Resumo:
Este artigo examina como o pensador socialista francês Charles Péguy (1873-1914) usou a metáfora do diagnóstico de males sociais em De la grippe (1900). Este texto serve de ponto de entrada para a complexa história da metáfora do diagnóstico do início do século XX, tal como aparecia nas fronteiras dos discursos histórico, sociológico e filosófico. Péguy parece, a princípio, seguir a tendência contemporânea de usar a metáfora do diagnóstico como meio de denunciar a teoria histórica e sociológica então estabelecida. Contudo, a metáfora do diagnostico também enfatiza aspectos irredutivelmente epistemológicos. Este produtor de diagnósticos introduziu, assim, um paradigma para a franca comunicação de verdades inconvenientes a partir de uma comunicação engajada, ao mesmo tempo em que o Caso Dreyfus imprimiu a persona do “intelectual engajado” no imaginário social moderno.
Palavras-chave:
História intelectual; Diagnóstico; Parrhesía; Engajamento intelectual