Open-access QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE E ADESÃO TERAPÊUTICA NOS CÂNCERES DE MAMA E PRÓSTATA

RESUMO

Objetivo   correlacionar a qualidade de vida relacionada à saúde e a adesão ao tratamento de pacientes com câncer de mama e próstata.

Método  estudo exploratório, descritivo e transversal, com abordagem quantitativa, realizado com 305 pacientes com câncer de mama e de próstata, em hospital oncológico de referência estadual, na Paraíba, Brasil, entre junho e novembro de 2019. Para coleta de dados, utilizou-se de instrumento semiestruturado para obtenção de dados referentes ao perfil sociodemográfico e clínico, do questionário European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire “core” 30 itens, do módulo específico Quality of Life Questionnaire-Breast Cancer e Questionário de Determinantes de Adesão. A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva e inferencial.

Resultados  a correlação entre a qualidade de vida relacionada à saúde e a adesão de pacientes com câncer de próstata mostrou significância estatística (p≤0,05) entre a Escala de Saúde Global e a Escala Funcional, domínio Intenções; função emocional e intenções; insônia e normas subjetivas; dificuldade financeira e normas subjetivas. Nas mulheres, houve significância estatística (p≤0,05) entre desempenho de papéis e normas subjetivas; fadiga e intenções; dificuldade financeira e adesão total; desejo sexual, satisfação sexual e apoio/severidade percebida; sintomas da mama e intenções.

Conclusão  a qualidade de vida relacionada à saúde impacta diretamente a adesão ao tratamento de pacientes com câncer de mama e de próstata.

ABSTRACT

Objective  to correlate health-related quality of life and adherence to treatment of patients with breast and prostate cancer.

Method  an exploratory, descriptive and cross-sectional study, with a quantitative approach, conducted with 305 patients with breast and prostate cancer, in a state oncology hospital in Paraíba, Brazil, between June and November 2019. For data collection, a semi-structured instrument was used to obtain data regarding the sociodemographic and clinical profile, from the European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire “core” 30 items, from the specific module Quality of Life Questionnaire-Breast Cancer, and from the Adherence Determinants Questionnaire. Data analysis was performed using descriptive and inferential statistics.

Results  the correlation between health-related quality of life and adherence of patients with prostate cancer showed statistical significance (p≤0.05) between the Global health Scale and the Functional Scale, Intentions domain; emotional function and intentions; insomnia and subjective norms; financial difficulty and subjective norms. In women, there was statistical significance (p≤0.05) between role performance and subjective norms; fatigue and intentions; financial difficulty and total adherence; sexual desire, sexual satisfaction and perceived support/severity; breast symptoms and intentions.

Conclusion  health-related quality of life directly impacts on treatment adherence of patients with breast and prostate cancer.

DESCRIPTORS
Breast neoplasms; Prostate neoplasms; Quality of life; Treatment adherence and compliance; Oncology nursing

RESUMEN

Objetivo   correlacionar la calidad de vida relacionada con la salud y la adherencia al tratamiento de pacientes con cáncer de mama y de próstata.

Método   estudio exploratorio, descriptivo y transversal, con enfoque cuantitativo, realizado con 305 pacientes con cáncer de mama y de próstata, en un hospital oncológico estatal de Paraíba, Brasil, entre junio y noviembre de 2019. En la recolección de datos, se utilizó un instrumento estructurado para la obtención de datos sobre el perfil sociodemográfico y clínico, el cuestionario del European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnairecore” 30 itens, del módulo específico Quality of Life Questionnaire-Breast Cancer, y el Cuestionario de Determinantes de Adhesión. El análisis de datos se realizó por medio de estadística descriptiva e inferencial.

Resultados   la correlación entre la calidad de vida relacionada con la salud y la adherencia de los pacientes con cáncer de próstata mostró significancia estadística (p≤0.05) entre la Escala de Salud Global y la Escala Funcional, dominio Intenciones; función e intenciones emocionales; insomnio y normas subjetivas; dificultad financiera y normas subjetivas. En las mujeres, hubo significación estadística (p≤0.05) entre el desempeño de roles y las normas subjetivas; fatiga e intenciones; dificultad financiera y adhesión total; deseo sexual, satisfacción sexual y apoyo / severidad percibidos; síntomas de la mama e intenciones.

Conclusión   la calidad de vida relacionada con la salud tiene un impacto directo en la adherencia al tratamiento en pacientes con cáncer de mama y próstata.

DESCRIPTORES
Neoplasias de mama; Neoplasias de próstata; Calidad de vida; Cumplimiento y adherencia al tratamiento; Enfermería ocológica

INTRODUÇÃO

O câncer ocupa, atualmente, o segundo lugar na causa de óbitos no Brasil e representa problema complexo de saúde pública, em razão da magnitude epidemiológica e socioeconômica. O Instituto Nacional de Câncer estima a ocorrência de 625 mil novos casos entre os anos de 2020 e 2022, em que os cânceres de mama e próstata permanecem sendo os mais prevalentes na população, excetuando-se o de pele não melanoma.1

A experiência de vivenciar o câncer é desgastante, pois, além de lidar com a confirmação do diagnóstico, que traz modificações em diversas esferas da vida, o paciente, ainda, enfrenta problemas e dificuldades advindos do tratamento, a exemplo dos efeitos colaterais, que geram sofrimento e podem influenciar na Qualidade de Vida (QV).2

A QV é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um conceito que abrange saúde física e psicológica, independência e interações sociais3 e, quando relacionada a enfermidades e intervenções de saúde, denomina-se Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS). No que se refere à QVRS no câncer, a Europe Organization for Research and Tratament of Cancer (EORTC) a conceitua como um constructo multidimensional que contempla doença, sintomas relacionados ao tratamento, funcionamento físico, psicológico e social.4

Em pacientes com câncer de mama, a QVRS pode ser comprometida em várias dimensões, devido aos problemas emocionais, físicos, sociais e familiares.5 A mastectomia, seja total ou parcial, pode acarretar prejuízos na realização de atividades diárias e laborais, resultantes das limitações de movimento impostas pela dor e linfedema.6

Na quimioterapia, as mulheres podem experimentar diferentes efeitos colaterais, dentre estes, fadiga, má qualidade do sono, dor, náuseas e vômitos, diarreia e/ou constipação e alopecia,7 enquanto na radioterapia, a queixa mais frequente é a radiodermatite.8 Estes efeitos trazem impactos negativos para sexualidade, autoimagem, maternidade e feminilidade,9 causando danos à vida afetiva e social.

Nos casos de câncer de próstata, a prostatectomia radical é indicada como padrão-ouro para tratamento, contudo, pode causar prejuízos para QV, devido à incontinência urinária e disfunção erétil. Além disso, após as sessões de radioterapia, pode haver irritação do reto, estreitamento da uretra, disúria, diarreia e ondas de calor. Estas queixas podem repercutir na vida do homem, comprometendo o ideal de virilidade e masculinidade, aspectos culturalmente valorizados na população masculina.10

Nesse sentido, as alterações na QVRS podem influenciar negativamente nas taxas de adesão ao tratamento,11-12 como mostra estudo que evidenciou que os impactos negativos da quimioterapia na QVRS estiveram relacionados à baixa satisfação e adesão terapêutica.11 De acordo com a OMS, a adesão terapêutica é o grau em que o comportamento de uma pessoa corresponde às recomendações de um prestador de cuidados em saúde, sendo influenciado por fatores socioeconômicos, relacionados ao sistema de saúde e equipe, à doença, ao tratamento e ao próprio paciente.13

A não adesão resulta em altas taxas de falha terapêutica, como recidivas, progressão da enfermidade e óbito, ocasionando alto custo ao sistema de saúde.13 Tratando-se de câncer, geralmente, há resposta terapêutica inadequada, provável piora do quadro clínico e progressão tumoral em metástases.14

Identificar os fatores que influenciam a adesão representa importante subsídio para o desenvolvimento de intervenções que visem melhoria dos comportamentos dos pacientes em relação à terapêutica.14 Assim, a avaliação da QVRS se faz relevante, uma vez que estabelece o manejo adequado dos efeitos colaterais e facilita o planejamento das atividades, favorecendo a adesão e a manutenção da terapia.15

Diante do exposto e da escassez de estudos que avaliam a QVRS e a relação desta com a adesão ao tratamento do câncer, objetivou-se correlacionar a QVRS e a adesão ao tratamento de pacientes com câncer de mama e próstata.

MÉTODO

Trata-se de estudo exploratório, descritivo e transversal, com abordagem quantitativa, realizado em hospital de referência estadual para tratamento do câncer em João Pessoa, Paraíba, Brasil. A população foi composta por adultos e idosos diagnosticados com câncer de mama e de próstata que realizavam tratamento de quimioterapia ou radioterapia no referido serviço, excetuando-se os pacientes com câncer de próstata em quimioterapia, devido à baixa demanda.

O cálculo amostral foi realizado com fórmula específica para comparação de grupos, baseada em nível de significância de 95% de confiança e poder de teste (80%), pré-fixados em Análise de Variância (ANOVA), no software estatístico R. Desta forma, o número de pacientes nos grupo Câncer de mama na quimioterapia, Câncer de mama na radioterapia e Câncer de próstata na radioterapia foram alocados de forma balanceada, sendo necessários 102 em cada grupo de quimioterapia e 101 no grupo de radioterapia, correspondendo a 303 participantes.

Definiram-se como critérios de inclusão: idade maior ou igual a 18 anos, diagnóstico de câncer de mama ou de próstata e estar em tratamento de quimioterapia, tendo realizado no mínimo quatro sessões (ciclos semanais ou de 21 dias), ou radioterapia, com pelo menos 20 sessões, perfazendo, assim, o mínimo de um mês de tratamento. Excluíram-se da pesquisa pacientes em tratamento paliativo, em hormonioterapia, com diagnóstico de metástase, que possuíam déficits graves de comunicação, que apresentaram complicações clínicas no momento da coleta de dados e déficits cognitivos, sendo avaliados pelo Miniexame do Estado Mental.16

Os dados foram coletados entre junho e novembro de 2019, por meio de entrevistas individuais. Os pacientes eram abordados na sala de espera para radioterapia e nas salas de medicação para quimioterapia, nos turnos manhã e tarde. Cada entrevista teve tempo médio de 30 minutos. Com o intuito de esclarecer os objetivos e a finalidade da pesquisa, realizou-se abordagem inicial, em que estes aspectos foram explicados aos pacientes e, ao fim, solicitaram-se a participação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

A QVRS foi avaliada por meio do European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire “core” 30 itens (EORTC QLQ-C30), validado e adaptado para população brasileira, instrumento composto por 30 questões com respostas em escala do tipo Likert, cujos itens de 1 a 28 correspondem a 1 - não, 2 - pouco, 3 - moderadamente e 4 - muito; e para as perguntas 29 e 30, os valores variam de um (péssimo) a sete (ótimo).17

Esse questionário é dividido em três escalas: Escala Funcional (função física, desempenho de papéis/funcional, função emocional, cognitiva e social, em que quanto maior a pontuação, melhor a QVRS), Escala de Sintomas (fadiga, náuseas e vômitos, dispneia/falta de ar, insônia, perda do apetite, constipação, diarreia e dificuldade financeira, em que quanto maior a pontuação, pior a QVRS) e Escala de Saúde Global, em que quanto maior a pontuação, melhor a QVRS. Os escores são calculados separadamente para cada subescala e todos variam de zero a 100.17

No tocante aos pacientes com diagnóstico de câncer de mama, também foi aplicado o módulo específico complementar Quality of Life Questionnaire - Breast Cancer (EORTC QLQ-BR23), que possui 23 questões com respostas em formato Likert, variando em quatro níveis (1 - não, 2 - pouco, 3 - moderadamente e 4 - muito).17

Esse módulo é distribuído em duas escalas: Escala Funcional (sexualidade e imagem corporal, dividida em domínios de imagem corporal, perspectivas futuras, função sexual e satisfação/prazer sexual) e Escala de Sintomas (efeitos colaterais, preocupação com a queda de cabelo, sintomas relacionados ao braço e à mama). A pontuação final de cada escala varia de zero a 100, com melhor QV para a Escala Funcional, quanto mais próximo de 100, melhor QV, na escala sintomática, conforme maior proximidade com o zero.17

A adesão ao tratamento foi avaliada pelo Questionário de Determinantes de Adesão, escala com 38 itens, distribuídos nos respectivos domínios, com respostas variando de 1 a 5 (concordo plenamente, concordo, nem concordo e nem discordo, discordo e discordo totalmente). Os pontos de cada domínio deverão ser transformados em uma pontuação de zero a 20, totalizando o máximo de 100, sendo considerado de zero a 40, baixa adesão; 41 a 70, média adesão; e acima de 70 como alta adesão.18

Esse questionário é composto por cinco domínios: 1) Aspectos interpessoais do cuidado - retrata a relação entre paciente e profissional de saúde; 2) Susceptibilidade percebida - versa sobre a percepção que o cliente possui sobre a vulnerabilidade diante do câncer, bem como a relação custo-benefício da adesão; 3) Normas subjetivas - refere-se ao apoio da rede pessoal e familiar à adesão ao tratamento oncológico; 4) Intenções - aborda a vontade e o desejo que o cliente possui em aderir ao tratamento; 5) Apoio/Severidade percebida - refere-se à percepção do paciente sobre a severidade do câncer e ao reconhecimento da necessidade de apoio ou não das redes sociais.18

Os dados coletados foram processados pelo software Statistical Package for the Social Science para Windows, versão 22.0, sendo realizadas análises descritivas e inferenciais. Utilizou-se do Teste de Kolmogorov-Smirnov para verificação da normalidade das variáveis numéricas. A correlação entre as escalas foi realizada pelo Coeficiente Correlação de Spearman. Para todas as análises, estabeleceu-se o nível de significância 5% (p≤0,05).

RESULTADOS

Dentre os participantes, observou-se predominância do sexo feminino (66,9%), em decorrência da constituição dos grupos selecionados, com idade entre 50 e 69 anos (56,1%), cor/raça parda/mulata (38,0%), casados ou em união estável (60,0%), com 13 anos ou mais de estudo (42,3%), com religião (97,0%), aposentados ou que recebiam benefício (36,4% e 36,1%, respectivamente), com renda pessoal e familiar entre um e dois salários mínimos (75,1% e 86,2% respectivamente) e que residiam com cônjuge e filho(a) (41,6%).

Em relação à condição clínica dos pacientes, a maioria possuía câncer de mama (66,9%), diagnosticado há um ou dois anos (93,1%), em tratamento de radioterapia (66,2%), tendo realizado de 20 a 29 sessões (50,5%), uma vez por dia (66,2%), com histórico de tratamento anterior (55,7%) de cirurgia (82,0%), que destacaram o transporte como a principal dificuldade (43,3%) e referiram ausência de acompanhante (60,0%). A maior parte apresentava entre uma e duas comorbidades (54,8%), com destaque para hipertensão arterial (44,6%) e diabetes mellitus (23,3%).

A correlação entre os questionários de QVRS e os domínios de adesão ao tratamento apresentou resultados significativos. Nos pacientes com câncer de próstata, a Escala de Saúde Global e a Escala Funcional do EORTC QLQ C-30 apresentaram correlação positiva e significativa (p≤0,05) com o domínio Intenções, indicando que quanto melhor a QVRS no aspecto global e funcional, maior a intenção de aderir ao tratamento. Entre as pacientes com câncer de mama, as escalas do EORTC QLQ C-30 não mostraram correlação com os domínios de adesão (Tabela 1).

Tabela 1
Correlação entre os domínios de adesão ao tratamento e subescalas do questionário de qualidade de vida relacionada à saúde, em pacientes com câncer de mama e de próstata. João Pessoa, PB, Brasil, 2019. (n=305).

No que concerne à correlação entre a qualidade de vida e a adesão ao tratamento, verificou-se que os pacientes com câncer de próstata apresentaram correlações positivas e significativas (p≤0,05) entre a Função emocional e o domínio Intenções; entre a Insônia e o domínio Normas subjetivas; e entre a Dificuldade financeira e as Normas subjetivas. Nas pacientes com câncer de mama, evidenciou-se correlação positiva com significância estatística (p≤0,05) entre o Desempenho de papéis e o domínio Normas subjetivas; e negativas entre a Fadiga e o domínio Intenções; e entre a Dificuldade financeira e a Adesão total (Tabela 2).

Tabela 2 -
Correlação entre os domínios de qualidade de vida relacionada à saúde e os domínios da adesão ao tratamento em pacientes com câncer de mama e de próstata. João Pessoa, PB, Brasil, 2019. (n=305).

Na correlação entre as subescalas do módulo de qualidade de vida EORTC QLQ BR-23 e os domínios da adesão ao tratamento, não se identificou significância estatística. No entanto, na correlação entre os domínios deste módulo específico para o câncer de mama e os domínios da Adesão ao tratamento, verificaram-se correlações negativas, com significância estatística entre o Desejo sexual e a Satisfação sexual com o domínio Apoio/Severidade percebida; e entre os Sintomas da mama e o domínio Intenções (Tabela 3).

Tabela 3 -
Correlação entre os domínios do módulo de qualidade de vida relacionada à saúde específico para o câncer de mama e os domínios da adesão ao tratamento. João Pessoa, PB, Brasil, 2019. (n=204).

DISCUSSÃO

A relação entre a QV e a adesão ao tratamento de pacientes é pouco abordada em estudos nacionais e internacionais, sobretudo no que concerne ao câncer. Apesar disto, em pesquisas que se dedicaram a avaliar esta relação, observa-se que a QV influencia a adesão terapêutica.11,19

Nesta pesquisa, quanto à relação entre a QVRS e a adesão terapêutica, no grupo de pacientes com câncer de próstata, houve correlação positiva e significativa entre a Escala de Saúde Global e a Escala Funcional com o domínio Intenções, indicando que quanto melhor a percepção da QVRS no aspecto global e funcional, maiores as intenções de aderir ao tratamento. Sabe-se que o câncer e respectivo tratamento geram inúmeras repercussões na vida do paciente e no cotidiano deste, alterando a autonomia e a independência na realização de atividades e, consequentemente, a QV e a adesão.12 Enfatiza-se que a percepção individual sobre a doença e a QV define a busca pelo cuidado.20

A função emocional da Escala Funcional também se mostrou correlacionada ao domínio Intenções. O diagnóstico da doença traz consigo impacto emocional tanto para pessoa quanto para família.11 Os homens com câncer de próstata experimentam sentimentos relacionados ao medo da morte, à preocupação com tratamento e dependência de cuidados, desalento, raiva, angústia, ansiedade e irritabilidade.21

Além disso, evidencia-se que o comprometimento da integridade física, sobretudo relacionada à sexualidade é, por vezes, a maior causa do desgaste emocional em homens.22 Neste sentido, o profissional de enfermagem pode atuar de forma específica, fornecendo informações sobre função sexual e aconselhamento aos parceiros, garantindo confiança, privacidade e confidencialidade, bem como, se pertinente, ensinando exercícios para o fortalecimento da musculatura pélvica e controle vesical,23 na presença de incontinência urinária, problema frequente em homens com câncer de próstata.10

Nesse contexto, as repercussões emocionais podem fazer com que o paciente não perceba os avanços do tratamento, enfatize mais as limitações ou não se sinta motivado a investir na terapia, o que influencia significativamente o enfrentamento da doença e a adesão.22,24 Assim, percebeu-se que os pacientes avaliados nesta pesquisa apresentaram boa percepção da saúde e QV, sobretudo no que se refere à função emocional e, portanto, demonstraram maiores intenções de aderir à terapia.

No que se refere aos domínios da qualidade de vida e da adesão ao tratamento, verificou-se correlação positiva entre insônia, dificuldade financeira e normas subjetivas, apontando que quanto mais queixas destes sintomas, maior o apoio vindo de amigos e da família. Pois, o manejo inadequado destes pode culminar em abandono do tratamento e progressão do câncer.25 A redução dos sintomas fadiga e distúrbios do sono foi o indicador mais evidente na melhoria da adesão terapêutica, conforme achados de outro estudo.19

Nesse ínterim, a enfermagem pode intervir de forma direcionada, com vistas a minimizar a insônia e a fadiga. No caso da insônia, é importante que esta não seja considerada normal no paciente oncológico, sendo essencial que o enfermeiro oriente sobre condições ambientais indispensáveis ao sono e repouso, como ausência de ruídos e iluminação propícia.23 Além disso, destaca-se que a avaliação da qualidade do sono pode contribuir para que o manejo da doença seja mais amplo.25 Para prevenir e amenizar a fadiga, recomenda-se a prática regular de exercícios físicos quando possível, regulação do sono, bem como o ensino de medidas de conservação de energia.26

A rede de apoio social se faz importante à medida que auxilia no enfrentamento dos problemas cotidianos e na busca por cuidados de saúde.20 Diante da dificuldade financeira, por exemplo, a rede de apoio social, sobretudo familiar, tende a se organizar para conseguir fornecer este suporte.24 Assim, o apoio social possui efeito direto sobre a adesão e a persistência do tratamento.

Sobre a QVRS geral e a adesão de pacientes com câncer de mama, observou-se correlação positiva entre os domínios Desempenho de papéis e Normas subjetivas. Em estudo realizado com mulheres em tratamento de quimioterapia para o câncer de mama, evidenciou-se a presença de elementos que provocaram danos na QV, na satisfação com o tratamento e na adesão farmacológica.11

Pesquisas apontam que a família é a principal fonte de apoio social do paciente que adoece.12,27 Dentro do contexto do câncer, os membros familiares localizam os principais problemas, elegem prioridades e tentam se rearranjar em torno das necessidades que surgem no decorrer da doença e, principalmente, do tratamento, para que os entes não fiquem desprovidos de cuidados. Assim, forma-se uma espécie de rede familiar que serve como importante fonte de sustentação.27 Neste sentido, esta rede pode participar, também, na oferta de apoio em relação às atividades diárias, o que favorece o melhor desempenho de papéis por parte das mulheres.

Observaram-se correlações negativas entre a fadiga e o domínio Intenções e entre a dificuldade financeira e a Adesão total, indicando que quanto maior a fadiga, menor a intenção de aderir e quanto maior a dificuldade financeira, menor a adesão total. Em estudo na Colômbia que avaliou as necessidades de cuidado de 173 pacientes com câncer, constatou-se que das necessidades físicas, a fadiga/perda de energia foi a mais frequente, seguida de desconforto e incapacidade de realizar atividades diárias.28

Os prejuízos na condição física dificultam a realização de tarefas domésticas,28 comprometendo a rotina de mulheres com câncer de mama, que comumente se vêem impedidas de exercerem o papel de cuidadora do lar e da família, o que, consequentemente, pode acarretar preocupação a respeito da manutenção dessas atividades, visto que são as principais responsáveis pelos cuidados domésticos, com os filhos e a organização geral do lar.6

A presença da fadiga pode motivar mulheres a acreditar que esta é um indicativo de evolução da doença e ineficácia do tratamento, concluindo necessidade de interromper a terapia,26 o que pode justificar a relação entre a fadiga e o domínio Intenções, neste estudo.

A dificuldade financeira é uma realidade para maioria dos pacientes com câncer24 e pode interferir na adesão, representando limitação no acesso aos tratamentos estabelecidos11 e na busca por atendimento no serviço privado, devido à longa espera pelo Sistema Único de Saúde, na aquisição de medicamentos necessários, no custeio de transporte, entre outras necessidades, durante o itinerário terapêutico. Em alguns casos, a prefeitura do município de residência do paciente disponibiliza o transporte até o serviço de saúde, atenuando as dificuldades econômicas e favorecendo a continuação da terapia.9

No que diz respeito à correlação entre qualidade de vida EORTC QLQ BR-23 e a adesão ao tratamento, verificaram-se associações negativas entre desejo sexual, satisfação sexual e o apoio/severidade percebida; e entre sintomas da mama e intenções. Em virtude das alterações na estética e na condição física e hormonal, provenientes das modalidades terapêuticas, a função e o prazer sexual de mulheres com câncer de mama são, frequentemente, afetados, trazendo-lhes prejuízos na vida íntima e social.29

Ao buscar intervir nessa problemática, além de fornecer orientações sobre as questões sexuais, enfermeiros podem implementar ações voltadas à estética, como auxiliar no planejamento da perda de cabelo, sugerindo o uso de perucas, turbantes e lenços, explicando que os fios retornarão após a terapia.23

Nesse sentido, as mulheres tendem a uma pior percepção da gravidade dos sintomas da doença e do tratamento, sobretudo, quando comparadas àquelas que não apresentam essas alterações. Neste contexto, o apoio familiar, na compreensão destas dificuldades, constitui medida que auxilia no enfrentamento diário do câncer.29

A presença de sintomas na mama pode contribuir para redução das intenções de aderir ao tratamento, por interferir negativamente na satisfação. Segundo Álviz e colaboradores,11 baixo nível de satisfação com a quimioterapia, devido aos efeitos adversos, pode contribuir para não adesão ao regime terapêutico. Pesquisa realizada em São Paulo, Brasil, com 161 mulheres, constatou que dentre os sintomas mais frequentes na mama, a presença da dor diminui em 2,199 vezes mais a esperança na cura do que em pacientes que não apresentam esta queixa.30 Diante disto, enfermeiros podem adotar técnicas não farmacológicas, como ensinar métodos de relaxamento com imagens, de distração ou musicoterapia, recreação, jogo terapêutico, aplicação de calor/frio, entre outras, para o controle da dor antes, durante ou após o tratamento, ou se necessário, instruir sobre o uso de medicações, conforme prescrições.23

Diante do exposto, percebeu-se que a QVRS esteve relacionada às várias dimensões da adesão terapêutica em pacientes com câncer de mama e de próstata. Nesta conjuntura, competem a enfermeiros, na rotina de cuidado na oncologia, a identificação e a avaliação dos fatores que interferem na QVRS de pacientes, visando construção de um plano de cuidados integral e específico, em acordo com as necessidades evidenciadas individualmente, o que favorecerá melhoria na adesão terapêutica.12

Destaca-se que, nesse âmbito, é essencial a formação de vínculos com o paciente e a família deste, mediante a escuta atenciosa, o acolhimento humanizado e, principalmente, a prática da empatia, buscando compreendê-los, conforme o contexto de vida.12 Além disso, é preciso considerar a singularidade que permeia a experiência de pacientes com câncer, contemplando crenças, culturas e práticas de cuidado individuais.

CONCLUSÃO

A correlação entre a qualidade de vida relacionada à saúde e a adesão de pacientes com câncer de próstata mostrou significância estatística (p≤0,05) entre a Escala de Saúde Global e a Escala Funcional, domínio Intenções; função emocional e intenções; insônia e normas subjetivas; dificuldade financeira e normas subjetivas. Nas mulheres, houve significância estatística (p≤0,05) entre desempenho de papéis e normas subjetivas; fadiga e intenções; dificuldade financeira e adesão total; desejo sexual, satisfação sexual e apoio/severidade percebida; sintomas da mama e intenções.

Dessa forma, pode-se concluir que os cânceres de mama e de próstata e os diversos esquemas terapêuticos afetam negativamente a qualidade de vida dos pacientes, provocando repercussões físicas, psicológicas e sociais, que interferem na adesão à terapia. Estes achados são relevantes, à medida que fornecem dados sobre o impacto da QVRS nos fatores determinantes de adesão ao tratamento oncológico, o que promove reflexão acerca desta problemática, contribuindo, em nível macro, para formulação e adequação de políticas públicas de saúde na oncologia.

Aos profissionais de saúde, com destaque para enfermeiros que prestam assistência longitudinal, os dados expostos são úteis, uma vez que podem servir como subsídio para o planejamento de intervenções voltadas aos aspectos específicos que afetam a QVRS, visando minimizar o impacto da doença e do tratamento na vida dos pacientes, assim como na adesão, contribuindo para efetividade da terapia e melhores condições de vida e saúde.

A limitação deste estudo se refere ao delineamento transversal, por não permitir a relação de causa e efeito entre as variáveis. Desta forma, recomenda-se que novas pesquisas sejam realizadas de forma longitudinal, visando esclarecer, com maiores detalhes a relação entre a QVRS e a adesão terapêutica.

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NOTAS

  • ORIGEM DO ARTIGO
    Extraído da dissertação - Qualidade de vida relacionada à saúde e adesão ao tratamento de pacientes com câncer de mama e próstata, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal da Paraíba, em 2020.
  • FINANCIAMENTO
    Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
  • APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
    Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, parecer n. 3.293.768/2019, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 11352119.0.0000.5188.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Jun 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    09 Jun 2020
  • Aceito
    20 Jul 2020
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