RESUMO
Objetivo:
descrever o processo de comunicação entre os profissionais da equipe de enfermagem da terapia intensiva durante o handover, analisando-o quanto à existência de ruídos e suas repercussões na segurança do paciente.
Método:
estudo qualitativo e exploratório, à luz de Berlo, realizado na unidade de terapia intensiva de hospital federal com 42 profissionais de enfermagem participantes do handover e/ou atuantes na assistência direta ao paciente. Foi realizada gravação do áudio do handover, bem como sua observação sistemática e das práticas de cuidado da equipe de enfermagem. Os áudios foram transcritos para um instrumento e analisados através de estatística descritiva quanto à presença, completude e correção da informação. Os dados da observação passaram por descrição densa.
Resultados:
os ruídos relacionaram-se à ausência/incompletude de informações sobre o paciente, com focalização da comunicação sobre intercorrências e evolução clínica das últimas 24 horas e pouca valorização dos dados sobre avaliação, plano de cuidados e estado clínico do paciente; além de chegadas atrasadas, tom de voz baixo, conversas paralelas e uso de celulares. Tais ruídos geraram procedimentos desnecessários, errados ou a sua não realização.
Conclusão:
ruídos no processo de comunicação afetam negativamente o cuidado de enfermagem, prejudicando a assistência prestada na perspectiva da segurança do paciente.
DESCRITORES:
Transferência da responsabilidade pelo paciente; Segurança do paciente; Unidades de terapia intensiva; Comunicação em saúde; Enfermagem