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Editorial

EDITORIAL

Atenção à Saúde do Idoso é a temática desse segundo número de 2008. Nada mais apropriado do que tratar esse tema quando a realidade nos mostra o grande aumento de demandas em saúde desse segmento da população. O aumento da longevidade e do número de idosos no total da população brasileira já passou do nível de projeções demográficas para fato concreto, expresso nos dados censitários e observado em nosso cotidiano de cuidados. Muitos desses idosos gozam de boa saúde, porém alguns trazem consigo para a velhice problemas adquiridos na adolescência ou vida adulta. Outros desenvolvem doenças para as quais são mais suscetíveis em função da faixa etária em que se encontram, como por exemplo, as doenças neurodegenerativas. Desta forma, para essa clientela, o cuidado tem um significado fundamental, porque é através dele que os idosos conseguem minimizar as perdas de sua capacidade funcional e maximizar as suas potencialidades.

Assim, cresce também a necessidade da enfermagem brasileira em capacitar seus profissionais para assistir a população que envelhece, além de buscar novas tecnologias assistivas capazes de propiciar um cuidado de mais qualidade ao indivíduo idoso e sua família cuidadora. Cientes desse papel, os Cursos de Graduação em Enfermagem a partir da implantação do novo currículo, vem inserindo de forma mais contundente conteúdos básicos acerca do cuidado ao idoso com vistas à promoção da saúde e prevenção de agravos. Verificamos, ainda, o crescimento do número de docentes e discentes envolvidos com projetos de extensão universitária que visam assistir a essa clientela e sua família nas comunidades na qual se encontram inserida.

Semelhante situação se observa junto aos Programas de Pós-Graduação, nos quais paulatinamente, surgem linhas e grupos de pesquisa desenvolvendo projetos que permitem ampliação de conhecimentos na área da gerontologia brasileira. Em um breve levantamento feito junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, encontramos 84 grupos multiprofissionais cadastrados, que trabalham com temas tais como: idoso, velho, velhice, envelhecimento, geriatria, gerontologia. Só na área da enfermagem gerontogeriátrica contamos com 24 grupos de pesquisa, sendo desses, 16 cadastrados a partir do ano 2000. Nesse sentido, é com muito orgulho que constatamos que o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (PEN/UFSC) tem o segundo grupo de pesquisa brasileiro mais antigo e que trabalha com essa temática.

O Grupo de Estudos sobre Cuidados em Saúde de Pessoas Idosas (GESPI/PEN/UFSC), foi fundado em 1982 e comemora seus 25 anos de produção ininterrupta até o presente. Através do pioneirismo e visão de vanguarda de sua fundadora e líder, Dra. Lúcia Hisako Takase Gonçalves, o GESPI se firmou no cenário nacional contribuindo para a construção do conhecimento na área da enfermagem gerontogeriátrica, através do desenvolvimento de pesquisas bem como ter servido como modelo de criação para de outros novos grupos de pesquisa. Contribuiu também na formação de recursos humanos através da oferta de disciplinas na graduação e pós-graduação (especialização em Gerontologia, mestrado e doutorado em Enfermagem e Saúde); nas orientações de trabalho de conclusão de curso, de iniciação científica, de monografia de especialização, de dissertação e tese. Destacamos como uma das fortalezas do GESPI a sua inserção na extensão universitária na qual desenvolve projetos de fluxo contínuo há mais de 14 anos e sua integração com outros projetos dessa natureza como o Núcleo de Estudos da Terceira Idade da Pró Reitoria de Cultura e Extensão (NETI/PRCE/UFSC) e o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino e Assistência Gerontogeriátrica do Hospital Universitário (NIPEG/HU/UFSC).

Diante deste cenário, prestar atenção à saúde do idoso e a seus familiares é uma questão que vem fazendo parte da agenda de preocupações de um número cada vez maior de profissionais da área da saúde e, especialmente, da enfermagem. A emergência desse interesse se deve pela tomada de consciência desses profissionais acerca do seu papel num contexto de generalizada carência de recursos sociais e de saúde, e de profissionais para assistir a essa clientela. Como questão ética, devemos ter em mente que para prestar um cuidado de qualidade precisamos investir cada vez mais em pesquisas e na capacitação de recursos humanos.

Dra. Silvia Maria Azevedo dos Santos

- Professora Adjunto do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Membro do Grupo de Estudos sobre

Cuidados em Saúde de Pessoas Idosas - GESPI/PEN/UFSC -

Dra. Lúcia Hisako Takase Gonçalves

- Professora Adjunto do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Líder do GESPI/PEN/UFSC. Pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq - Produtividade em Pesquisa 1B -

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Jul 2008
  • Data do Fascículo
    Jun 2008
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