Resumo:
Neste artigo apresentam-se alguns dos resultados de pesquisas recentes sobre o sistema corporativo estabelecido em Portugal durante o Estado Novo (1933-1974). Uma nova base de dados permite, pela primeira vez, proceder a análises mais detalhadas da distribuição cronológica, geográfica e funcional dos milhares de organismos que constituíram o sistema corporativo português. Observa-se que, ao contrário do que tem sido afirmado em diversos estudos, o sistema não surgiu de forma casuística ou desordenada. Verifica-se antes que a densa rede de organismos foi sendo construída seguindo critérios consistentes com os objetivos políticos de cada uma das fases do regime. Identificar a abrangência e os impactos territoriais, políticos e sociais da rede corporativa é indispensável para aprofundar as explicações sobre o funcionamento e a longevidade da ditadura.
Palavras-chave:
Corporativismo; Políticas públicas; Ditadura