RESUMO
Objetivo:
compreender a experiência de ser mãe de criança e enfermeira atuante na pandemia da COVID-19.
Método:
pesquisa de abordagem qualitativa, com 17 participantes de diferentes municípios do estado de São Paulo, Brasil. A coleta de dados ocorreu nos meses de abril e maio de 2020, por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas via plataforma virtual de comunicação de acesso livre. Os dados foram analisados tematicamente, apoiados no Paradigma da Complexidade.
Resultados:
a ausência e desencontro de informações científicas e sistemáticas no início da pandemia, o frágil apoio institucional e a preocupação de contaminação dos filhos geraram estresse e angústia nas mães enfermeiras. O suporte antes ofertado pelas escolas e familiares foi prejudicado pela pandemia, levando a maior demanda de cuidado parental. Estratégias criativas para proporcionar distração, bem como a religiosidade e a espiritualidade foram valorizadas para o enfrentamento do caos vivido.
Conclusão:
as enfermeiras, ao mesmo tempo que são valorizadas enquanto profissionais importantes da linha de frente no combate à pandemia, são invisibilizadas na sua dimensão pessoal-afetiva e do ser mãe. O estudo indica a necessidade de políticas institucionais estruturantes para que as mães enfermeiras sejam colocadas numa posição de igualdade e segurança para o exercício pleno da profissão e da relação intrafamiliar saudável, especialmente em contextos de adversidades como o vivenciado na vigência da pandemia pela COVID-19.
DESCRITORES
Enfermeiras; Criança; Pré-escolar; Relação mãe-filho; Pandemias; Cuidado da criança; Infecções por coronavírus; Pesquisa qualitativa