Acessibilidade / Reportar erro

Livros, periódicos e “papéis efêmeros” no espaço iberoatlântico

Resumo:

Distante de se estabelecer de modo natural, ou atemporal, a história atlântica pressupõe circunscrições precisas, social e politicamente configuradas. Nesse sentido, este dossiê temático busca contribuir para a percepção do que se define como espaço iberoatlântico, focando em um aspecto específico: a circulação da cultura escrita, declinada dos movimentos realizados por livros, periódicos, panfletos e papéis vários. O objetivo é compreender os múltiplos processos de circulação letrada no decorrer dos tempos. Buscou-se pensar os processos em longa duração, para vislumbrar as mudanças nas configurações do mundo iberoatlântico e suas persistências. Evidencia-se, assim, no dossiê, como cada espaço de criação e apropriação de textos postos em circulação é um produto concreto de inserção contingente em redes de diversa compleição e densidade, por meio das quais se materializa um fluxo de objetos manuscritos, impressos e de ideias, movimento no qual se estabelecem sistemas de ligações entre várias regiões do mundo iberoatlântico.

Palavras-chave:
Iberoatlântico; Cultura escrita; Cultura impressa; Circulação

Abstract:

Far from being established in a natural, or a-temporal way, Atlantic history presupposes precise circumscriptions, socially and politically configured. In this sense, this issue seeks to contribute to the perception of what is defined as the Ibero-Atlantic space, focusing on a specific aspect: the circulation of written culture, expressed in the movements made by books, periodicals, pamphlets and other sets of papers. Our aim is to understand the multiple processes of literate circulation over time. We also intend to think about long-term processes in order to grasp the changes in the configurations of the Ibero-Atlantic world and their persistence. The issue thus tries to demonstrate how each space of creation and appropriation of texts put into circulation is a concrete product of contingent insertion in networks of diverse complexity and density, through which a flow of manuscript, printed objects and ideas materializes, a movement in which systems of links are established between several regions of the Ibero-Atlantic world.

Keywords:
Ibero-Atlantic; Written culture; Print culture; Circulation

Distante de se estabelecer de modo natural, ou atemporal, a história atlântica (Armitage, 2009ARMITAGE, David. Three concepts of Atlantic history. In: ARMITAGE, David; BRADDICK, Michael J. (orgs.). The British Atlantic world, 1500-1800. 2. ed. Nova York, Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2009. p. 13-29.) pressupõe circunscrições precisas, social e politicamente configuradas, pois, como lembra David Eltis (1999ELTIS, David. Atlantic history in global perspective.Itinerario, v. 23, n. 2, p. 141, 1999., p. 141), o fundamental sobre as trocas transatlânticas é que se constituiu “um conjunto de sociedades fundamentalmente diferentes daquelas que teriam sido sem a participação na nova rede transatlântica”. Nesse sentido, este dossiê temático busca contribuir para a percepção do que se define como espaço iberoatlântico, focando em um aspecto específico: a circulação da cultura escrita, declinada na circulação de livros, periódicos, panfletos e papéis vários.

Considera-se que a “história atlântica é a história de um mundo em movimento” (Bailyn, 2005BAILYN, Bernard. Atlantic history: Concept and contours. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2005., p. 61) e, por esse motivo, o objetivo foi buscar compreender os múltiplos processos de circulação letrada no decorrer dos tempos. Neste dossiê não se estabeleceu uma circunscrição restrita do tempo, ao contrário, buscou-se pensar um tempo alargado, o que permite vislumbrar as mudanças nas configurações do mundo iberoatlântico e suas persistências. Assim, mais que descrever elementos estruturais do espaço atlântico, importa compreender sua história como processo.

No âmbito desse tema geral, buscaram-se estudos que explorassem um conjunto de assuntos específicos, contextualizados numa diversidade de realidades sócio-históricas cujo propósito final seria o de apresentar e exemplificar processos de construção das dinâmicas de criação, intermediação, circulação e consumo ou apropriação de textos, manuscritos e impressos, nos diversos espaços de expressão cultural, econômica e política de língua portuguesa e espanhola. Desse modo, pretendeu-se sublinhar a natureza conectada dessa construção (Curthoys, Lake, 2005CURTHOYS, Ann; LAKE, Marilyn. Connected worlds: History in transnational perspective. Camberra: ANU, 2005.) e das ligações estabelecidas na cultura escrita entre campos e mercados situados nos dois lados do Atlântico.

Tal abordagem se justifica pelo fato de a arena global do livro e outros impressos, bem como dos “papéis efêmeros” relacionados aos espaços do poder, ter vindo a ser analisada e caracterizada, prioritariamente, como o resultado complexo de campos e mercados observados e interpretados a partir de uma escala nacional. Embora os múltiplos casos de histórias nacionais do livro, da edição e da circulação de impressos e manuscritos, publicados em várias obras desde o início do século XXI - a partir da pioneira e referencial obra de Henri-Jean Martin e Roger Chartier (1982CHARTIER, Roger; MARTIN, Henri-Jean (orgs.). Histoire de l’édition française, v. 1, Le livre conquérant: du moyen âge au milieu du XVIIe siècle. Paris: Promodis, 1982., 1984CHARTIER, Roger; MARTIN, Henri-Jean(orgs.). Histoire de l’édition française, v. 2, Le livre triomphant: 1660-1830. Paris: Promodis, 1984., 1985CHARTIER, Roger; MARTIN, Henri-Jean(orgs.). Histoire de l’édition française, v. 3, Le temps des éditeurs: du romantisme à la Belle Époque. Paris: Promodis, 1985., 1986CHARTIER, Roger; MARTIN, Henri-Jean(orgs.). Histoire de l’édition française, v. 4, Le livre concurrencé: 1900-1950. Paris: Promodis, 1986.) vinda a lume nos anos 1980 - ilustrem o sucesso dessa via de compreensão do fenômeno e de seus inequívocos méritos para o avanço do conhecimento aprofundado de um universo até, muito recentemente, largamente ignorado e sujeito a apreciações mistificadoras, essa tradição merece e tem merecido uma avaliação crítica dos seus fundamentos (Heilbron, Boncourt, Sora, 2018HEILBRON, Johan; BONCOURT, Thibaud; SORA, Gustavo. Introduction: The social and human sciences in global power relations. In: HEILBRON, Johan; BONCOURT, Thibaud; SORA, Gustavo(eds.). The social and human sciences in global power relations. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2018. p. 1-25.; Sapiro, 2017SAPIRO, Gisèle. Los intelectuales: Profesionalización, politización, internacionalización. Ed. Alejandro Dujovne; trad. Alejandro Dujovne, María Virginia García, Agostina Romano. Villa María: Eduvim, 2017.; Sora; 2017HEILBRON, Johan; BONCOURT, Thibaud; SORA, Gustavo. Introduction: The social and human sciences in global power relations. In: HEILBRON, Johan; BONCOURT, Thibaud; SORA, Gustavo(eds.). The social and human sciences in global power relations. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2018. p. 1-25.). Esse movimento crítico apoia-se essencialmente numa hermenêutica dos mecanismos de produção, disseminação e uso da observação sobre os impressos e manuscritos como fenomenologia rugosa, contraditória e imbricada em estruturas geossociais, políticas, econômicas e históricas dificilmente acantonadas na escala de um país e, portanto, dificilmente inteligíveis somente com base nessa escala.

Para alcançar o propósito de compreender os modos de enunciação e circulação letrada no espaço atlântico a partir dessas premissas foi proposto aos autores partirem de três deslocamentos metodológicos fundamentais. Em primeiro lugar, um deslocamento associado ao fato de se conformar esse espaço a partir da noção de mundo iberoatlântico, isto é, que associasse as relações estabelecidas entre a Península Ibérica, a América Latina e a África de expressão lusófona. Dessa forma, privilegiou-se a circulação de impressos e manuscritos, e a edição de livros, no espaço atlântico de língua portuguesa e espanhola.

Essa foi a análise empreendida no texto de autoria de Ronaldo Vainfas e Roberta Gonçalves Faria, O cristão-novo Cadornega e sua obra sobre as guerras angolanas dos portugueses na África do século XVII. Com o objetivo de investigar a trajetória de Antônio de Oliveira Cadornega, o artigo dedica-se a compreender suas preocupações a respeito da participação dos portugueses e holandeses nas guerras dos reinos do Congo e Angola. No desenvolvimento da inquirição, centra-se nas múltiplas edições do livro História geral das guerras angolanas, além de em outros textos escritos pelo mesmo autor, focando, particularmente, na conjuntura seiscentista de Portugal e da África Centro-Ocidental. Com vistas a refletir ainda sobre a possibilidade de se discutir a pertinência do livro como pertencente ao gênero historiográfico, o artigo investe na leitura da fortuna crítica da obra até o século XX, especialmente, no período do regime salazarista.

O universo de referência ibérico na sua relação com o espaço atlântico resulta não apenas do efetivo trânsito de materiais escritos, assumindo-se igualmente como um mundo representacional, organizado por eixos de valorização. É o que se pode observar no texto Gilberto Freyre na imprensa: uma ideia ibérica de cidade, do Recife (na década de 1920) a Lisboa (na década de 1950), de Alberto Luiz Schneider. Nesse estudo, o autor procede à análise dos posicionamentos, de certa forma antimodernos, que, na contramão da sua própria internacional e urbana biografia, Gilberto Freyre foi expondo na imprensa acerca de certos atributos das grandes cidades. Rejeitando uma espécie de cosmopolitismo falso e afetado, Freyre demonstra a preferência pelo legado ibérico e a vocação mestiça e tropical, ilustrados pela sua noção idílica da cidade de Lisboa ou de Recife pré-burguesa. Os periódicos surgem como instrumentos ideais para a edificação desse posicionamento por quem viveu durante anos exclusivamente da sua escrita, grande parte dela decorrente da sua colaboração em jornais e revistas.

Um segundo deslocamento diz respeito ao período cronológico abordado. O termo iberoatlântico já foi utilizado como categoria de análise por alguns historiadores ao se referirem ao período da primeira modernidade e de expansão dos estados ibéricos em direção à América. Neste dossiê, como se disse, sugeriu-se um alargamento desses marcos cronológicos, considerando-se um intervalo mais longo, que vai do século XVI ao século XX, com o intuito de compreender as relações plurais estabelecidas nesse espaço de produção, disseminação e recepção de textos entre territórios, mercados e comunidades falantes das duas línguas ibéricas.

Nesse eixo de preocupações, insere-se o texto de Kaori Kodama, intitulado Nas coxias da ciência: a peça ‘Gutenberg - drama histórico em 5 actos’ de Juliette Figuier: práticas de vulgarização científica e invisibilização feminina no século XIX. Nele, a autora procupa-se em analisar a tradução para o português da peça Gutenberg (1869), originalmente escrita em francês por Juliette Figuier. O artigo propõe que se reflita sobre a questão de que, embora o fenômeno da vulgarização científica do século XIX seja bastante observado na história das ciências, dos livros e das edições dos países europeus e norte-americanos, o lugar da participação das mulheres nesse processo é ainda bastante invisibilizado. Compreender o apagamento da escrita de Juliette Figuier, mesmo no momento de sua tradução e circulação em língua portuguesa, no espaço iberoatlântico, é evidenciar como os processos de circulação de ideias são marcados por assimetrias não apenas espaciais, mas também de gênero.

Outro texto que exemplifica o alargamento temporal do intervalo de uma análise iberoatlântica é Editar a literatura brasileira em Portugal: Sousa Pinto e a coleção Livros do Brasil, de Gilberto Gilvan Oliveira. O artigo centra o olhar no papel do editor português António de Sousa Pinto, cujas passagens atlânticas lhe terão moldado as perspectivas e incitado a uma atuação verdadeiramente transoceânica entre o Brasil e Portugal, primeiro com os projetos brasileiros Livros de Portugal (também livraria) e Edições Dois Mundos e depois com a grande e duradoura aventura editorial de sua vida, a editora portuguesa Livros do Brasil. Atravessando grande parte da segunda metade do século XX, iniciando-se logo nos anos 1940, década de nascimento das três editoras, o lastro da Livros do Brasil no âmbito da sua ação de circulação da literatura brasileira no mercado português é analisado a partir da sua coleção inicial e uma das mais marcantes, homônima do nome da chancela, Livros do Brasil, focando a edição das obras de Erico Verissimo, primeiro grande protagonista literário brasileiro do catálogo da editora nascida em 1944.

E por último, mas não menos importante, uma terceira ordem de deslocamento metodológico propôs-se a pousar o olhar não apenas nos livros ou nos textos impressos. Considerando que o advento da impressão não resultou no desaparecimento do manuscrito (Darnton, 1990DARNTON, Robert. The kiss of Lamourette: Reflections in cultural history. Nova York: W. W. Norton, 1990.; Johns, 1998JOHNS, Adrian. The nature of the book: print and know­ledge in the making. Chicago: The University of Chicago Press, 1998.; Bouza, 2004BOUZA, Fernando. Communication, knowledge, and memory in Early Modern Spain. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 2004.), buscou-se atentar igualmente aos aspectos das relações entre objetos impressos e manuscritos nos processos de conformação de modos de circulação da cultura escrita.

O texto O acervo real de manuscritos revisitado pela atuação do bibliotecário Luís Joaquim dos Santos Marrocos no século XIX, de autoria de Juliana Gesuelli Meirelles, embora ancorado em práticas de preservação desenvolvidas no período oitocentista, tem como foco uma coleção de manuscritos, transladada de Portugal ao Brasil, no momento da chegada da monarquia portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808. O artigo se centra na correspondência trocada entre Marrocos e seu pai e por meio dela - também uma coleção de manuscritos - se acessam os processos de organização do acervo da papelada da Real Biblioteca da Ajuda transferido ao Brasil.

Da mesma forma, o texto de Pablo Antonio Magalhães, intitulado A circulação dos primeiros ritos maçônicos manuscritos e impressos no Brasil (1810-1836), explora a dimensão manuscrita da circulação de ideias, formando um conjunto polimórfico de relações com a dimensão impressa, tanto de folhetos, quanto de volumes maiores, incluindo conjuntos de livros. Essas articulações entre manuscrito e impresso são estudadas mediante uma tematização em torno da circulação na América portuguesa de rituais maçônicos ligados, quer ao Rito Adonhiramita, quer ao Rito Moderno ou Francês, constituindo um olhar sobre um mundo secreto e historicamente perseguido, o que explica em parte o fato de se tratar de um tema praticamente desconhecido da história da cultura escrita, do livro e da leitura no Brasil.

Este dossiê evidencia como cada espaço de criação e apropriação de textos postos em circulação é um produto concreto de inserção contingente em redes de diversa compleição e densidade, por meio das quais se materializa um fluxo de objetos manuscritos, impressos e de ideias, movimento no qual se estabelecem sistemas de ligações entre várias regiões do mundo iberoatlântico. Nesse sentido, explicar os modos de deslocamento dos textos nesse espaço é abordá-los como um elemento que se integra num conjunto mais vasto, com dinâmicas de abertura, interpenetração e apropriação (Chartier, 1996CHARTIER, Roger. Culture écrite et société: l’ordre des livres (XIVe-XVIIIe siècle). Paris: Albin Michel, 1996.). Ou seja, formas através das quais se processa a circulação da cultura escrita e que, a partir de vários polos, geram circuitos complexos de influência e resistência, cruzamento e especificidade, infidelidade e incorporação.

Referências

  • ARMITAGE, David. Three concepts of Atlantic history. In: ARMITAGE, David; BRADDICK, Michael J. (orgs.). The British Atlantic world, 1500-1800 2. ed. Nova York, Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2009. p. 13-29.
  • BAILYN, Bernard. Atlantic history: Concept and contours Cambridge, MA: Harvard University Press, 2005.
  • BOUZA, Fernando. Communication, knowledge, and memory in Early Modern Spain Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 2004.
  • CHARTIER, Roger. Culture écrite et société: l’ordre des livres (XIVe-XVIIIe siècle). Paris: Albin Michel, 1996.
  • CHARTIER, Roger; MARTIN, Henri-Jean (orgs.). Histoire de l’édition française, v. 1, Le livre conquérant: du moyen âge au milieu du XVIIe siècle. Paris: Promodis, 1982.
  • CHARTIER, Roger; MARTIN, Henri-Jean(orgs.). Histoire de l’édition française, v. 2, Le livre triomphant: 1660-1830 Paris: Promodis, 1984.
  • CHARTIER, Roger; MARTIN, Henri-Jean(orgs.). Histoire de l’édition française, v. 3, Le temps des éditeurs: du romantisme à la Belle Époque Paris: Promodis, 1985.
  • CHARTIER, Roger; MARTIN, Henri-Jean(orgs.). Histoire de l’édition française, v. 4, Le livre concurrencé: 1900-1950 Paris: Promodis, 1986.
  • CURTHOYS, Ann; LAKE, Marilyn. Connected worlds: History in transnational perspective. Camberra: ANU, 2005.
  • DARNTON, Robert. The kiss of Lamourette: Reflections in cultural history Nova York: W. W. Norton, 1990.
  • ELTIS, David. Atlantic history in global perspective.Itinerario, v. 23, n. 2, p. 141, 1999.
  • HEILBRON, Johan; BONCOURT, Thibaud; SORA, Gustavo. Introduction: The social and human sciences in global power relations. In: HEILBRON, Johan; BONCOURT, Thibaud; SORA, Gustavo(eds.). The social and human sciences in global power relations Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2018. p. 1-25.
  • JOHNS, Adrian. The nature of the book: print and know­ledge in the making Chicago: The University of Chicago Press, 1998.
  • SAPIRO, Gisèle. Los intelectuales: Profesionalización, politización, internacionalización Ed. Alejandro Dujovne; trad. Alejandro Dujovne, María Virginia García, Agostina Romano. Villa María: Eduvim, 2017.
  • SORA, Gustavo. Traducción: potencial heurístico y desvíos teóricos de un tópico eficaz para pensar realmente la globalización. Revista de Estudios Sociales, n. 61, p. 99-105, 2017.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Jul 2023
  • Data do Fascículo
    May-Aug 2023

Histórico

  • Recebido
    04 Maio 2023
  • Aceito
    14 Jun 2023
EdUFF - Editora da UFF Instituto de História/Universidade Federal Fluminense, Rua Prof. Marcos Waldemar de Freitas Reis, Bloco O, sala 503, 24210-201, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, tel:(21)2629-2920, (21)2629-2920 - Niterói - RJ - Brazil
E-mail: tempouff2013@gmail.com