil

Homage to the professors of the first School of Social Work in Brazil

Queridas e queridos colegas assistentes sociais, docentes, discentes e, de forma muito especial, cumprimento e dirijo-me às professoras Maria Beatriz Abramides, Maria Carmelita Yazbek, Maria Lúcia Barroco, Mariangela Belfiori, Maria Lúcia Martinelli, Maria do Socorro Cabral e à deputada federal Luiza Erundina.

Neste 9º Seminário Anual de Serviço Social em que celebramos os 80 anos do Serviço Social no Brasil, coube ao sr. Cortez e a mim, representando a Cortez Editora e Livraria e em nosso próprio nome, prestar esta homenagem às professoras da primeira escola de Serviço Social - PUC-SP, fundada em 1936. Uma imensa responsabilidade, mas também uma grata satisfação. Temos o papel de tecer algumas palavras, mediações (se é que possível fazê-las diante da riqueza das trajetórias aqui apresentadas), entre o passado - que, segundo Hobsbawm, expressa uma dimensão da consciência humana, aquilo que é capaz de ser lembrado - e o que se apresenta, no tempo presente, como possibilidades futuras.

Aqui, o singular e o universal se conectam num movimento cujas particula ridades localizam-se nos processos de produção da vida na sociedade burguesa e do percurso teórico, ético e ideopolítico, que a profissão de Serviço Social vem construindo ao longo dos seus 80 anos na sociedade brasileira, em alguns momentos com estreita interface com os continentes latino-americano e europeu.

Riobaldo, personagem de Guimarães Rosa, ao relatar as aventuras e desventuras de sua vida de jagunço, em Grande sertão veredas, afirma: "Viver... O senhor já sabe: viver é et cetera". Partindo desta provocativa compreensão, assumiu-se aqui o desafio de relatar memórias e expor os et ceteras da existência, desvelando construções individuais e, necessariamente, coletivas, uma vez que "a vida individual e a vida genérica do homem não são diferentes, por mais que - e isto é necessário - o modo de existência da vida individual seja um modo mais específico ou mais geral da vida genérica, ou por mais que a vida genérica constitua uma vida individual mais específica e mais geral" (Marx, 2002MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos de 1844. São Paulo: Martin Claret, 2002., p. 140).

Relatar fatos e memórias é um exercício difícil e necessário em tempos de tantos silêncios, vazios, esquecimentos e conservadorismo. Exige a apropriação sensível da essência e da vida humana, como historicamente determinadas, e a clareza de que à exposição dos fatos deve-se privilegiar a análise das determinações que formam o tempo que os imprime. Tempo este em que a barbárie parece sangrar e calar milhões de seres sociais, no mesmo processo que constrói janelas e possibilidades para rupturas.

Nesse movimento de afirmação e negação do real construímos o Serviço Social em São Paulo e no Brasil. Uma profissão que surge como produto das relações entre burguesia, Igreja e Estado, num país de capitalismo tardio, com fortes traços autoritários e coloniais, cuja modernização solicitou a manutenção de perversos ciclos de autoritarismo e atrasos nas relações sociais e na instauração da cultura política do país. Uma profissão que mergulha, em sua gênese, em inspirações antimodernas, afirmando-se pela necessidade de responder de forma moralizadora à questão social pela via da doutrina social da Igreja e do positivismo. Como diz Iamamoto, uma profissão que se originou produzindo um rearranjo teórico doutrinário.

Nessa confluência, surge a primeira escola de Serviço Social, em São Paulo, como expressão da articulação entre Igreja e Estado no enfrentamento da questão social. Essa escola guarda em sua trajetória a marca do pioneirismo, seja pela via do conservadorismo, seja pelo processo de ruptura com este.

Embora seja recorrente, é indispensável falar do protagonismo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) para o Serviço Social.

No entanto, sistematizar esse significado não é tarefa fácil. Exige muitas mediações que não cabem neste momento. Portanto, priorizaremos compreender a PUC-SP a partir do Serviço Social. Se, por um lado, é impossível pensar o Serviço Social brasileiro sem a PUC-SP, por outro é justo afirmar que esta profissão contribuiu significativamente para o alargamento ideopolítico e acadêmico dessa universidade na sociedade brasileira.

O Serviço Social da PUC-SP, tanto no âmbito da graduação quanto da pós-graduação, foi e é referência para o Brasil. Foi responsável pela formação da maioria das escolas de Serviço Social deste país. Nos últimos 37 anos, é inconteste o legado que o Programa de Pós-Graduação de Serviço Social deixa no Brasil e para além de suas fronteiras: América Latina, Europa (ênfase em Portugal) e alguns países da África.

Assim, o Serviço Social da PUC-SP produziu ao Serviço Social brasileiro um legado indelével, com referências teóricas e ideopolíticas sobre os fundamentos da profissão, a relação desta com as políticas sociais, a questão social, o Estado e a sociedade na particularidade brasileira, as lutas sociais e suas conexões com a profissão, o debate da ética e dos direitos humanos referenciada numa abordagem sócio-histórica. Além de estudos sobre gênero, geração, questão urbana/rural, meio ambiente, gestão social e movimentos sociais.

Como assinalamos anteriormente, é impossível falar da ruptura com o conservadorismo sem pensar no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social. Por esse protagonismo, escolhi este programa para minha formação profissional de mestrado e doutorado, sob a orientação da professora Myrian Veras Batista (in memoriam), a quem registro minha homenagem, respeito e admiração. Faz falta!

Convivi e aprendi muito com as professoras da PUC-SP, que fazem parte da minha formação e história. Compartilhamos alegrias, perdas e muitas trincheiras de lutas. E uma das lutas, da qual tenho o maior orgulho e felicidade, foi a abertura, em 2009, do primeiro curso público, federal, de Serviço Social na Universidade Federal de São Paulo, na Baixada Santista. Essa foi uma conquista histórica e bastante cara à profissão, fruto de muita luta, trabalho e compromisso com uma formação de qualidade e um projeto de universidade pública comprometida com as lutas dos trabalhadores. Tal conquista seria impensável sem a participação de alguns docentes da PUC-SP, dentre os quais destaco aqui as professoras Beatriz Abramides, Carmelita Yazbek, Regina Giffonni e Raquel Raichelis. Vinculado a esse curso, nesse ano 2016 foi implantado o Programa de Pós-Graduação em nível de mestrado.

O Serviço Social da PUC-SP legou algumas peculiaridades da profissão em âmbito nacional, tais como: a predominância do gênero feminino, a herança da doutrina social da Igreja, a estrutura sincrética (como afirma o prof. José Paulo Netto) e o humanismo (seja pela perspectiva cristã, liberal ou marxista). Contribuiu com a produção das entidades organizativas da categoria - Abess (hoje Abepss), Cedepss, CFAS (hoje CFESS), Enesso e o movimento sindical. Além disso, contribuiu também para a articulação dos assistentes sociais latino-americanos, por meio do Celats e da Alaets (hoje, Alaeits).

Consideramos os sujeitos do sexo masculino que construíram e constroem essa profissão, tais como os professores Cortez, Mário Barbosa (in memoriam), José Paulo Netto, Ademir e outros. Mas como essas mulheres de fibra não tem igual, e elas refletem o vínculo de gênero dessa profissão. Muitas Marias! Muita força sempre.

Podemos dizer que - embora oriundas de diversas origens de classes - as mulheres dessa profissão construíram resistências à estrutura patriarcal que viceja nas relações sociais. Como expressão dessa história de resistência e ousadia, relembramos as ações da professora Nadir Kfouri, que, quando esteve à frente da reitoria da PUC-SP, repudiou veementemente e com firmeza os atos e artimanhas da autocracia burguesa; instaurou processos democráticos nessa universidade; foi solidária com militantes e intelectuais perseguidos pela ditadura civil e militar e reafirmou a força que a condição de ser mulher tem no mundo acadêmico, político e em espaços permeados pela estrutura patriarcal.

Se pensarmos em alguns determinantes e sujeitos para a ruptura do Serviço Social com o conservadorismo e a formulação do projeto profissional que firmamos nos últimos 37 anos, destacamos o protagonismo das lutas dos trabalhadores e trabalhadoras pela (re)democratização da sociedade brasileira, acrescido de algumas determinações endógenas à profissão, como o fortalecimento da pós-graduação e a difusão do pensamento crítico que se gesta no Serviço Social, sendo este último capitaneado pela Cortez Editora.

Com a criação e a expansão do mercado editorial na área de Serviço Social, a profissão redefine em bases críticas o seu processo de formação profissional, político e cultural. A origem e a trajetória da Cortez Editora está vinculada com a história do Serviço Social crítico. E nesse percurso, por dezoito anos, foi significativa e histórica a contribuição da então assessora editorial Elizabete Borgianni.

Hoje, é impossível pensar a Cortez sem o Serviço Social e o Serviço Social sem a Cortez Editora. E, nessa imbricação, a participação das professoras aqui presentes - Carmelita, Luiza Erundina, Lúcia Barroco, Maria Lucia Martinelli, Mariangela Belfiori, Raquel Raichelis e outras - foi extremamente relevante na origem e na consolidação dos conselhos editoriais de livro e da revista Serviço Social & Sociedade.

Quem impulsionou o nascimento da revista Serviço Social & Sociedade, senão a professora Myrian Veras Baptista juntamente com outras professoras da PUC-SP? Quem pautaria a escolha de artigos senão o Conselho Editorial da revista? Quem publicou as primeiras teses e dissertações senão os pós-graduandos da PUC-SP? Quem apostaria numa profissão tão incipiente na produção do conhecimento, senão o sr. Cortez, que em muito compartilha da ousadia e dos posicionamentos ético-políticos dos sujeitos coletivos dessa profissão. Isso é história!

No contexto da relação Serviço Social e Cortez Editora, aproveitamos para estender a nossa homenagem ao sr. José Xavier Cortez, que apostou e acredita no Serviço Social brasileiro, a quem registramos nossos aplausos. O sr. Cortez, este ano, como a profissão, também completa os seus 80 anos. Uma histórica e feliz coincidência!

A Cortez Editora tem contribuição histórica na afirmação do projeto profissional e na difusão de seus conhecimentos. Tal movimento impulsionou a insurgência intelectual, consolidando o Serviço Social como área de conhecimento, rompendo com a herança da subalternidade teórico-metodológica da qual a profissão é legatária. Expressão dessa disseminação da produção constata-se nas reiteradas edições de algumas obras, como: o clássico livro Serviço Social e relações sociais no Brasil, da professora Marilda Iamamoto e Raul de Carvalho; outro clássico é Ditadura e Serviço Social, do professor José Paulo Netto e vários outros autores. Assim, expressamos nossas homenagens aos(às) autores(as) e leitores(as).

Acrescido a isso, destacamos a interlocução dessa editora com o pensamento de natureza crítica, construído no âmbito do Serviço Social latino-americano. Para tanto, recordamos o livro História do Serviço Social na América Latina, do professor Manrique, e os livros da Biblioteca Latinoamericana de Servicio Social.

As obras da Coleção Biblioteca Básica de Serviço Social têm sido referência na formação profissional no âmbito da graduação.

Destacamos também a publicação de inúmeras obras e da revista Serviço Social & Sociedade com um arsenal de temas construídos e indispensáveis ao projeto profissional, tais como políticas sociais, Estado, sociedade civil, ética, teoria social, pensamento social brasileiro, fundamentos do trabalho profissional, formação profissional, gerações, gênero, ração/etnia, movimentos e lutas sociais. Grande parte dessa produção apresenta uma consistência teórico-metodológica e radicalidade ético-política que se configuram como ousadia em tempos difusos, pós-modernos, antimarxistas e pouco críticos.

Como assinalamos, a conjuntura contemporânea exige dos trabalhadores e trabalhadoras a capacidade de formulação de respostas consistentes e direcionadas ao estabelecimento da democracia, da Constituição cidadã, de uma justiça distributiva e de uma liberdade que não fundamente a propriedade privada, mas humanize "os sentidos dos homens e crie uma sensibilidade humana correspondente a toda riqueza do ser social" (Marx, 2002MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos de 1844. São Paulo: Martin Claret, 2002., p. 144).

Nesse sentido, agradecemos a presença dessas lindas mulheres que tanto nos humanizam. Neste momento solene em que celebramos os oitenta anos do Serviço Social no Brasil, a Cortez Editora homenageia, por meio da trajetória e vínculos das assistentes sociais presentes nesta mesa, todos os assistentes sociais do Brasil, bem como a primeira Escola de Serviço Social e o Programa de Pós-Graduação de Serviço Social da PUC-SP.

De forma muito especial, homenageamos as professoras presentes que compartilharam conosco suas memórias e histórias na construção da história do Serviço Social brasileiro.

Certamente, não abarcaremos nessa homenagem todo o lastro intelectual, político e cultural que essas mulheres possuem.

Com muito carinho e reconhecimento, agradecemos às professoras Beatriz Abramides, Carmelita Yazbek, Lúcia Barroco, Luiza Erundina, Maria Lúcia Martinelli, Raquel Raichelis, Socorro Cabral e Mariangela Belfiori por tudo o que vocês significam para essa história viva da profissão; pela defesa do curso de Serviço Social na PUC, em tempos de tanta precarização do ensino; pelo reconhecimento de suas obras e intervenção qualificada na profissão, nas lutas e resistências; pelo compromisso com os movimentos sociais e, principalmente, pela generosidade, competência e sabedoria na formação de várias gerações de assistentes sociais, docentes na esfera da graduação e na pós-graduação.

À deputada Luiza Erundina, pela ousadia e coragem sertaneja; pelo compromisso com a luta dos(as) trabalhadores(as); pelo protagonismo histórico, muito já difundido, na organização sindical da profissão e no processo da virada, no 3º CBAS. Muito obrigada pela forte presença e por nos ensinar que a política é uma expressão da práxis social e de mulheres. Agradecemos pelo belo exemplo de assistente social na vida política deste Brasil.

À profa. Maria do Socorro Cabral, pelo compromisso com a história do curso de graduação de Serviço Social da PUC-SP, com a seguridade social, bem como pela contribuição histórica nas entidades representativas da categoria, destacando sua participação ativa e qualificada na Abepss, na defesa das Diretrizes Curricula res e na crítica contundente às lógicas privatistas e mercantis que vicejam, agora mais do que nunca, no ensino superior.

À profa. Maria Lúcia Martinelli, agradecemos pela acolhida, reflexões, pelo compromisso e firmeza encantadora que contagia tantos assistentes sociais ao ouvi-la refletir sobre o trabalho profissional. Muito obrigada por nos ensinar que a produção de conhecimento crítico e comprometido com identidades e lutas coletivas não dispensa - ao contrário, solicita - poesia, afetos e unidades. Obrigada por estar junto conosco, elevando a área do Serviço Social na Cortez Editora.

À profa. Raquel Raichelis, a qual infelizmente não pôde estar presente conosco, expressamos nossas homenagens pelo seu compromisso histórico com a profissão, pela contribuição teórico-metodológica no debate do trabalho profissional e das políticas sociais, por sua atuação qualificada e comprometida na pesquisa, no ensino, na gestão e por seu companheirismo efetivo nas definições e organizações da área do Serviço Social na Cortez Editora.

À profa. Mariangela Belfiori, nossa homenagem pela seriedade, acolhida, elegância e compromisso com a pesquisa e pelo reconhecimento do Serviço Social como área de conhecimento. Agradecemos também pelos significativos estudos sobre desenvolvimento de comunidade, família, políticas sociais e gestão e pela contribuição na área de Serviço Social da Cortez Editora.

À profa. Lúcia Barroco, que muito nos ensina sobre a necessidade da coerência na defesa dos princípios éticos e do projeto societário que esta profissão vem privilegiando em suas produções e intervenções. A sua competência, rigorosidade teórico-metodológica e firmeza ideopolítica nos humanizam; são referência na luta por um outro mundo, livre e justo, absolutamente necessário. Agradecemos o companheirismo por estar junto na área de Serviço Social da Cortez Editora.

À profa. Maria Beatriz Abramides - a nossa companheira Bia -, de muitas lutas e trincheiras, agradecemos por nos ensinar que a mudança do mundo exige a teoria social de Marx, ousadia, radicalidade e firmeza na defesa dos projetos nos quais acreditamos. Resistir é um imperativo categórico dos(as) trabalhadores(as), mas também uma necessidade premente do tempo presente, em que as faces do autoritarismo, da ausência de democracia e das veias do conservadorismo explodem na defesa da barbárie. Portanto, Bia, muito obrigada por alimentar nossas convicções, lutas de estratégias, argumentos e esperanças.

E, por fim, mas não menos importante, rendemos nossa homenagem à profa. Maria Carmelita Yazbek, por sua generosidade, afeto, acolhida, militância, legado histórico na profissão e companheirismo, próprio de quem defende outra sociabilidade. Ela nos ensina sempre e cada vez mais que a história é uma aventura coletiva, que exige paciência para entender os recuos, firmeza para avançar nas resistências necessárias e respeito para acolher o diverso, a pluralidade de ideias, culturas, sujeitos e formas de pensar e viver.

Antes de qualquer qualificação que lhe possa atribuir, você, professora Carmelita, é uma assistente social, que provoca e é provocada pela profissão, pelo miúdo do cotidiano, acolhe e problematiza suas contradições. Não se furta a dar suas contribuições a esta profissão no Brasil e fora dele e nem ao debate dos limites que esta possui e sempre luta pela qualificação teórico-metodológica e ético-política. Agradecemos também pelo companheirismo na área de Serviço Social na Cortez Editora. Muito obrigada por nos ensinar tanto.

Certamente, a substância e a radicalidade da história são construídas por pessoas extraordinárias como vocês, nossas queridas professoras e mestras. São tantos relatos, tantas perguntas, e vocês, nossas estrelas, caminham fazendo história, que iluminam, dão direção e engrandecem o Serviço Social crítico brasileiro!

Gostaríamos de tecer mais mediações e estender nossas homenagens às muitas professoras e companheiras que por aqui passaram, mas a exiguidade do tempo não nos permite. No entanto, não poderemos deixar de expressar nosso carinho e registrar nossa homenagem à profa. Dilsea Bonetti, em nome de todos os professores demitidos na PUC de forma arbitrária e violenta, em 2006. Dentre os inúmeros ensinamentos, aprendemos com Dilsea a capturar o real. Devemos estar atentos ao que o real exige e a ter rigorosidade teórico-metodológica.

Expressamos nossa gratidão e reconhecimento também à profa. Maria Lúcia Carvalho da Silva (a nossa querida Malu, que partiu em 1º de julho de 2016), por todas as provocações teórico-metodológicas que, desde a renovação, ela logrou ao Serviço Social brasileiro; pela sua acuidade para a pesquisa e pela sua originalidade nas problematizações da realidade.

Registramos nossas homenagens à profa. Marli Pitarello - atual coordenadora do curso de graduação em Serviço Social, extensiva a todas as professoras da graduação - e também ao prof. Ademir Silva - atual coordenador do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, extensivo também aos professores desse programa.

Lembramos também aqui, in memoriam, o prof. Carlos Simões e a professora Myrian Veras Baptista. O prof. Carlos Simões nos ensinou a possibilidade de um direito coletivo, menos positivo e a favor dos(as) trabalhadores(as) e de suas lutas. E com relação à professora Myrian, podemos afirmar que a sua história identifica-se com a do Serviço Social brasileiro, por sua presença e protagonismo na renovação da área, com expressiva produção acadêmica e científica, seu papel histórico na pós-graduação em Serviço Social e na luta por uma infância digna a crianças e adolescentes da classe trabalhadora.

Por fim, Thiago de Mello nos ensina que "não somos nem piores e nem melhores, melhor é a nossa causa". Assim, agradecemos a vocês, presentes neste teatro, por instigarem a luta e os direitos e seguirem firmes acreditando que as nossas causas são histórica e humanamente possíveis.

Muito obrigada por tudo!

Referências bibliográficas

  • GUIMARÃES ROSA, João. Grande sertão veredas São Paulo: Nova Fronteira, 2007.
  • HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
  • IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e questão social. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
  • MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos de 1844 São Paulo: Martin Claret, 2002.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Apr 2017

Histórico

  • Recebido
    13 Set 2016
  • Aceito
    17 Out 2016
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