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Os gêneros digitais e os desafios de alfabetizar letrando

Com base na crítica de Gramsci à hegemonia intelectual de grupos sociais dominantes, neste artigo discuto sobre os desafios de alfabetizar crianças letrando-as digitalmente. Para isso, apresento alguns dados oriundos de uma pesquisa-ação que expôs crianças com sérios problemas de auto-estima e com dificuldades na aprendizagem da escrita e da leitura a situações concretas de usos da escrita em ambiente internetiano. Todo o percurso da pesquisa, que vai do conhecimento sobre a manipulação do computador à aprendizagem da escrita para o uso de alguns gêneros digitais, foi decisivo na busca do sucesso frente ao desafio de provocar na vida dessas crianças uma revolução cultural. Os resultados mostram que, de um perfil acabrunhado e tímido, as crianças se descobriram sujeitos de sua aprendizagem, desenvolvendo, inclusive, atitudes críticas frente ao modo de escrever de seus interlocutores reais. Escrever na Internet, portanto, foi importante porque as ajudou a compreender que a escrita, para além de tarefas escolares, serve também a outros fins, como entrar em contato com um coleguinha que faltou à aula ou com o pai que está no trabalho.

Gêneros digitais; alfabetização; letramento digital


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