Resumo
Objetivou-se verificar se as percepções da equipe de profissionais dos abrigos para jovens acerca das dificuldades no trabalho estariam relacionadas às deficiências na seleção, capacitação e formação continuada. Foi realizada uma pesquisa qualitativa em dois abrigos localizados na cidade do Rio de Janeiro, entre 2008 a 2010. As 47 entrevistas com profissionais dos abrigos e as observações de campo nas oficinas em grupo foram transcritas. A análise dos dados identificou pontos críticos que podem gerar violências, interferir no manejo das tarefas e agravar os riscos psicossociais, comprometendo a saúde mental dos cuidadores e jovens assistidos. Ao se confrontar seus relatos com as recomendações contidas nas Orientações técnicas para os serviços de acolhimento para crianças e adolescentes, conclui-se que, embora esse documento possibilite mapear as ações dos profissionais e nortear as melhores formas para realizarem a tarefa de acolher, ele precisa ser assimilado e vivenciado para reduzir a distância entre o prescrito e a realidade.
Palavras-chave
cuidador; unidades de acolhimento; adolescentes; capacitação profissional; seleção de pessoal