RESUMO
Os direitos humanos podem ser compreendidos como um conjunto de princípios que operam no plano formalizado da linguagem e também em um sistema de significação mais amplo, não formalizado. Este artigo apresenta uma proposta de formação em direitos humanos baseada na produção de estórias e voltada à educação escolar de jovens. Elaborada no âmbito do grupo de pesquisas em linguagem e direitos humanos (IEL/Unicamp), a proposição se baseia didática e pedagogicamente no pensamento de Hannah Arendt e almeja expor um projeto político de ensino viável, que enfoque a disciplina de Língua Portuguesa - sem ignorar seu potencial interdisciplinar - para a produção do que chamamos de "exercícios de imaginação" em escrita. Nossa proposta, portanto, tenciona promover reflexões, em sala de aula, acerca das conceituações jurídicas, filosóficas e subjetivas dos direitos humanos e das formas sociais da diferença e da universalidade, além de estimular, na escrita, inversões de perspectiva, adotando-se o "eu" como enunciador de um "outro". Tais inversões funcionariam como aparato propício à sensibilização e à busca de uma "mentalidade alargada", mais consciente da alteridade e apta à apreensão dos dilemas individuais e coletivos do mundo contemporâneo.
Palavras-chave:
direitos humanos; educação; escrita; produção de estórias; Hannah Arendt